terça-feira, 28 de julho de 2009

Jornais HIT POP para baixar

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Dando continuidade ao meu nada mole trabalho de digitalização desse importante documento cultural que foi a revista setentista Geração POP, também estou escaneando os exemplares do jornal HIT POP que possuo, jornais estes que eram suplementos avulsos que fizeram parte da revista por um período, e depois foram incorporados à ela até desaparecerem na fase final desta revista, que durou durou 82 edições, de novembro de 1972 a agosto de 1979.
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Nele, podíamos checar as resenhas dos mais importantes discos lançados, letras de músicas, hit parade das rádios do Rio de Janeiro e São Paulo, bem como entrevistas, agenda de shows e novidades sobre os artistas em geral.
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HIT POP, fevereiro 1974, 8 páginas.
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Destaque para a explosão do fenômeno Secos & Molhados.
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Jornal HIT POP, outubro 1974, 8 páginas.
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Destaque para matérias com Jackson Five!
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Jornal HIT POP, out. 1973, 8 páginas.
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Jornal HIT POP, jan.1974, 8 páginas.
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Jornal HIT POP, set. 1974, 8 páginas.
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Aguardem, mais jornais em breve e o exemplar Nº 12 da revista POP de outubro de 1973!
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Vá dois tópicos abaixo e acesse para ler e baixar:


UMA GRANDE REVISTA SETENTISTA, A “GERAÇÃO POP”
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quinta-feira, 23 de julho de 2009

MINHAS NOVAS FRASES DE HUMOR

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FRASES QUE NÃO SE OUVE POR AÍ

A felicidade do Tristão foi a tristeza do Felício.

Só falta o Edu tirar o calção, que falta de educação!

Foi dormir com a Celeste e acordou nos braços da Aurora.

“Enterra esse cego que nem um repolho!”, berrei.

Pó Pará, mano, é farinha de Belém!

Com comichão de comer terra, comi terra do chão.

Algo doce dão: algodão doce!

A sorte do Baltazar foi o azar do Consorte.

Fiz jus ao Celino: cobri cheque.

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"NA FORQUILHA ONDE A CORUJA FAZ O NINHO"

A coruja buraqueira está para o goleiro, assim como o quero-quero está para os jogadores de linha.

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ATINAÇÕES EM TEMPOS DE EFEMÉRIDES ESPACIAIS E CIENTÍFICAS

O darwinismo é um pequeno passo para o macaco, mas um grande salto para a humanidade.

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AOS MODOS DO CHICO ANÍSIO

O vento faz bem para a saúde: apaga o fósforo do cigarro que se quer acender.

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POR ONDE TEM SAUDADE...

Viúva curitibana vai fazer um diamante com as cinzas do marido. Ufa, pensei que faria um vibrador!...

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PÃO E CIRCO

Os pizzaiolos estão para os palhaços, assim como os “pizzaiolos” estão para os “palhaços”.

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FÁBULA

Quem nasceu para tartaruga nunca chega a ser águia, mas, às vezes, a águia leva a tartaruga para dar um passeio, e a joga lá cima...

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ATINAÇÕES

Perfume não sai na foto, mas que influencia na pose, ah, isso influencia.

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NEOLOGISMO

Mar de almirante: mar muito calmo (em oposição à “céu de brigadeiro”).

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NÃO CONFUNDA

Não confunda os 66 anos da Marta Rocha com os anos de marcha na Rota 66.

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CRÍTICA

Tem ouvidos de cobra naja para música.

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COMO DIRIA O SAFADO DO MOZART

Sou filho da pauta que me pariu.

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OSTEOPOROSE

A carne é fraca; e o osso também.

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HAI CAI

Tá prá nascer

o cachorro que vai reclamar

de um “osso duro de roer”.

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CUIDADO!

Não faça de seu corpo uma arma, o kamikase pode ser você.

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NÃO CONFUNDA

Não confunda o cabra na cena de morte com a morte macabra do Senna.

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PRAGAS ABRANDADAS

Vá para o relâmpago que te ilumine!

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COISA DE LOUCO

A desgraça (e o bife) vem a cavalo, a mula sem cabeça e o frango à passarinho.

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NAS ENTRELINHAS

A estratagema do ovo não é bem clara.

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MEU EPITÁFIO

Vermes, cheguei!

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ATINAÇÕES

A maçã da Branca de Neve, uma malsã do amor.

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NÓIA

Tinha tanto pavor de exame da próstata, que quando lhe falaram em inclusão digital ele saiu correndo.

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ALIÁS...
Nos tempos em que se cantava: "Não temais ímpias falanges...", ninguém falava em exame de próstata...

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EFEITO GOODYEAR

É mais que um nego, é um nego com ócio, é um negócio.

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PATIFES...

Eu tenho duas amigas:

A Patty e a Betty Faria

E eu sei que uma das duas,

Um dia, me aprontaria.

E se a Betty não o fizesse,

Eu sei, a Patty faria.

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CONJUGAÇÃO

Eu aspiro

Tu respira

Ele transpira

Nós conspiramos

Vós suspirais

Eles expiram

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VALE DA MORTE

Árvore em Cubatão é que nem pirulito: acaba no palito.

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SUTIS DIFERENÇAS

No Judaísmo, ‘a cabra tem barba, mas a barba não faz dela um rabino’. No Cangaço, o cabra tem barba, mas a barba não faz dele um cabrito.

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ANTEDILUVIANA

O que os fabricantes de armas atômicas não perceberam ainda é que os inseticidas são mais eficientes que as bombas atômicas. Oras, bombas atômicas não matam baratas!

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segunda-feira, 13 de julho de 2009

UMA GRANDE REVISTA SETENTISTA, A “GERAÇÃO POP”

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Ler essa revista não é voltar ao passado,
mas sim reconhecer que o passado não é 
obrigatoriamente substituído pelo presente
apenas pelo frescor do seu tempo, mas sim
pelo frescor de sua criatividade.”
(Ludmilla Rossi, 2009)



É um consenso nos meios midiáticos de que a década de 1970 tornou-se um marco cultural do século XX, principalmente para os jovens – foi quando no Brasil surgiram as primeiras publicações destinadas aos rockeiros. Nesta época pré-internet, em se falando da mídia escrita, essas revistas específicas eram os únicos meios de os jovens de então obterem maiores informações sobre bandas e discos lançados. Na esteira dessa avalanche conhecida como “cultura pop”, em princípios dos anos 70, a Editora Abril lançou a revista Geração Pop, publicação que durou 82 edições – de novembro de 1972 (foto) a agosto de 1979 –, e influenciou uma geração não só de jovens, mas de artistas, jornalistas, editores, estilistas e outros setores envolvidos com a arte e cultura. Esta revista foi um marco editorial do período, pois não houve no Brasil uma publicação que retratasse tão bem e de maneira diversificada as tendências de uma década riquíssima culturalmente falando, década esta ainda hoje tão cultuada e imitada. 

Propaganda da Pop num exemplar de revista Veja de 6 de junho de 1973:


O internauta Márcio Baraldi, do blog Arca do Barata, escreveu sobre estes tempos “deficientes”:

“O difícil era que a gente tinha que esperar ao menos um mês a chegada da edição da revista na banca de jornais perto de casa para ficar sabendo dos lançamentos das nossas bandas prediletas... Lá fora, pois aqui também lançamentos de discos demoravam um ou mais anos para chegarem.”

Também conhecida apenas como Pop, já que o logotipo punha esta palavra em destaque, era basicamente um veículo de música pop. Hoje é considerada uma publicação antecessora da BIZZ no jornalismo musical da Editora Abril, revista semelhante extinta recentemente, em agosto de 2007. Comparadas, a tendência da Pop era mais comportamental, e não se prendia somente ao rock, mas a outros estilos populares da música jovem, como a soul music e a discoteque, o pop romântico, e também a MPB. Muitos outros assuntos de interesse dos jovens eram encontrados nesta revista, abordando temas como sexo, misticismo, moda, fotografia, cinema, aparelhos de som, sugestões de LPs, livros, hit parade, carros e motos, esporte radicais como o surf e o skate, e muito antes de qualquer publicação especializada, talvez a Pop tenha sido a primeira a abordar estes dois últimos esportes. Diversos nomes importantes do jornalismo passaram por ela, como Caco Barcelos, Ezequiel Neves, Júlio Barroso, Okky de Souza, Leon Cakoff, Pink Wainer (filha da Danuza Leão), o fotógrafo Mauricio Valadares, José Emilio Rondeau, Ana Maria Bahiana, Peninha Shimidt, o DJ Big Boy, o escritor e produtor Nelson Mota, etc.
Surpreendente notar na revista que, em matéria de visual de moda jovem e comportamento, há fotos, p. ex. de jovens em praias, surfistas e garotas “cocotas” de biquíni que parecem ter sido feitas hoje, embora haja coisas datadas. Veja estas fotos do ano 1976/77, portanto, há mais de 30 anos atrás e confira: ou os anos 70 estavam à frente de seu tempo ou o século 21 não evoluiu muito nesse quesito... Dúvida do que afirmo? Pois então, folheie uma revista da década de sessenta com cenas praianas, e você vai ter de rever suas opiniões...
Para provar que a revista ainda causa impacto, leia esse depoimento da blogueira Ludmilla Rossi:

“Voltando a revista Geração POP, minha mãe me trouxe essas revistas, sobre as quais eu jamais tinha ouvido falar. Sou de 82, a revista nasceu uma década antes de mim, em 1970 pela Editora Abril. Me emocionei ao abrir os exemplares e meus olhos encontrarem a estética que eu facilmente adotaria hoje para viver. Me senti mais confortável e ambientada com o mundo que eu encontrei na Geração POP do que o que eu encontro na NOVA.
(...) Depois de 36 anos, que mantiveram sacos plásticos e a rotina afastando as revistas dos meus olhos, a Geração POP não conseguiu acompanhar as tendências musicais atuais. Mas ela nunca precisou mesmo fazer isso. Ela encontrou seu nicho, chegou ao seu target com um atraso de quase quatro décadas. A maior parte dos artistas presentes em suas páginas não deveriam ser substituídos por tendências atuais. Ler essa revista hoje não é voltar ao passado, mas sim reconhecer que o passado não é obrigatoriamente substituído pelo presente apenas pelo frescor do seu tempo, mas sim pelo frescor de sua criatividade. Tomorrow may be even brighter than today.
(Eu disse, maybe).”


Sobre o desaparecimento da revista, curiosamente, o site Observatório afirmou que

“A decadência da revista se deu porque ela não conseguiu acompanhar as tendências musicais atuais. Sobre o punk rock, arriscou-se a fazer matéria fictícia, com dois meninos de rua, aparentando pivetes, que seriam integrantes de um inexistente grupo de punk rock. Foi sua sentença de morte.”



A princípio, achei que essa informação podia não ser verídica, já que a citada matéria não foi publicada no último exemplar lançado o de Nº 82, de agosto de 1979, mas o blog Lágrima Psicodélica trouxe o seguinte:

“Entre as curiosidades que volta e meia saíam na Pop, (...) uma reportagem com a primeira banda punk de São Paulo, Os Filhos da Crise. Filhos da Crise?
Segundo Antonio Bivar, o grupo nunca existiu: alguém da revista deve ter pego uma foto num arquivo qualquer e lançado o factóide. Haviam alguns punks no Brasil sim, mas eles ficariam na encolha até pelo menos 1982. E como não havia internet, as gangs de punks espalhadas pelo país não sabiam que não eram as únicas.”



Uma tese de pós graduação, de autoria de Cassiano Scherner, da PUCRS, intitulada “A questão da crítica musical nas revistas musicais brasileiras especializadas em rock” (2008), traz a seguinte justificativa para o desaparecimento da revista:

“Até o presente momento, das duas revistas analisadas (Rolling Stone e GeraçãoPOP), percebemos que as matérias sobre o rock brasileiro eram bastante inferiores em relação ao rock estrangeiro. Isto confirma uma tendência da época, que denominamos de “Pós Tropicalismo”, onde ainda era muito incipiente falar em rock brasileiro no sentido de buscar um caráter voltado para a indústria cultural, como era no estrangeiro. Pelo contrário, apesar de buscar focar no mercado jovem, este mercado não existia, fosse ligado pelo rock ou por outras formas de consumo. Eis, portanto, a razão que ambas as publicações não terem tido longa longevidade no mercado editorial voltado para a música jovem no Brasil dos anos 70. ‘Juventude nos anos 70 não dava ibope’, afirmou um jornalista (Okky de Souza)) que integrou a revista Geração Pop’. Ressaltamos que pelo fato da pesquisa ainda estar em andamento, outros resultados ainda irão surgir e que deverão ser incluídas em futuras avaliações.”

Enfim, esta é uma revista que deixou muitas saudades, e eu fui um desses garotos que não via a hora de, todo início de mês, ir buscar ansiosamente o meu exemplar nas bancas. Depois, era só ir à loja de discos e comprar os discos anunciados. Devo muito à Pop, pois muito do literato que hoje sou devo às suas leituras. Lembro-me que à ela fui apresentado por um primo meu, o Donizete Rocha – que andava com meus irmão mais velhos. Na casa dele vi pela primeira vez um quarto com as paredes recheadas de posters de bandas de rock, carros, motos, gatinhas, e eu pirei! O Doni a comprava mensalmente, e, em sua casa, folheando suas revistas passei a comprá-las também. Fiz besteiras imperdoáveis: além dos números que eu mesmo comprei, ganhei muitos exemplares antigos de outros amigos, e, quem sabe se hoje eu não tinha a coleção completa, mas ocorreram alguns problemas com “amigos” e perdi diversos números, infelizmente.

e, quem sabe, eu tinha a coleçnehi duas coleçbncasocha, que a comprava mensalmente e tinha seu quarto recheado de posters.
Vou postar aqui um presente para os leitores, um exemplar desta revista (nº 2, out. 1972, 106 páginas), que, trabalhosamente, eu escaneei e transformei em arquivo pdf para facilitar a leitura. Asseguro que folheá-la (e lê-la...) é uma agradabilíssima e nostálgica viagem no tempo. A propósito, os números remanescentes que possuo são estes: 2, 3, 7, 12, 13, 16, 17, 20, 28, 31, 33, 39, 41, 48, 53,58, 60, 62, 67, 68, 69, 74, 75, 77, 80 e 82. Esse 26 exemplares valem ouro e guardo-os como um tesouro! Além disso, tenho inúmeros exemplares do jornal Hit Pop que vieram encartados numa certa fase da revista, e que pretendo escanear também.
Aos poucos, sem compromisso, irei postar outros exemplares da Pop conforme for escaneando-os. Valer dizer que, apesar de trabalhoso, foi gratificante no final ver a revista pronta em pdf. Aliás, para uma preciosidade como essa, digitalizá-la é o mínimo que se pode fazer para sua preservação, além da importância de se divulgá-la às novas e as posteriores gerações que não tiveram a felicidade de viver essa época deslumbrante.

Link para baixar o exemplar nº 2, out. 1972, 106 páginas da revista POP:


Seria de grande valia se os leitores que possuem os números que não tenho, também fizessem o mesmo e disponibilizassem suas revistas escaneadas na internet. O programa usado no trabalho foi o PhotoPaint, com 220 dpi de resolução e recurso de "equalização automática" das imagens, além de passar o filtro "remoção de pontilhados" se necessário. Os interessados na empreitada, por favor me contatem.

Leia mais sobre a POP no Orkut:



Na Internet:

http://velhidade.blogspot.com/

Algumas imagens que marcaram:

















Rita Lee e O Terço

















Rick Wakeman e Pink Floyd















Nektar e Led Zeppelin

















Led Zeppelin

















Made in Brazil


* Clique nas imagens para melhor visualizá-las.
9 fontes - consultar autor
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domingo, 5 de julho de 2009

PEQUENO TRIBUTO (E CRÍTICA) AO GÊNIO DA MUSIC POP

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Antes de mais nada, gostaria de afirmar que não sou fã de carteirinha do Michael Jackson (sim, o Michael, o sujeitinho responsável por milhares de jovens chamados Maicons no Brasil), principalmente nessa fase "morpho" - a de uma nova cara à cada disco lançado -, tampouco fui um dos que compraram um dos 105 milhões de exemplares vendidos do imbatível "Thriller". Tenho um LP de grandes sucessos dele, da fase inicial, e é tudo. O Michael Jackson que curti se restringe basicamente à essa sua fase, época das belíssimas "Happy", "Ben", "I'll Be There", "One Day Your Life", "Music and Me", "Got To Be There", músicas fantásticas que foram a trilha sonora de minha meninice, e a do Obama também, pois nascemos no mesmo ano... Mas gosto também e alguns discos iniciais da fase adulta.



Oriundo de uma fase de transição na carreira de Michael, o clipe dessa música, "Don't Stop 'Til You Get Enough" (sim, a música tema do Vídeo Show), lançada em 1979 no primeiro álbum solo, "Off The Wall" (foto), é o primeiro grande vídeo-clip da maioridade física e artística do Michael Jackson, e desnecessário dizer que por trás disso tudo estava o dedinho mágico do grande arranjador Quincy Jones. Esta música , inclusive, abre o disco e é um dos dois singles que alcançaram o topo das paradas norte-americanas. A canção rendeu ainda o primeiro Grammy da carreira do Rei do Pop, na categoria “Desempenho Vocal R&B Masculino”. Aliás, nesta música, quem faz a percussão é o músico brasileiro Paulinho da Costa, considerado por Michael como o maior percussionista do mundo.


Neste vídeo, é um prazer vê-lo dançando comedidamente, com sutileza, se curtindo, à vontade, senhor de si e felicíssimo, esboçando um inconfundível ar de iluminado - prenúncio do artista gigante que estava se solidificando. Michael esbanja elegância e simpatia, e com um carisma imbatível, próprio dos melhores cantores de soul e rhythm'n blues que o antecederam, e nada daquele cantor "bad" com cara de bravinho e histrionismo exagerado.

Coincidentemente, sempre que via Michael nesta sua última mutante fase morpho, de chapéu, cabelos longos, calça pula-brejo, terno preto de mangas curtas sobressaindo as mãos de dedos finos e longos, etc, sempre me vinha à lembrança a imagem clássica do espantalho do Mágico de Oz. É não é que ele interpretou esse personagem no musical "The Wiz em 1978! Neste vídeo-clip de 1979, ele pouco lembra o tal espantalho, mas curiosamente veio se transformando nele ao longo dos anos com a modificações físicas a que se submeteu. Interessante seria, dentre tantos clones morpho espalhados pelo planeta, ver algum sósia do Michael na fase "Out of All", mas o problema é que a maioria não iria reconhecê-lo... À propósito, vi no Estadão que o humorista Tutty Vasques comparou esse visual do Michael à um "Moreira da Silva de luto"... O Tutty é foda!

Dentre as várias imagens que o visual de Michael suscita, outra que me veio à cabeça depois que vi uma foto recente dele - aquela com uma barbinha mal feita -, foi a do personagem Zira do filme Planeta dos Macacos, aliás, eu estava caçando imagens para fazer uma fotomontagem comparativa da semelhança, e já havia uma na internet, pois a pessoa chegara à mesma conclusão que a minha... O irônico disto tudo, por mais incrível que pareça, é que o Michael estava mais para a macaca Zira na atual frase branca, do que na original quando era negro e tinha o nariz achatado... Vá entender!...


Tem outra: eu não concordo com a denominação "moonwalk" (andar da lua) - a dança inventada por ele - pois na lua ninguém anda mas salta, e os 40 anos da missão Apolo 11 estão aí para confirmar o fato... Aliás, o Toni Tornado - o "dinossauro do funk" - já deslizava pelo chão de modo quase semelhante (vide "V Festival Internacional da Canção", no Maracanãzinho, interpretando "BR-3"). A propósito, não era o dançar do Michael que imitávamos quando meninos, mas o do grande (em ambos os sentidos) Toni Tornado, que, na época, era uma verdadeira sensação entra a juventude brasileira. Para ser mais preciso e justo, o irado guitarrista Wayne Kramer, da maluca banda MC5, já fazia passos assim em 1969; basta ver os shows "July 19th, 1970 LIVE Widescreen" que se encontram no YouTube.

E, em se falando de "moon", se há algo de lua na carreira do Michael além de
Thriller, é o fato de que ele se transformou fisicamente seguindo fielmente a cartilha da Celly Campello, tomando banho de lua para ficar branco como a neve, no que veio, com todo o respeito, ficar parecido com uma boneca de porcelana... (outra imagem...). Opiniões à parte, eu fico com sua fase "Black Pearl", quero dizer, a fase setentista, à la Jovelina Pérola Negra...

Curiosamente, no clipe acima, ele diz à certa altura: "Estou derretendo (estou derretendo) como cera quente de vela". Pois foi exatamente isto que parecia estar acontecendo ultimamente com ele após tantas plásticas!... Vá entender a "Human Nature" do proprio homem que compôs este hit!... Apesar de parecer que pouco depois ele tenha feito uma plástica no nariz, foi muita insensatez dele não ter mantido essa "versão" física de 1979 como a definitiva, pois desta para a última, nota-se que são duas pessoas completamente distintas... A gente analisa e acaba ficando até com uma certa pena de ver os erros estéticos que ele cometeu. Veja abaixo, a fotomontagem que o jornal Daily Mail apresentou , que mostra como seria o rosto de Michael Jackson hoje, aos 50, porém, sem submeter-se a supostos tratamentos de branqueamento e cirurgias plásticas: não dá para acreditar que são a mesma pessoas - como se vê, ele só preservou o queixo... Aliás, plásticas transfigurantes como essa, devem deixar o traficante Abadia e o petista José Dirceu de queixo caído...

Curiosa e coincidentemente, dois dias antes de sua morte, o maestro Julio Medaglia, entrevistado por Jô Soares, criticou seu modo de dançar com ironia, além de falar em "guitarrinhas vagabundas". A Globo, por sinal, talvez em respeito à recente morte do astro, e poupando o maestro de duras críticas, retirou o trecho final do vídeo onde ele fazia sua irônica crítica...

Já nos anos 80, ele trazia ainda músicas que pareciam extraídas de discos da década anterior como a belíssima "Human Nature" (1982), minha música predileta de "Thriller". Dessa mesma década, das outras que tocaram na rádios, gosto de "Beat it" (1984), com a guitarra de Eddie Van Halen, e de "Bad" (1987), com aquela levada simples mas incrível de contrabaixo de bateria.

Mudando um pouco de assunto, não vi ninguém perguntar porque, apesar de todos os membros do Jackson Five serem maltratados pelo pai, só o Michael ter ficado com sequelas, à ponto de, criança, vomitar quando o pai aparecia à sua frente! Simples: é que o Michael tinha uma sensibilidade diferente da dos irmão - era mais frágil, se assim posso dizer -, e, por outro lado, não é à toa que ele foi o único a ser bem sucedido na banda - e a resposta é esta mesmo: questão de sensibilidade...

Enfim, com o passar dos anos e o distânciamento crítico, concluiremos o óbvio: o truísmo berrante e garrafal de que Michael Jackson ( na foto, em 1979) era um gigante sobre o qual só se pode falar por meio de superlativos, gênio único em sua arte - talvez venha se tornar o maior icone pop de todos os tempos -, e sua morte determina claramente o fim de uma era, e lembrando-se que ele representou "o apogeu comercial da era do long play (pré-CD) e o princípio da era do video", com sua morte se sacramenta a derrocada das grandes gravadoras, e talvez o surgimento de um cenário musical onde talvez inexistirão artistas versáteis e completos, como os grandes entertainers do show bizz do século XX. A propósito, o papa da Motown - o grande Berry Gord -, sentenciou: Michael, criou "aquilo que nunca tinha sido criado (...). Ele é simplesmente o maior entertainer que já viveu". Quincy Jones, por sua vez, disse: "Compartilhamos os anos 80, atingindo alturas que, afirmo humildemente, talvez jamais voltem a ser atingidas. (...) Foi o maior artista do planeta. (...) Em 50, 75, 100 anos, sua música será lembrada". Então, a pergunta que fica é: - Surgirão outros grandes astros pop de igual calibre, artistas completos e talentosos como ele? Para ficar num simples exemplo, relembro os pretensos rapazes do Oasis, que arrotaram grandezas e não conseguiram fazer nem 5% dos que os Beatles obtiveram. Gênios são gênios, ídolos eternos são ídolos eternos, e 15 minutos de fama é para quem tem pretensões e veleidades não condizentes com seu talento. E no Michael, o que mais surpreende é que, ao contrário da maioria dos artistas falecidos, não precisamos do distanciamento crítico que o passar dos anos normalmente requer para concluirmos o quão gigante e sensacional ele era.

Deus o Tenha.
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