segunda-feira, 11 de setembro de 2017

SURPREENDENTES CURIOSIDADES DA MPB!


Imagina que você seja compositor de renome, e que tenhas composto uma canção qualquer e ela fez parte da trilha sonora de uma novela de uma conceituada rede de TV, de modo que fez um sucesso relativo nas rádios, mas não à ponto de se fixar na memória da maioria. Ressalte-se que esta canção recebeu letra de um dos maiores poetas desse país. 

Poderia ser uma canção belíssima como "Coleção" do Cassiano, ou "How Cold I Know" do Raul Seixas, que integraram trilhas de novelas, e fizeram um sucesso mediano. Pois bem. Imagina agora, que, uma década depois, como num auto-plágio, você retome esta música, acrescente-lhe mais duas partes, e solicite à dois desconhecidos quaisquer que façam uma nova letra. Mais ainda, que você faça um belíssimo e marcante arranjo. 


Daí, você lança a "nova" música e ela explode em todas as rádios do país, se fixando como uma música eterna na memória do povo brasileiro, principalmente na memória das crianças. Pois essa canção já existe! Nada mais, nada menos que "Aquarela", lançada em 1983, de autoria de Toquinho, Guido Morra e Maurizio Fabrizio. A música da qual ele fez o auto-plágio chama-se "Uma Rosa em Minha Mão", da trilha sonora da novela "Fogo Sobre Terra", de 1973,na voz da cantora Marília Barbosa. 

Ouçam-nas!


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quarta-feira, 26 de julho de 2017

O PUNK E A CONTRACULTURA


Há quem o faça, mas não me agrada incluir o Punk na Contracultura. Penso que o Punk, tentando decretar a morte dos "dinossauros do rock" - do Rock Progressivo em especial - e até mesmo dos hippies - , não passou de um mero hiato entre a Contracultura e a Disco Music... Sua "filososfia" depunha contra discurso flower & power da Contracultura. Acredito que, na verdade, o Progressivo acabou por si mesmo - nenhum outro movimento o matou propositalmente. Por outro lado, é curioso que nem o Punk nem a Disco Music deram cabo do indestrutível Heavy Metal - e lá estavam o Sabbath, Led, Purple, Uriah Heep, Iron Maiden, Judas Priest, ScorpionS, Ufo, Van Hallen, e tantos outros, a todo vapor levando o movimento adiante. 

Os hippies (passados exatos 50 anos) parecem eternos; idem o Heavy Metal. Sim, sim, os punks sobrevivem, não como os hippies (um meio de vida), e o Punk, como movimento musical, está aquém do Heavy Metal, se assemelhando mais à "sobrevida" da Disco Music. 

Pretendiam eles, nos primórdios, retornar à raízes e resgatar a simplicidade do rock, num estilo de música de quem - diziam - não sabe tocar muito bem e não é escolado. O Pete Towshend, do The Who, na época deu 3 ou 4 anos de vida para o Punk - bateu na trave, pois a principal fase do movimento não durou mais que isso... Oras, se os punks queriam mesmo retornar às raízes, à simplicidade, porque não retornaram ao Blues, a raiz de tudo?!... Aliás, o Blues vem se mostrando imortal desde que surgiu entre os escravos plantadores de algodão nos EUA.... Já o Punk!...  - é o Green Day e mais quem mesmo?!...

AOS ORFÃOS DE TOM JOBIM.



Aos "orfãos" de Tom Jobim, - como este que vos escreve - gostaria de dizer para se "acalmarem", pois nem tudo está perdido: caso não saibam, ele deixou pelo menos três discípulos diretos que levaram o bastão do seu estilo adiante, e com muita catega e responsa! Vamos aos grandes!

1- Eduardo Gudin: um dos papas do movimento oitentista Lira Paulistana. Ouçam o seu ótimo disco "Balãozinho" (1986), e também "Eduardo Gudin & Notícias dum Brasil" (2006), "Luzes da mesma luz" (2001),"Eduardo Gudin & Vânia Bastos" (1989);

2- Nelson Ângelo: esse, um verdadeiro monstro da MPB, tremendo e diversificado compositor, que, infelizmente, poucos conhecem sua refinada obra. É espantoso que um artista desse quilate seja praticamente desconhecido no país! O estilo Jobim pode ser ouvido nos discos: "Times Square" (2014), "A Vida Leva" (1994), "Coisas de baladas" (2015), "Canções adultas" (2005).

3- Mário Adnet: ótimo compositor e, como Nelson Ângelo, com um trabalho diversificado. Além de compor dentro do consagrado estilo, tem discos com ótimas de releituras do mestre. Ouvir: "Rio Carioca" (2002), "Mvsica" (2006), "Pedra Bonita" (1995) e "Para Gershwin & Jobim" (1999).

* Obs.: são as músicas mais refinadas que se possa imaginar, coisas de gente do 1º escalão da MPB.