sexta-feira, 21 de julho de 2023

50 ANOS DO LANÇAMENTO DO DISCO “KRIG-HA, BANDOLO!” DO RAUL SEIXAS:

Dia 21 de julho de 1973: lançamento de "Krig-ha, Bandolo!, culminando com um show no teatro Tereza Rachel neste mesmo dia. A revista Rolling Stone Brasil  divulgou uma lista dos 100 maiores discos da música brasileira, na qual “Krig-Ha, Bandolo!” ocupou a 12ª posição. Em setembro de 2012, foi eleito pelo público da Rádio Eldorado FM, do portal Estadao.com e do Caderno C2+Música (estes dois últimos pertencentes ao jornal O Estado de S. Paulo) como o quinto melhor disco brasileiro da história. Já a revista Bravo elegeu, em 2008, “Ouro de Tolo” ─ a carro-chefe do disco ─ a 50ª principal música nacional da história. Um ano antes, a mesma revista Rolling Stone Brasil foi ainda mais enfática: colocou essa faixa de Raul na 16ª posição entre as maiores criações musicais do nosso país. 


Na verdade, um compacto com “Ouro de Tolo” e “A Hora do Trem Passar” (compacto simples, abril 1973, Philips, Nº 6069076) já havia sido lançado em abril deste ano. Nesta gravação, em vez de Raul cantar “Corcel 73” ─ como na versão do vinil que viria a ser lançado em 21 de julho próximo ─, Raul canta “Carrão 73”. Com o sucesso desse compacto, a gravadora precisou prensá-lo duas vezes para suprir os pedidos das lojas, e já na primeira semana vendeu 60 mil cópias. “Ouro de tolo” é o nome que se dava na Idade Média às promessas de falsos alquimistas, e numa aparição sua no programa Flávio Cavalcanti (de que falarei adiante), logo após o sucesso da música, o Raul explicou: “Ouro de tolo é um termo usado em Geologia para designar uma pedrinha chamada Pirita, que parece ouro mas não é.” Com o sucesso de Raul, o dono da gravadora CBS - onde Raul trabalhava gravara às ocultas “Sociedade da Grã-Ordem...” e fora demitido por isto ─ se sentira arrasado, do mesmo modo que os executivos da gravadora inglesa Decca, que ficaram traumatizados após esnobar os Beatles e estes explodirem em outra gravadora. A título de curiosidade, o polêmico cantor Geraldo Vandré havia voltado do exílio quatro dias antes do lançamento do “Krig-ha, Bandolo!”, ou seja, em 17 de julho  de  1973, lembrando também que o primeiro LP dos Secos & Molhados seria lançado 16 dias depois do disco do Raul, ou seja, no dia 6 do mês de agosto.

Assim como os escritores Monteiro Lobato e Arthur Azevedo, Raul Seixas não deixou descendentes diretos, não filiou-se a escolas ─ tinha seu nicho próprio ─, nem alinhou-se com as correntes estéticas, sendo fiel a si mesmo. Por assim dizer, foi um artista único e isolado, não pertencendo à igrejinhas, jamais circunspecto à panelinhas, clube dos bolinhas e afins. Raul evitou ortodoxias musicais e pautou-se pelas leis do próprio temperamento. Diria que Raul granjeou fama e sucesso de uma maneira que pareceu isolá-lo numa faixa única de celebridade. 

                                                                                                                        * Wenilton Luís Daltro


segunda-feira, 10 de julho de 2023

PIZZA DE COXINHA?!... LAMORDEDEUS! VALEI-ME!...


Carioca comer pizza com catchup vá lá, mas uma coisa é ser criativo e ter bom-gosto e outra, é ser ridículo e sem-noção. Daí que o infeliz acha que está inventando algo que, culinariamente falando, é um manjar dos deuses, e, na verdade,  é uma mixórdia de um mau-gosto extremo!... Não sei quem foi o cretino no Brasil que inventou essa porra, mas os italianos, se verem isso, devem rolar no chão de certos brasileiros "mestre-cucas"!...

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LIXO MUSICAL EM ASCENÇÃO!...



Em especial no Brasil, a música moderna começou a se desmaterializar com a massificação do MP3 e os recursos eletrônicos de gravação caseiras no começo do século 21. Hoje, há setores da música que estão se desinstrumentalizando, um tipo de música vulgar - se é que você pode chamar de música - onde ninguém mais toca instrumento algum para compor: a pessoa aperta um botão e a música já sai pronta e é só colocar a mesma melodia vocal de sempre naquela base monocórdica…. Daí, aquela mesmice rítmica que dá no saco, aquela manifestação “cultural” onde ninguém precisa ser artista e ter talento musical e literário, aquelas letras típicas do mais puro analfabetismo funcional. A única coisa que se usa de humano e musical é a voz, mas como todos tratam-na com o maldito efeito Auto-Tune - uma verdadeira praga da música moderna -, ironicamente, todas as vocalizações das músicas gravadas sem nivelaram, não sendo possível distinguir quem é o cantor pelo timbre (de todo modo, as vozes são simplesmente horríveis, voz de mano mané…). Assim, ninguém mais precisa ter voz bonita para cantar - se é que você pode chamar de canto aquela aberração. E dá-lhes funk, esse lixo à serviços da alienação musical, quando não do crime e da depravação sexual, objetificano a mulher. E não é só funk não que vem sofrendo esse processo: tem rave pancadão, muito pop moderno e sertanejo universitário e suas ramificações bregas!

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