Fazendo coro à postagem anterior, "A NATUREZA E A SENSIBILIDADE HUMANA", e cumprindo minha promessa de dar continuidade ao assunto, disponibilizo aqui uma jóia poética do sensibilíssimo poeta Olavo Bilac, "As estrelas", extraída do livro "Poesias Infantis", lançado no distante 1904.
Infelizmente, este livro está esgotado e jamais foi relançado relançado (pobres crianças...). Repare que o poema faz parte de um livro de poemas dedicado exclusivamente à meninada [coisa meio rara hoje em dia, em se falando de qualidade (e sucesso...)], mas, pareando-o com o célebre poema "Ouvir estrelas", ele não deve nada e é tão sensível quanto.
Infelizmente, este livro está esgotado e jamais foi relançado relançado (pobres crianças...). Repare que o poema faz parte de um livro de poemas dedicado exclusivamente à meninada [coisa meio rara hoje em dia, em se falando de qualidade (e sucesso...)], mas, pareando-o com o célebre poema "Ouvir estrelas", ele não deve nada e é tão sensível quanto.
As estrelas
Quando a noite cair, fica à janela!
E contempla o infinito firmamento.
Vê que planície fulgurante e bela!
Vê que deslumbramento!
Olha a primeira estrela que aparece
Além, daquele ponto do horizonte...
Brilha, trêmula e vívida... Parece
Um farol sobre o píncaro do monte.
Com o crescer da treva
Quantas estrelas vão aparecendo!
De momento em momento uma se eleva,
E outras, em torno dela, vão nascendo.
Quantas agora!... Vê! Noite fechada...
Quem poderá contar tantas estrelas?
Toda a abóbada está iluminada:
E o olhar se perde e cansa-se de vê-las.
Surgem novas estrelas imprevistas...
Inda outras mais despontam...
Mais acima das últimas que avistas,
Há milhões e milhões que não se contam...
Baixa a fronte e medita:
- Como, sendo tão grande na vaidade,
Diante desta abóbada infinita,
É pequenina e fraca a humanidade!
Belíssimo poema! Que vivíssimos déjà vu ele evoca! Basta lê-lo para... o Bilac que o diga: como não recordar aqui do belo quarteto do canto XXIX da série de poemas Via Láctea do Bilac:
Por tanto tempo, desvairado e aflito,
Fitei naquela noite o firmamento,
Que ainda hoje mesmo, quando acaso o fito,
Tudo aquilo me vem ao pensamento.
.
Quando a noite cair, fica à janela!
E contempla o infinito firmamento.
Vê que planície fulgurante e bela!
Vê que deslumbramento!
Olha a primeira estrela que aparece
Além, daquele ponto do horizonte...
Brilha, trêmula e vívida... Parece
Um farol sobre o píncaro do monte.
Com o crescer da treva
Quantas estrelas vão aparecendo!
De momento em momento uma se eleva,
E outras, em torno dela, vão nascendo.
Quantas agora!... Vê! Noite fechada...
Quem poderá contar tantas estrelas?
Toda a abóbada está iluminada:
E o olhar se perde e cansa-se de vê-las.
Surgem novas estrelas imprevistas...
Inda outras mais despontam...
Mais acima das últimas que avistas,
Há milhões e milhões que não se contam...
Baixa a fronte e medita:
- Como, sendo tão grande na vaidade,
Diante desta abóbada infinita,
É pequenina e fraca a humanidade!
Belíssimo poema! Que vivíssimos déjà vu ele evoca! Basta lê-lo para... o Bilac que o diga: como não recordar aqui do belo quarteto do canto XXIX da série de poemas Via Láctea do Bilac:
Por tanto tempo, desvairado e aflito,
Fitei naquela noite o firmamento,
Que ainda hoje mesmo, quando acaso o fito,
Tudo aquilo me vem ao pensamento.
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