quinta-feira, 12 de junho de 2025

ALGUNS NOMES QUE CRIEI PARA DUPLAS CAIPIRAS E DE PALHAÇOS


 
ALGUNS NOMES QUE CRIEI PARA

* DUPLAS CAIPIRAS:

- Quibebe & Cambuquira

- Tiziu & Tuim

- Tareco & Terem

- Chucro & Pangaré

- Pé Vermeio & Pé Rapado

- Lascado & Lasquêra

- Pai D'égua & Pai dos Burros

- Busca-pé & Belezudo

- Trupicão & Escangaiado

- Chiqueiro & Mangueirão

- Picão & Carrapicho

- Jaú & Jaó

- Zinga & Zagaia

- Curau & Pamonha

- Piraquara & Saquarema

- Tijuco & Pirapitinga


* DUPLA DE PALHAÇOS:

- Ortega & Urtiga

- Maxixe & Maxuxo

- Matraca & Maritaca

- Ararinha & Ariranha

- Ximbica & Calhambeque

- Chulipa & Chulapa

- Gorgonzola & Parmesão

- Caipora & Curupira

- Garrucha & Trabuco

- Perereca & Pororoca

- Madruga & Patropi

- Baltazar & Consorte

- Pindura & Pindaíba

- Xepa & Muxiba

- Bochincho & Fuxico

- Estalo & Eureka

- Caçapa & Alçapão

- Mutuca & Muriçoca

- Sirigaita & Regateira 

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sábado, 17 de maio de 2025

BATISMOS DE MOTOCLUBES: A SAGA!...

Batismos de motoclubes são uma coisa curiosa. No Brasil, parece haver uma clara tendência para nomes na língua inglesa, como, por exemplo, utilizando-se nomes de animais: falcão, pantera, tigre, búfalo etc. Poderia dizer que tudo não passa de complexo de vira-lata, mas não é nada disso, pois, surpreendentemente, encontrei nomes como Jacarés, e inacreditáveis Gambás e  Bodes!...

Diversos motoclubes brasileiros tiveram queda por nomes de tribos indígenas norte-americanas, como Navajos, Sioux, Comanches, Cheyennes e Apaches, nomes que, reconheça-se, soam grandiosos.

Motoclubes com nomes de tribos brasileiras, encontrei um chamado Guarani. Mas não encontrei batismos com nomes como, por exemplo, das tribos ianomamis, javaés, guatós, potiguares, pataxós, bororos, terenas etc. São nomes que parecem não soar bem, mas há nomes belíssimos, que enchem a boca ao falar, como Xavantes, Caingangues e Turunas, nomes que,aliás, passaram batidos pelos motoqueiros, digo, motociclistas...

Temos um moto clube, vizinho nosso aqui, da cidade de Leme, batizado como Os Abutres, ave africana, e outro em Guarulhos, o Corvos do Brasil, nome de origem europeia,  mas duvido que eles tenham cogitado de batizar-se como Os Urubus...

Bom gosto, inteligência e criatividade é tudo em batismos do gênero, mas nomes esdrúxulos e de mau gosto existem sim, como: Ciclopés, Mármore, Jazigo, Mural, Óculos, Relógio, Uscaravelhos e Motocróbios... Realmente não dá!... Mais que esdrúxulos, são ridículos!...

segunda-feira, 28 de abril de 2025

AS ANTIGAS PIXAÇÕES DAS CASAS PERNAMBUCANAS: UMA FORMA PRIMITIVA DE PROPAGANDA E MARKETING

Era muito comum até a década de 1970, ao se viajar pelas estradas rurais da cidade, se deparar com pichações feitas por nada menos que (pasmem!) as Casas Pernambucanas. Nada escapava de seus grafites feitos com cal virgem ou tinta branca, e eram pinturas bem rústicas, com letreiros malfeitos. Na verdade, podia-se vê-las por toda a cidade em barrancos, postes, pontes, porteiras, muros etc. Vale lembrar que a empresa chegou à Araras antes de 1927, e esta prática rústica de propaganda começou em 1930, no Morro do Penedo, em Vitória, Rio de Janeiro.



Até o momento, há um único registro de uma pixação dessas em Araras, que encontrei numa antiga revista lançada em 1968 por um dos antigos prefeitos, Ivan Estevan Zurita, pixação esta feita - por incrível que pareça - diante da fábrica da Nestlé. Num pequeno jardim em frente à empresa se podia ver a rústica pichação nos bordos de um canteiro sobre o Córrego do Facão...

Segundo o blog Art Garagem, 

“No Brasil, como vimos, o grafite surgiu há quase trinta anos atrás, durante a década de 60, quando grupos políticos pichavam nos muros das cidades frases tais como "ABAIXO A DITADURA". Em São Paulo, inscrições do tipo "CASAS PERNAMBUCANAS" e "CÃO FILA KM 26" já eram conhecidas dos paulistanos mas não pertenciam a um movimento organizado nem despertavam muitas reações, servindo como reforço de imagem para alguns comerciantes."

Vale lembrar que a pichação, mesmo ilícita, é um meio de propaganda que era utilizada por políticos até poucas décadas atrás, e tenho dois registros notórios destas práticas que podem ser vistos nas fotos anexas.


O hábito da pichação, certamente, foi considerado algo condenável desde sempre, mas, na época, não houve, ao que se sabe, registro de reclamações. Lawrie Reid, em seu livro “Flanando pelo mundo” (1961), condenado severamente o hábito da pichação como meio de propaganda apelativa, escreveu numa arguta e importante observação: 

“Existem também, poderosas firmas brasileiras, que, na voracidade do ganho, não se pejam de, em propaganda comercial, borrarem pontes, viadutos, estradas e monumentos, tudo que lhes caia à mão, desde que nada paguem pelo anúncio.”

Em agosto de 2023, demolição revelou publicidade antiga (não pixação) das Casas Pernambucanas, em São paulo, na rua Álvaro Ramos, Belenzinho.

Encontrei registros de antigas pixações em Araras já nos tempos do primeiro ginásio de Araras, em 1943 ― que funcionava onde hoje é o grupo escolar "Zurita" ―, numa nota publicada num jornal local, mas certamente, as pixações existiram desde os tempos de vila, assim como as pinturas rupestres provam que os humanos, desde os seus primórdios, gostam de deixar seus registros para a posteridade. No caso das pichações, antigamente era difícil encontrá-las pela cidade, ao contrário de hoje, em que é praticamente impossível encontrar um lugar qualquer da zona urbana que não esteja pixado...

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EDDIE VAN HALLEN E O "MEDO" DO PEDAL WAH-WAH...

EDDIE VAN HALLEN E O "MEDO" DO PEDAL WAH-WAH...

Tenho uma curiosidade para falar sobre o guitarrista Eddie Van Halen, algo que nunca li ou ouvir alguém falar a respeito dentro do que pretendo expor.

Apesar de, estranhamente, existir hoje no mercado um pedal de wah-wah, da marca Dunlop, uma coisa que muito me estranha é o Eddie nunca ter usado um pedal desses em toda a sua carreira musical! Lembremos que é fato notório e sabido que ele se recusava, pelo menos inicialmente, a usar pedais de efeito (distorcedores), embora usasse um flanger ocasionalmente.

Certa vez, Eddie alegou que, quando começou, não tinha dinheiro para comprar um wah-wah, o que acredito ser desculpa esfarrapada... Oras, desde o início da carreira ele comprava amplificadores Marshall e boas guitarras, mas não tinha dinheiro para comprar um mero pedal wah-wah!...

Pode ser uma pretensão o que eu vou afirmar - afinal, quem sou eu?! -  mas sou da opinião que, é possível, que ele  não gostou dos efeitoas e recursos do wah-wah ao tentar usá-lo,  ou então, até mesmo, de algum modo, não conseguia usar ou se entender com o pedal...

Afinal, já passou por cabeça de vocês, entendidos de guitarra, o que ele poderia ter feito usando um pedal desses com o som poderoso de guitarra que tinha? Talvez trouxesse inovações, assim como fez com o flanger. Mas, pensando bem, acho mesmo que o Jimi Hendrix esgotou as possibilidades...

É uma crítica dura, a minha - um ato iconoclasta, alguém diria - mas ninguém é perfeito, e o Eddie também não o era... E, antes que me interpretem mal ao ousar criticar um deus da guitarra, gostaria de dizer que eu amo o Eddie Van Hallen com todo o meu coração, e tenho a maior admiração por ele, por sua arte e as inovações absurdas que trouxe para o mundo do Rock,! Aliás, ele é um dos meus  guitarristas prediletos!...



quinta-feira, 6 de fevereiro de 2025

O FOLCLORE DA BANANEIRA NAS MORTES DOS BARÕES DE ARARY E GRÃO-MOGOL

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Este texto que hoje publico, diz respeito ao folclore da flora em torno de uma planta frutífera, a popular bananeira, originária do sudoeste da Ásia e, ao contrário do abacaxi, não nativa no Brasil, como muitos creem. E dentre as diversas e ricas histórias folclóricas que dizem respeito a esta planta, apresento este ensaio sobre a sua ligação com o folclore da morte, a escravidão e o baronato. O ensaio diz respeito ao folclore desta planta envolvendo dois barões locais: o barão de Arary, de Araras (fazenda Montevidéu), e o de Grão-Mogol, de Rio Claro (fazenda Angélica). Lembremos que ambas as cidades são vizinhas e muito inter-relacionadas desde sua fundação, como, por exemplo, em eventos como feiras, parelhas de cavalo, futebol; namoros e casamentos; mudanças de município; negócios em geral etc.

O Barão de Arary

O caso Barão de Arary (José de Lacerda Guimarães, 1822–1897) se deu numa curiosa passagem envolvendo ele e seus escravos. A história, recolhida pelo falecido escritor e pintor Emílio Wolff (1902-1995) em seu livro Nosso Folclore (1963), conta que esse barão tratava seus escravos com rigor. Quando faleceu, segundo reza a lenda, os familiares determinaram que seu corpo fosse velado por quatro escravos, em câmara ardente que foi armada na sala de visitas. Por volta da meia-noite, os mesmos resolveram tomar café e dirigiram-se para a cozinha. A certa altura, ouviram um forte estrondo que pareceu vir da sala onde estava o corpo do barão, e para lá acudiram. Já na sala, se depararam com um clarão que ia se dissipando, acompanhado de fumaça com cheiro de enxofre, e o corpo do barão sumira! Após o fato, a família desejou que no lugar de seu corpo fosse colocado um tronco de bananeira, e assim, José foi sepultado no dia seguinte ao amanhecer. O fato se deu 19 de outubro de 1897, quando o barão estava com 76 anos. Segundo o etnomusicólogo Paulo Dias, o “fumo espesso é indício inequívoco da presença do demônio, cujo exorcismo é levado a cabo pela leitura do Credo”. No distante 1931, uma tal de Zuleika de Lima publicou um conto no jornal Tribuna do Povo, intitulado “O bode preto”, conto que versava sobre maçonaria, onde se lê algo pertinente, que se deu durante o velório de um homem maçon:

“Tudo ia às mil maravilhas; entretanto, lá pelas horas mortas ouviu-se um tropel medonho, aproximava-se um cavaleiro. Sem que soubessem a razão todos sentiram arrepiarem-se os cabelos. Finalmente entrou um homem que, sem dizer palavra, assentou se ao lado do caixão. Os circunstantes olharam-se pasmados da esquisita aparição, mas tudo ficou como se nada houvesse.
O homem continuou em silêncio, porém, quando o relógio bateu compassadamente meia-noite, quando o relógio bateu compassadamente meia-noite, ele disse: fechemos o caixão. E fechou-o. Depois do que, colocando-se no meio da sala começou a virar que nem pião e deu um formidável estrondo, enchendo a casa de forte cheiro de enxofre.
Foi um susto medonho, todos fugiram deitando o morto.
No dia seguinte, muito receosos, levaram o féretro ao cemitério. O peso do cadáver era extraordinário; foi com grande custo que conseguiram chegar ao campo santo.
À beira do tumulo, como é de regra, o coveiro abriu o caixão; todos ficaram maravilhados; no caixão, em vez do cadáver, estava um pau de bananeira.”

A fazenda Montevidéu - Araras-SP

O mesmo Emílio Wolff recolheu outra história sobre o assunto em seu livro Nosso Folclore (Vol. 2, 1985), que fala sobre a índole de um barão, ao qual não deu o nome, mas todos os indícios remetem ao lendário Barão de Grão Mogol (Guálter Martins Pereira, 1826-1890). A mesma história da bananeira envolvendo o barão ararense, se deu com este fazendeiro da cidade de Rio Claro, na verdade, originário de Minas Gerais. Quem trouxe outras contribuições à esta história sobre a estranha morte desse barão, , envolvendo o folclore da bananeira e a escravidão, foi Ari Roberto Pesce, que a ouviu de seu tio, o senhor Santo Medina, antigo morador da fazenda São José e depois residente em Rio Claro. Segundo este, no dia do velório deste barão surgiram alguns homens estranhos, vestidos de preto e todos tinham os pés em forma de pé de pato. A certa altura, estes homens misteriosos tomaram o corpo de barão e partiram levando-o consigo para local ignorado. Depois, para que a família pudesse realizar o enterro, a solução foi colocarem um tronco de bananeira no lugar do corpo. 

O Barão de Grão-Mogol

Consta que ele, já bastante idoso, certamente movido por remorsos, Guálter trabalhou muito para a causa da abolição em Rio Claro, cidade que, inclusive, libertou seus escravos antes de Araras. Ele tinha estreitas relações com Araras neste quesito, e há uma ata na Câmara Municipal de Araras, referente a libertação dos escravos na cidade (8-4-1888), onde se lê: “Durou vários dias a Festa da Liberdade, na qual tomou parte saliente o Barão de Grão Mogol”, o que vem validar a história recolhida por Emílio Wolff. Inclusive, nas comemorações da abolição da comunidade negra que se deram no Largo da Capela Santa Cruz em Araras, evento que durou oito dias, Guálter esteve presente. Sua esposa, Emília Martins Pereira, está enterrada no Cemitério Municipal de Araras, num suntuoso jazigo. Segundo o livro “Memórias da Fazenda Angélica”, de Ariovaldo José Seneda (2004), um dos desejos do barão foi ser enterrado junto de seus escravos em seu jazigo, que fica na borda de um canavial atrás da fazenda Angélica, local muito visitado. Corroborando este fato, e acrescentado um curioso detalhe, colhi uma história narrada à mim pelo ararense Miguel Curtulo, 82 anos (1921), que afirmou que o barão, após morto e enterrado no cemitério Municipal de Rio Claro, começou a aparecer à noite em sua fazenda como uma assombração. Diziam que ele queria se enterrado em suas terras, e a solução foi trazer seus despojos de volta e enterrá-lo no cemitério junto de seus escravos.

Jazigo da Baronesa de Grão-Mogol 
no Cemtério Municipal de Araras

Sobre a crueldade deste barão para com seus escravos, Wolff escreveu:

“Uma preta velha, que foi escrava da fazenda de café do Barão, contava que certa vez, uma escrava, de cesta na cabeça, uma criança nos braços e outra agarrada na saia, vinham em direção à senzala. Ao se aproximarem do lago, o Barão, que seguia seus passos, arrancou-lhe o filhinho e o jogou na lagoa. A mãe, desesperada, atirou-se na água para salvá-lo. Como não sabia nadar, morreram afogados, mãe e filho. A menina, que ficara em terra, instintivamente também foi ao encontro da mãe para morrer com ela. Assim, três vidas se perderam para gáudio do senhor Barão." 

A fazenda Angélica - Rio Claro-SP

Wolff escreveu ainda que Guálter costumava matar a tiros alguns de seus escravos por puro sadismo, enterrando-os depois no cemitério da fazenda. Menciona ainda outra história conhecidíssima e muito divulgada, a de que este barão trancafiava sua esposa no sótão do casarão, a fim de poder cortejar lindas pretas escravas de sua propriedade. 

O jazigo do Barão de Grão-Mogol 
na fazenda Angélica, Rio Claro-SP

Não aprofundei minhas pesquisas a ponto de decifrar se estas histórias folclóricas fazem parte da tradição oral africana de escravos que aqui aportaram. O eminente Câmara Cascudo (1898-1986), em seu livro “Dicionário do Folclore Brasileiro” (1952), no item bananeira nada registra sobre o folclore desta planta associado à morte. Com muitas variantes, há inúmeras histórias por este Brasil afora, recolhidas por outros folcloristas e memorialistas, e esta temática da morte ligada à bananeira e à escravidão foi muito associada naqueles tempos à morte de muitos fazendeiros e barões cruéis para com seus cativos.  

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segunda-feira, 27 de janeiro de 2025

COINCIDÊNCIAS ENTRE A ARTE E A VIDA REAL

A primeira vez que pus meus olhos neste belíssimo quadro ― "Saudades" (1899), do famoso pintor caipira Almeida Júnior (1850-1899) ―, imediatamente ele me remeteu ao filme "Inocência", de 1981, estrelado por nada menos que a premiada atriz Fernanda Torres e o Edson Celular, filme, aliás, muito bom ― uma ótima adaptação do famoso romance do escritor Visconde de Taunay (1843-1899), livro de 1872, para mim, o mais belo romance regionalista brasileiro, livro de cabeceira, aliás.



Digo que o quadro me chamou a atenção pois a impressão que a pintura me passa é a da própria Inocência (do filme) estar à janela de seu quarto do sítio onde morava, lendo uma provável carta de Cirino, cheia de saudades esperando seu retorno. Escrevi isto, poisa semelhança física da moça da pintura com a própria Fernanda Torres é impressionante!


Há mais coincidências: o fato de o Almeida Júnior ter sido assassinato à punhaladas por um primo seu, pois era amante da esposa deste. Foi considerado o mais famoso crime passional brasileiro da época, comovendo o País. Também, no livro, o personagem Cirino foi assassinado pelo enciumado Manecão, namorado de Inocência. Cirino pretendia desposar Inocência.

Os livros que tenho do romance "Inocência, 
e das pinturas do Almeida Júnior.

O quadro "Saudades" foi uma das últimas pinturas feitas por Almeida Júnior antes de ser assassinado, e, por outra curiosa coincidência, o Taunay faleceu no mesmo ano que o Almeida Júnior.

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quarta-feira, 25 de dezembro de 2024

O PIANO E OS TECLADOS NO ROCK E NA MÚSICA POP ONTEM E HOJE


Antigamente tínhamos artistas pop que tocavam piano e faziam grande sucesso com suas músicas, e o piano tinha participação ativa e efetiva nos arranjos, destacando-se tanto quanto a voz. O que mais se destacou foi o Elton John, mas tínhamos outros grandes como Stevie Wonder, Paul MacCartney (os três maiores), Ray Charles, Leon Russell, Carole King, Barry Manilow, Roberta Flack, Billy Joel e "finalmente" Freddie Mercury, e no Brasil o Guilherme Arantes. Hoje, nos raros artistas que tocam piano, ele quase chega a passar despercebido. 

Mesmo no rock o piano se destacava bastante, bem como os teclados eletrônicos, tendo como astros maiores Rick Wakeman, Keith Emerson, Patrick Moraz, Jurgen Fritz, Edgar Froese, Richard Wright, e no Brasil o Manito e o Flávio Venturini. O teclado no rock hoje não se destaca tanto, e só as guitarras parecem imperar.




terça-feira, 17 de setembro de 2024

DE COMO A DITADURA DE 1964 - O ANO DO GOLPE -, FOI PÉSSIMA PARA O MAIOR ROCKEIRO DO BRASIL!...


"1964 foi a melhor época dos Panteras, a fase áurea. Porque a gente tocava música dos Beatles. A gente tinha aparelhagem, tinha nome, era o conjunto mais caro da Bahia.” (RAUL SEIXAS, em entrevista à Ana Maria Bahiana em 1975)






terça-feira, 13 de agosto de 2024

PAPAI, NÃO CORRA!


Quem se recorda daquele pequeno acessório decorativo que era colocado no painel dos automóveis entre os anos 60 e 80, um quadrinho de armação de alumínio, de formato comprido e retangular, com uma fotinha dos filhos de um lado, ao centro a frase "Papai, não corra!" (ou "Papai, não corra! Papai, não morra!"), e do outro lado uma imagem de Nossa Senhora ou o emblema de um time de futebol qualquer? 

Ele era preso por um imã que havia atrás do quadrinho, e isto era possível, já que o painel dos carros da época era de metal. 

Quem guardou um desses objetos tem hoje uma verdadeira relíquia de época oriunda daqueles tempos relativamente descuidosos e ingênuos, e sem tantas regras rígidas para se dirigir e viajar.

Mas - ironia do destino - os tempos mudaram: hoje, quem corre são os filhos!!!...

CURIOSIDADES:

- Num show antigo, o humorista Chico Anysio contava a saga do primeiro astronauta brasileiro, citando que ele levaria, colada ao painel de instrumentos, a foto dos filhos com os dizeres: "Papai, não corra";

- Uma rara imagem de um acessório desses pode ser vista numa cena do filme "Cabra-cega", lançado em 2005.

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sábado, 22 de junho de 2024

JOHAN DALGAS FRISCH - A PARTIDA DE UM MESTRE

Há oito dias atrás, fiz um post aqui homenageando o ornitólogo Johan Dalgas Frisch, dizendo que ele era meu mestre desde os meus 21 anos, quando me iniciei como observador de aves, comprando seus discos com gravações de aves e os livros "Aves Brasileiras", volumes I e II, este, obra de referência na ornitologia mundial por ser o primeiro guia de campo lançado no Brasil.



Na verdade, conheci o Dalgas ali por volta dos 8 anos, quando um amigo da família, o Carlinhos Cosmo, levou um disco paa a gente ouvir junto de meu pai, quando ainda morávamos na Usina Palmeiras. Foi chocante. Três anos depois, ouvi novamente suas gravações num ônibus que ficou por alguns dias parado em exposição para visitas em frente à igreja Matriz de Araras, ônibus que se intitulava "Exposição Educativa das Selvas do Mato Grosso", que corria o Brasil, cujo proprietário era o empalhador e ornitólogo José Hidasi. Havia animais empalhados de todos os tipo dentro daquele ônibus fantástico. Era para lá de impactante.  Ouvir aquelas gravações com a voz pomposa do Oswaldo Calfati narrando, foi um impacto muito grade e me tocaram profundamente. Foram nestes dias incríveis que a mosca azul da Biologia me picou definitivamente. 



Coincidentemente, ontem, infelizmente, faleceu um amigo - o Gustavo - que me alertou para o fato de que eu era o pioneiro em Araras como observador de pássaros, o que muito me orgulhou!

Hoje, para minha enorme tristeza, soube pela TV que o Dalgas também faleceu, esta manhã, o que me causou um choque enorme. Era seu fã a não poder mais, colecionando gravações e reportagens dele, sempre acompanhando seu trabalho. 



Porém, Dalgas estava com 95 anos, o que significa que vivera e produzira muito nestes anos todos, felizmente. A Ornitologia brasileira lhe deve muito por seus feitos em prol das aves e sua magnífica obra. 

Enfim, o que me resta é desejar-lhes que Deus os receba com toda a paz na Eternidade, e que todas as pombas do Paraíso façam revoadas com suas chegadas! 

Obrigado, Gustavo, e obrigado Dalgas, grande e eterno mestre!

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quinta-feira, 20 de junho de 2024

MINHA OPINIÃO SOBRE O "SKA" e o "REGGAE", RITMOS JAMAICANOS

Surpreendentemente, quando no mundo do Rock ninguém falava neste estilo musical, a banda norte-americanade rock Grand Funk gravou um ska em seu disco de 1974, o “All the girls in the world beware”, e é uma música que eu ouvi recentemente e gostei, com direito à sopros e tudo mais. É a canção “Runnin’”, de autoria do baterista e vocalista Don Brewer! 

Mas nunca me agradou o Paralamas do Sucesso gravando músicas neste estilo, e até me parecia música ruim executada em ritmo de discoteque demais acelerado… rsrsrsrs… 

Também — apesar de eu ter composto duas músicas no estilo —, não curto reggae, outro estilosinho de ritmo viciado em que todas as músicas parecem a mesma… E penso que todas as bandas de rock que se meteram a gravar reggae, para mim foi um fiasco, algo desnecessário — musiquinhas para lá de insossas —, a começar pelo Eric Clapton (vide “I shot the sheriff”); depois veio o Led (que também gravou um funk, um lixo, por sinal!), e até mesmo o Van Halen (quem diria!...)! 

O Gil gravando “No woman no cry” para mim é uma mediocridade — ô, musiquinha aguada e sem sal ou açúcar! Mas, para mim, “A raça humana”, dele próprio, é o melhor reggae composto no Planeta, um reggae, diria, New Age, bem desacelerado e muito emotivo! 

Mas o reggae em geral me remete a chiclete que se masca e que há muito perdeu o açúcar… E o ska - ah, o ska!... - me parece música de quem vai tirar o pai da forca... rsrsrsrs…

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terça-feira, 27 de fevereiro de 2024

CURIOSA COINCIDÊNCIACOM O DISCO "NURSERY CRYME" DA BANDA GENESIS

Encontrei esta ilustração à bico de pena relativa a um jogo de "croquet" (com "o" mesmo), história que se passa na primeira década do século passado em Montevideu. Ela me remeteu à capa do disco "Nursery Cryme", do Genesis, lançado em 1971, em que se vê uma cena de jogo de criquet (com "i"). 

* Detalhe: a ilustração é do livro "O menino que eu era", de Generoso Ponce Filho, lançado em 1967.






terça-feira, 20 de fevereiro de 2024

HAJA GULA! ANTIGOS ÍNDIOS BOLIVIANOS QUE COMIAM FEITO LEÕES!



Existe a expressão: "Comer um boi", cujo significado é comer muito. Pois vejam esta passagem  petinente ao assunto que encontrei no livro "Caçando e pescando por todo o Brasil", do caçadoe e pescador campineiro Francisco de Barros Júnior., 1º volume (de três), lançado em 1945 após sua passagem pela tribo dos índios cainguangues no Paraná:

“Caingangue, se tem o que comer, come vinte e quatro horas por dia sem parar... E isto não é peculiar à raça, pois o comandante Miranda Rodrigues contou-me que quando na comissão de limites entre o Brasil e a Colômbia, viu os doze índios colombianos que auxiliavam a comissão comerem, durante a noite, uma grande anta que ele matara, ficando pela manhã apenas a cabeça e os ossos bem descarnados! Quando o estômago daqueles silvícolas está muito cheio, deitam-se de costas e, com um tição, em passes horizontais, a poucos centímetros da pele, aquecem-na, e depois fazem demoradas e enérgicas massagens. Em seguida, esvaziam o conteúdo da ingestão forçada, parecendo em volume ao de qualquer boi e voltam ao infindável deglutir.”

quinta-feira, 1 de fevereiro de 2024

O ENIGMA DAS ORIGENS DA CHIPA E DO PÃO DE QUEIJO MINEIRO


Estou lendo um livro aqui, de memórias, lançado em 1967, de histórias que se desenrolam no início do século passado. O livro é “O menino que era eu”, de Generoso Ponce Filho (1898-1972). Aos quatro anos, Generoso, filho de pai político, e por isto mesmo exilado no Paraguai com a família, faz menção à ”chipa”, esse "novo" pãozinho de queijo que ganhou as cidades do interior paulista. Relembra ele:

“Felizmente as irmãs dando por minha falta, foram buscar o amudo quase anacoreta, levando-lhe uma espécie de pãezinhos de queijo, verdadeira tentação do demônio, que me repuseram no caminho da perdição das coisas boas deste mundo.”

A chipa paraguaia

Como eu, acho que muita gente pensa que a chipa é uma variedade de pãozinho de queijo mineiro, mas não. Segundo a Internet, “A chipa (ou chipá) é uma iguaria tradicional da culinária paraguaia. Tem suas origens nas missões jesuíta e franciscana da Governação do Paraguai (Vice-Reino do Peru), conforme registrado nas crônicas dos séculos XVI, XVII e XVIII.” Na verdade, o pãozinho de queijo mineiro é originário da chipa, e  teria entrado no Brasil por volta da década de 1860.

Generoso Ponce Filho

Apesar da diferença no formato, ambas têm os ingredientes e o sabor bem semelhantes. Se a chipa é uma tentação do demônio, como queria o memorialista Generoso, eu não sei, mas, particularmente, eu acho a chipa mais saborosa e crocante.

O nosso tradional pão de queijo mineiro


terça-feira, 30 de janeiro de 2024

"PARANOIA OU MISTIFICAÇÃO" - crítica de Monteiro Lobato em 1917.

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“(...) em Paris se fez uma curiosa experiência: ataram uma brocha na cauda de um burro e puseram-no traseiro voltado numa tela. Com os movimentos da cauda do animal a broxa ia borrando a tela. A coisa fantasmagórica resultante foi exposta como um supremo arrojo da escola cubista, e proclamada pelos mistificadores como verdadeira obra-prima que só um ou outro raríssimo espírito de eleição poderia compreender. Resultado: o público afluiu, embasbacou, os iniciados rejubilaram e já havia pretendentes à tela quando o truque foi desmascarado.” 

* Paranoia e mistificação. Monteiro Lobato. O Estado de São Paulo, 20-12-1917.






quinta-feira, 21 de setembro de 2023

SERIAM OS VELHOS ALMOFADINHAS OS PRECURSORES DA GERAÇÃO NUTELLA HÁ 100 ANOS ATRÁS?

 Um livro lançado em 1932, "Passadismo e Modernismo", da escritora Lola de Oliveira comenta o tipo almofadinha, surgido na década de 1920:

“É um almofadinha. Parece uma menina do século passado. Faz qualquer friozinho e ele está espirrando. Foi criado pela vovó. uma velha tão rica e atrasada que o trazia em pequeno, enrolado em flanelas e chales de malha. Nunca em sua vida entrou em uma piscina nem tomou um banho frio. Por isso é aquela moleza a se arrastar no meio desse turbilhão de S. Paulo.”  

O blog Cidade dos Melindres trás a definição do como surgiu e como era um autêntico almofadinha:

"O termo 'almofadinha' veio do habito de alguns homens do inicio do século, que ao viajarem sentados nos bondes de banco de madeira pela cidade, ficavam com as nádegas doendo por conta dos saltos causados pelos inúmeros buracos na estrada, passando então a trazerem consigo cada qual uma 'almofadinha' de casa, para repousar o traseiro durante a viagem, evitando assim machucar sua poupança. A prática não foi tão bem vista por todos os homens. Tanto que a figura do almofadinha era por muitos considerada feminizada. Estes rapazes se barbeavam bem, e perfumavam-se, desenhavam seus bigodes pequenos, usavam calças mais apertadas e curtas. Os almofadinhas eram constantemente ridicularizados nas charges de revistas da época, e estavam sempre à cola de alguma bela melindrosa."

Enfim, amigos, os almofadinhas foram ou não foram precursores dos modernos jovens da Geração Nutella?...

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quinta-feira, 17 de agosto de 2023

MISOFONIA, A AVERSÃO A CERTOS RUÍDOS, QUE INCOMODAM DETERMINADAS PESSOAS


Meus Deus, mas como essa gente das produções bíblicas da TV Record tomam água o tempo inteiro! Não há uma cena dentro de uma casa ou palácio que não tenha uma pessoa pegando uma bilha d'água e enchendo um copo!!! Toda cena interna que aparece acontece isto! 

O problema é que eu não suporto ouvir copos sendo enchidos com um líquido qualquer , não sei por que, e o mais estranho é que isto só ocorre quando assisto TV, mas "ao vivo", no dia-a-dia nada acontece!...

Os cientistas dizem que isto é o distúrbio chamado Misofonia, ou, como eles dizem: "uma condição em que há uma forte aversão a certos sons, em resposta aos quais a pessoa relata experiências emocionais desagradáveis e excitação autonômica." 

Pode?!...

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sexta-feira, 21 de julho de 2023

50 ANOS DO LANÇAMENTO DO DISCO “KRIG-HA, BANDOLO!” DO RAUL SEIXAS:

Dia 21 de julho de 1973: lançamento de "Krig-ha, Bandolo!, culminando com um show no teatro Tereza Rachel neste mesmo dia. A revista Rolling Stone Brasil  divulgou uma lista dos 100 maiores discos da música brasileira, na qual “Krig-Ha, Bandolo!” ocupou a 12ª posição. Em setembro de 2012, foi eleito pelo público da Rádio Eldorado FM, do portal Estadao.com e do Caderno C2+Música (estes dois últimos pertencentes ao jornal O Estado de S. Paulo) como o quinto melhor disco brasileiro da história. Já a revista Bravo elegeu, em 2008, “Ouro de Tolo” ─ a carro-chefe do disco ─ a 50ª principal música nacional da história. Um ano antes, a mesma revista Rolling Stone Brasil foi ainda mais enfática: colocou essa faixa de Raul na 16ª posição entre as maiores criações musicais do nosso país. 


Na verdade, um compacto com “Ouro de Tolo” e “A Hora do Trem Passar” (compacto simples, abril 1973, Philips, Nº 6069076) já havia sido lançado em abril deste ano. Nesta gravação, em vez de Raul cantar “Corcel 73” ─ como na versão do vinil que viria a ser lançado em 21 de julho próximo ─, Raul canta “Carrão 73”. Com o sucesso desse compacto, a gravadora precisou prensá-lo duas vezes para suprir os pedidos das lojas, e já na primeira semana vendeu 60 mil cópias. “Ouro de tolo” é o nome que se dava na Idade Média às promessas de falsos alquimistas, e numa aparição sua no programa Flávio Cavalcanti (de que falarei adiante), logo após o sucesso da música, o Raul explicou: “Ouro de tolo é um termo usado em Geologia para designar uma pedrinha chamada Pirita, que parece ouro mas não é.” Com o sucesso de Raul, o dono da gravadora CBS - onde Raul trabalhava gravara às ocultas “Sociedade da Grã-Ordem...” e fora demitido por isto ─ se sentira arrasado, do mesmo modo que os executivos da gravadora inglesa Decca, que ficaram traumatizados após esnobar os Beatles e estes explodirem em outra gravadora. A título de curiosidade, o polêmico cantor Geraldo Vandré havia voltado do exílio quatro dias antes do lançamento do “Krig-ha, Bandolo!”, ou seja, em 17 de julho  de  1973, lembrando também que o primeiro LP dos Secos & Molhados seria lançado 16 dias depois do disco do Raul, ou seja, no dia 6 do mês de agosto.

Assim como os escritores Monteiro Lobato e Arthur Azevedo, Raul Seixas não deixou descendentes diretos, não filiou-se a escolas ─ tinha seu nicho próprio ─, nem alinhou-se com as correntes estéticas, sendo fiel a si mesmo. Por assim dizer, foi um artista único e isolado, não pertencendo à igrejinhas, jamais circunspecto à panelinhas, clube dos bolinhas e afins. Raul evitou ortodoxias musicais e pautou-se pelas leis do próprio temperamento. Diria que Raul granjeou fama e sucesso de uma maneira que pareceu isolá-lo numa faixa única de celebridade. 

                                                                                                                        * Wenilton Luís Daltro


segunda-feira, 10 de julho de 2023

PIZZA DE COXINHA?!... LAMORDEDEUS! VALEI-ME!...


Carioca comer pizza com catchup vá lá, mas uma coisa é ser criativo e ter bom-gosto e outra, é ser ridículo e sem-noção. Daí que o infeliz acha que está inventando algo que, culinariamente falando, é um manjar dos deuses, e, na verdade,  é uma mixórdia de um mau-gosto extremo!... Não sei quem foi o cretino no Brasil que inventou essa porra, mas os italianos, se verem isso, devem rolar no chão de certos brasileiros "mestre-cucas"!...

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LIXO MUSICAL EM ASCENÇÃO!...



Em especial no Brasil, a música moderna começou a se desmaterializar com a massificação do MP3 e os recursos eletrônicos de gravação caseiras no começo do século 21. Hoje, há setores da música que estão se desinstrumentalizando, um tipo de música vulgar - se é que você pode chamar de música - onde ninguém mais toca instrumento algum para compor: a pessoa aperta um botão e a música já sai pronta e é só colocar a mesma melodia vocal de sempre naquela base monocórdica…. Daí, aquela mesmice rítmica que dá no saco, aquela manifestação “cultural” onde ninguém precisa ser artista e ter talento musical e literário, aquelas letras típicas do mais puro analfabetismo funcional. A única coisa que se usa de humano e musical é a voz, mas como todos tratam-na com o maldito efeito Auto-Tune - uma verdadeira praga da música moderna -, ironicamente, todas as vocalizações das músicas gravadas sem nivelaram, não sendo possível distinguir quem é o cantor pelo timbre (de todo modo, as vozes são simplesmente horríveis, voz de mano mané…). Assim, ninguém mais precisa ter voz bonita para cantar - se é que você pode chamar de canto aquela aberração. E dá-lhes funk, esse lixo à serviços da alienação musical, quando não do crime e da depravação sexual, objetificano a mulher. E não é só funk não que vem sofrendo esse processo: tem rave pancadão, muito pop moderno e sertanejo universitário e suas ramificações bregas!

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