quarta-feira, 10 de setembro de 2008

DE ALICE COOPER À RESTART ou A EQUIVOCADA IMAGEM DO BRASIL: TERRA DE ÍNDIOS, COBRAS E ONÇAS!... (E MULHERES BONITAS!...)

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Até poucas décadas atrás, era comum a maioria dos países distantes terem um conceito totalmente equivocado sobre o Brasil, achando-o um país selvagem onde só havia mato, índios, cobras e onças. Esse mal é oriundo dos tempos coloniais, com os exploradores e cronistas dizendo coisas mirabolantes sobre o Brasil em seus livros lançados em seus países de origem. Muitas das gravuras antigas que foram retratadas em seu livros possuem imagens exageradas sobre nosso país, desvirtuando os costumes da cultura indígena.

Num livro escrito sobre o Brasil pelo pastor, missionário e escritor francês Jean de Léry (Côte-d'Or, c. 1536 - Suíça, c. 1613), encontra-se, desde a primeira edição de 1578, uma gravura na qual se distinguem diversas representações do fantástico, tais como dragões, demônios atacando os seres humanos e, bem caracterizando o "Novo Mundo", um enorme bicho-preguiça. Até mesmo os peixes voadores assumem proporções irreais em relação aos demais elementos da cena (ver graura abaixo).


Um dos poucos e pioneiros a falar bem do país foi o ex-presidente norte-americano Theodore Roosevelt, que ao ver Manaus na época da borracha, comparou-a às melhores cidades de sua terra, o que se deu em 1913. No entanto, em 25 de março de 1931, tivemos uma outra recaída quando o Brasil recebeu a visita de do Príncipe de Gales, o rei George e seu irmão Edward. Segundo a escritora Ivan Thaumaturgo, ambos vieram "fardados de branco, com capacetes, como se o Brasil fosse uma selva. Essa indumentária indignou nossa fibra patriótica. As pessoas comentavam que eles deveriam estar esperando desembarcar no meio de animais selvagens."

O famoso sertanista Hermano Ribeiro da Silva, nascido em Campinas, em excursão em ao interior de Goiás, em 1932, portanto no ano seguinte à vinda do rei George, procurou desmentir afama de o Brasil ser um país infestado de cobras:

“Ao subir a rampa, se não é Raimundo gritar em tempo, quase piso sobre uma jararacuçu. A gente, nos sertões, deixa de precaver-se das cobras porque somente aparecem com raridade. Semelhante fenômeno contradita o que geralmente se pensa lá fora, na visão que estabe­lece terrível e permanente ameaça das serpentes nas re­giões inóspitas do país. Aqui a multidão das seriemas, dos lagartos, dos pássaros cauãs e de tantos outros ini­migos das cobras combate-as incessantemente, de maneira que o perigo apenas existe em grau bastante reduzido. Em todas as excursões que realizei venho observando esse fato, que já Up. de Graff consignava no interessante livro sobre ‘Os caçadores de cabeças’, escrito no período dos 7 anos em que viveu na Amazônia. Afrânio do Amaral, o ilustre cientista que dirige o Instituto Butantã de São Paulo, escreve com a autoridade dos seus conhe­cimentos as seguintes palavras a propósito do assunto: ‘De acordo com as estatísticas do Instituto do Butantã, verifica-se que, ao contrário de estar diminuindo em São Paulo e no sul do Brasil em geral a densidade da po­pulação ofídica, parece que está aumentando pari-passu com o desenvolvimento agrícola que se tem observado nessa região. Efetivamente, há alguns anos eu venho mostrando, em trabalhos publicados na América do Norte e entre nós, que a crença de serem as nossas florestas infestadas de ofídios é absolutamente infundada, pois nelas esses répteis encontram muitos inimigos e inúme­ros concorrentes na luta pela vida. Logo, porém, que se derrubem as florestas e se iniciam as queimadas, e as culturas dos campos, não somente se destroem quase todos os inimigos das serpentes, mas também se propicia a vida, dos ofídios, core o estimulo que passa a receber a criação dos roedores. Esse fenômeno, observado em São Paulo e nos Estados vizinhos, foi por mim assinalado no sudoeste dos Estados Unidos e na América Central, e está sendo registrado na Austrália, em Dava, na Índia, no México e em outros regimes tropicais e sob-tropicais do lobo’.”

À esta altura, desnecessário dizer que o próprio Walt Disney criou o personagem Zé Carioca tendo uma visão "mexicana" do Brasil!... Cerca de 70 anos depois, os americanos continuavam se deliciando em mostrar o Brasil como um país selvagem. Em 2002, um episódio do desenho animado Os Simpsons mostrou o personagem Homer e sua família em férias pelo Rio de Janeiro. Encontraram uma cidade em que macacos circulavam livremente no meio da população... Para mim, isso, antes que um tremendo sarro, mostra o quanto é grande a burrice dos gringos a nosso respeito: está certo, temos índios e macacos aqui, mas não somos a Índia onde realmente os macacos vivem nas cidades em meio das pessoas!...

Quando os repórteres suecos entrevistaram o jogador Pelé na copa da Suécia em 1958, perguntaram para o rei se havia cobras no Brasil e se a capital era Buenos Aires... O que eles não se tocaram é que os tais “animais” estavam debaixo do próprio nariz deles: a nossa seleção totalmente composta por cobras da bola...

Parece mal de escocês: quando o rockeiro Dan McCafferty, cantor da banda escocesa Nazareth veio receber disco de ouro no Brasil, em 1975, pela vendagem do compacto “Love Hurts”, numa coletiva para a imprensa, surpreso pelas vendagens do disco em nosso país, ele disse: “Eu achava que aqui no Brasil não existisse nem vitrola!” ...
 

Em 1974, quando o midiático Hans Donner veio ao Brasil, e aqui arranjou um emprego na Globo, na Áustria “Todos diziam: você é louco de trocar a Áustria por um lugar de bananas e macacos”, recorda-se.


Quando a banda norte-americana Alice Cooper (foto) veio para shows no país em 1974, aprontaram os diabos no Rio e em São Paulo. O motivo da excursão ao Brasil estava ligado a um fato curioso (uma nova alienação...): Peter Shanaberg, o empresário da banda, "havia lido numa reportagem da revista Circus que o Candomblé era muito forte e popular no Brasil, e apostou que a imagem macabra de Alice iria atrair multidões aos seus shows, já que o identificaram como um mestre de cerimônias da magia negra! Um macumbeiro de respeito! (...) E os brasileiros o chamam de 'Demônio com a cobra'"...


Quanto aos suecos, o que eles precisavam saber é que, além dos cobras da seleção, houve uma outra cobra que aqui no Brasil deu o maior ibope: exatamente a jibóia do Alice Cooper... Neste mesmo ano, saía uma matéria na revista POP, onde uma garota baiana de Salvador, Rosana de Almeida, 16 anos na época, mostrava-se indignada com o que a revista Circus escreveu sobre a passagem de Alice Cooper no Brasil. Aqui, inédita na Internet, a polêmica matéria:

O BRASIL, SEGUNDO OS SOBRINHOS DA TIA ALICE

“O que eu tenho pra dizer é importante e interessa a todo mundo. Estou voltando dos EUA (morei alguns meses em Rochester, Michigan) porque não agüento mais de saudade daqui. Bem, mas vamos ao lance. Lá existe uma revista chamada Circus, que publi­cou uma reportagem sobre a excursão de Alice Cooper ao Brasil. O título? Alice Assaults Brazil! (Alice Ataca o Brasil!) Pra começar, eles falam do Brasil de um jeito que, quem lê, pensa que o nosso pais não passa de uma selva, com índios, cobras e feras. Não estou dando uma de patriota, mas o caso é que dá raiva ver esses caras dando uma idéia, completamente errada do que a gente realmente é. Eles dizem que na ‘Terra do Amazonas’ a macumba é uma religião ainda mais importante que o catolicismo, e que a vinda de Alice foi para nós o maior acontecimento, desde que os portugueses descobriram o Brasil, há quatro séculos (vejam só). E dizem mais: ‘São apenas dez horas daqui ao Rio de Janeiro de avião, mas dez anos no tempo. Para o rock. o Rio ainda está na Idade da Pedra. Contando com apenas dois ou três grupos de rock, a juventude daquele pais depende total­mente dos Estados Unidos’. E continuam: ‘A industria de discos na América do Sul é tão pobre, que os discos brasileiros só podem ser ouvidos três vezes, pois ficam tão es­tragados que têm de ser joga­dos fora’. E falam que a visita de Alice Cooper foi uma loucura, um escândalo, que até parecia que ele era um ser de outro planeta. Está certo, acredito que deve ter sido realmente uma loucura ver Alice, mas duvido que tenha sido esse escândalo que eles falaram. E mesmo que fosse, eles esquecem que lá fora é a mesma coisa, ou até pior: em abril, na Inglaterra, a loucura foi tanta num show de David Cassidy, que uma garota de 14 anos morreu de ataque cardíaco, e mil outras saíram feridas, pois queriam agarrar o homem de qualquer jeito... Os brasileiros é que são monstros, eles não... Enfim, essa é a idéia que eles têm aqui: uma terra de selvagens.”

E a POP acrescentava:

“O que a Circus não disse, Rosana, é que o ‘cavalheiro’ Alice Cooper e seu grupo de ‘civilizados ‘fizeram misérias e causaram mil estragos nos hotéis por onde passaram, em São Paulo e no Rio.”

Tem outra coisa que os suecos e norte-americanos não sabem: na década de 1950, muito antes da Tia Alice (como Alice Cooper era carinhosamente chamado no Brasil) vir desfilar aqui com sua jibóia, a gostosona da dançarina capixaba Luz del Fuego (Dora Vivacaqua) já barbarizava num palco dançando com uma jibóia... E tem mais, a belíssima Luz Del Fuego criou no Brasil o primeiro clube de nudismo de que se tem notícia, na ilha do Sol em Paquetá!... Esta, enfim, era a verdadeira entidade selvagem urbana que a Circus desconhecia...


E  já que falamos de rock aqui, convém lembrar do grande sucesso de Rita Lee, a música Luz Del Fuego, dedicada à polêmica dançarina:

“Eu hoje represento a loucura
Mais o que você quiser
Tudo que você vê sair da boca
De uma grande mulher
Porém louca!”

Na verdade, no retorno da banda aos EUA, não houve sérias intenções de banda escrachar o Brasil, aliás, os show do Palácio das Convenções foi considerado o maior show já realizado por eles, que atingiu seu recorde de público, cerca de 80 mil pessoas, e também um recorde mundial em apresentações em recinto fechado, inclusive com direito à inclusão no livro Guinnes Book. E mais, neste retorno, o próprio Alice Cooper se encarregou de propagandear o Brasil como um excelente lugar para shows elém de possuir um público muito louco. e maluco por rock.

E já que falamos de mulheres bonitas brasileiras - como a sensual Luz Del Fuego, - convém recordar que numa entrevista a revista Poeira Zine de julho/agosto de 2004, o baterista Neal Smith (foto) da banda do Alice Cooper revelou:

 "Vocês brasileiros têm as mais belas garotas do mundo!"

Assim sendo, por esta massagem em nosso ego - nosso verdadeiro e principal "orgulho nacional"! -, a banda está devidamente perdoada pela zoação feita em cima de nós na revista Circus. 

Opinião semelhante teve o baixista Stanley Clarke sobre a música brasileira e a beleza de nossas mulheres, numa entrevista para a revista "cover guitarra" em março 2000.


“Alguma mensagem para os seus fãs no Brasil?
Clarke - Vocês são uns privilegiados. Possuem - indiscutivelmente - a melhor música do mundo, os músicos mais fantásticos e as mulheres mais bonitas. Até hoje, nunca toquei ou conheci algum músico brasileiro que não tenha me impressionado a ponto de tirar o meu sono (risos). Só espero que seus leitores, se algum dia eu conhecer alguns deles, possam continuar a me mostrar que a tradição de genialidade musical brasileira continua imbatível. Deve ter alguma coisa na água que vocês bebem (gargalhadas)...”

Recentemente (março 2011), o ator Jude Law, em visita ao Brasil, no primeiro dia de desfiles das escolas de samba no carnaval do Rio, ficou rodeado de mulheres e disse estar impressionado com a beleza das brasileiras. Em entrevista ao jornal "Estadão", ele desabafou:  

"O que tem na água deste país? São as mulheres mais lindas do mundo".


Anos antes, em agosto 1987, o tecladista Brian Eno, ex-Roxy Music, em entrevista à revista Bizz havia dito o mesmo:

"O Brasil significa para mim as mais belas mulheres do mundo."


O escritor norte-americano James Ellroy, 63, participante da FLIP 2011 em Paraty, revelou uma nova visão sobre o Brasil nos EUA: 

"Norte-americanos não têm a menor ideia sobre o Brasil. Para muitos, o Brasil é sinônimo de esquadrões da morte, salsa e mulheres nuas fazendo sexo promíscuo. Nada contra mulheres nuas ou sexo promíscuo, mas não foi o que vi."


Curiosamente, a última frase dita pelo Alice Cooper à um jornalista da Folha De São Paulo, em 9 de abril de 1974, após a série de shows que fez no Brasil foi sobre "nossas riquezas" - já à caminho do avião que o levaria de volta aos EUA, ele declarou: "Adorei as mulheres brasileiras."

O cantor norte-americano de soul Billy Paul, que também esteve em turnê pelo país poucos dias antes, após folhear algumas revistas com fotos do carnaval do Rio presenteadas por seu empresário, disse à um repórter do mesmo jornal, em 26 de março: "É no charme destas meninas que pode nascer o meu divórcio."

Um outro personagem, fazendo coro ao Alice Cooper et caterva, desta vez um músico brasileiro, recentemente disse uma besteira não menor sobre o suposto primitivismo do Brasil - mais especificamente a Amazônia -, e isto como se estivesse em meados do século 20... A autor foi o jovem Thomas, nada mais nada menos que o baterista da banda Restart, que numa infeliz entrevista disse sobre como seria tocar no Amazonas:

  "Imagine você tocar no meio do mato! Nem sei como é o público de lá, não sei se tem gente, civilização."

Com a típica alienação dos estudantes adolescentes modernos que não gostam de estudar, o baterista ignora que a capital amazonense Manaus tem mais de 1,8 milhão de habitantes, além de ser sede de várias indústrias e da famosa Zona Franca!... 


Para finalizar, vamos mostrar que o brasileiro também tem jogo de cintura para se safar das pessoas com essas idéias alienadas. Numa de suas entrevistas em seu famoso programa na Rede Globo, o apresentador Jô Soares contou ao grupo teatral As Olívias, que, em sua juventude, usou um curioso modo para terminar um namoro com uma moça alemã que conhecera na Europa. Como estivesse no Brasil, resolveu por fim ao caso através de uma carta, o que o fez 9 meses depois... Humorado que é, disse como desculpa que tinha se perdido na selva amazônica... A moça, além da carta toda picada, devolveu-lhe um bilhetinho lacônico onde se lia: “Mentira!”... As atrizes entrevistadas concordaram que fora do Brasil tem gente que ainda acha que nosso país é ainda um país selvático, no que o apresentador completou: “Eu inventava que em volta do estádio Maracanã tinha um fosso cheio de jacarés!”...

FONTE:
Contatar autor.
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terça-feira, 9 de setembro de 2008

USINA PALMEIRAS, ARARAS, SÃO PAULO, GANHA COMUNIDADE NO ORKUT!

A EXTINTA USINA PALMEIRAS GANHA COMUNIDADE NO ORKUT!

Usina Palmeiras, num final de tarde de inverno no distante 28-8-1985 .
A foto é do falecido fotógrafo ararense Pérsio Galembeck Campos.


A Usina Palmeiras foi umas das três usinas de cana de açúcar que existiam em Araras. Digo isto, porque ela não mais existe. e funcionou entre 1946 e 1992, deixando muitos "orfãos".

Visando congregar amigos que moraram ali, bem como trabalhadores e frequentadores do lugar, este que vos escreve criou uma comunidade no Orkut - "EU MOREI NA USINA PALMEIRAS" -, onde os visitantes poderão se inscrever e compartilhar assuntos de seu interesse.

Hoje, em ruínas e relegada à condição de "fogo morto", ninguém mais entra ali, e talvez nem dêem autorização para tal!...

Fotograma de filme desaparecido, por ocasião de
sua fundação no distante 28 de dezembro de 1946.

Aqui vai o endereço da comunidade "EU MOREI NA USINA PALMEIRAS":

http://www.orkut.com.br/Community.aspx?cmm=66389369


O s 1º, 2º, 3º e 4º anos do grupo escolar Usina Palmeiras em setembro de 1971. Foto rara cedida gentilmente pela professora Maria Conceição Lucrédio Melari.


Páteo da Usina e depósito, em época de safra, com os caminhões
na fila, vista à partir da garagem da casa do autor, em 1976.

* AVISO: naturalmente, o visitante só poderá acessar a página da comunidade se for usuário do Orkut.

Aqui, a descrição postada no perfil da comunidade:

Esta comunidade é dedicada àquele paraíso que foi a Usina Palmeiras, hoje um lugar desolado e em ruínas, para tristeza de todos os que viveram ali. Nesses tempos promissores de álcool biocombustível e bioeletricidade, o desaparecimento desta empresa é uma verdadeira perda econômica p/ a cidade!

Mas ñ fique triste, amigo, q/ aqui você vai poder fazer uma viagem virtual pela Usina, até uma "volta no tempo", revendo c/ minúcias todos os recantos possíveis.

Obviamente, esta é uma página p/ pessoas nostálgicas e saudosas, e aqui, poderemos contar histórias, rever e localizar velhos amigos, colocar assuntos em dia, matar a saudade, trocar fotos, etc.

As fotos disponibilizadas por mim estão no link abaixo, e todo mês colocarei novas fotos do meu arquivo, mas conto c/ novas fotos de todos os que participarem - é só me enviar ou dar um toque p/ q/ eu possa fotografá-las ou escaneá-las:

http://www.orkut.com.br/Album.aspx?uid=4997909905297965583&aid=1217864294

V-Newton, aos 13 anos, com sua indefectível luneta em ação nos arrabaldes sagrados da Usina Palmeiras!


A Usina, em 1973, em foto do amigo Osvaldo Tesche.

Foto cedida gentilmente pelo amigo Valter Tumoli

Nova página para a Usina Palmeiras: "Memórias sobre a Usina Palmeiras"

Divulgue a comunidade, please!

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

COINCIDÊNCIA OU NÃO?

Sou um velho colecionador de imagens interessantes e curiosas, e hoje, trago aqui algumas dessas curiosidades que pincei aqui e ali ao longo dos anos, e achei que é chegada a hora de dar-lhes forma e divulgar.

SEMELHANÇAS...

Aqui, o famoso retrato de Da Vinci, a “MonaLisa”. Abaixo, à esquerda, a atriz Simone Spoladore, no personagem Maria, da minissérie “Os Maias”; à esquerda, a atriz portuguesa Maria de Medeiros. A Simone, na pose, a gente dá um desconto, mas a atriz portuguesa chega a parecer um pouco a célebre Monalisa.

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COINCIDÊNCIAS...

Na figura abaixo, a primeira imagem é um desenho à bico de pena do famoso desenhista peruano Percy Lau (1903-1972), que faz parte de seu célebre livro "Tipos e Aspectos do Brasil" (1942), publicado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (para o qual Percy trabalhava). Os desenhos de Percy - "o ilustrador mais visto do Brasil" -, retratam a diversidade do ecossistema e do povo brasileiro, e sabe-se que estas mesmas ilustrações, foram usadas em outros livros de Geografia e História que formaram várias gerações: uma infinidade de crianças que viajaram o Brasil nos fiéis desenhos de Percy! A outra imagem a foto, é do nosso conhecido ator, o Paulo Gorgulho, num close tirado durante as gravações da novela Pantanal, em 1989, como o personagem José Leôncio. O fotógrafo se inspirou em Percy ou não?

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PROPOSITAL...

A pintura abaixo é o famoso "Lição de Anatomia do Dr. Nicolas Tulp", do pintor Rembrandt, 1632. A foto, é da peça teatral “A Controvérsia”, do ator Paulo José. Baseada em texto de Jean-Claude Carriére, a peça remonta à 1550 e narra o debate entre o missionário Bartolomeu de Las Casas (Matheus Nachtergaele) e o padre Sepúlveda (Otávio Augusto), realizado em torno da seguinte questão: os índios teriam alma? Essa disposição dos atores na foto, eu acho que é proposital mesmo e faz alusão aos famosos quadros.
Agora, veja esta: na foto seguinte, a capa de um disco da banda de rock Ten Years After, em que se vê uma estátua que parece ser uma das 12 estátuas dos profetas que ficam na basílica de Bom Jesus de Matosinhos, em Congonhas do Campo, Minas Gerais. À direita, estátua do profeta Joel, do Aleijadinho... O problema é saber que raio de estátua é esta no disco do Ten Years After, pois ela não é uma das estátuas do Aleijadinho. Mas a semelhança é impressionante. Esta, é de um flagrante de marinheiros norte-americanos em um bordel de Natal, Rio Grande do Norte, durante a campanha da II Guerra Mundial, e a outra a capa do disco "Muscle of Love" do Alice Cooper, de 1974, último disco com a banda original. A semelhança de ambiente - ambas com marinheiros em bordéis, e a semelhança de gesto do marinheiro norte-americano e do baterista Neil Smith é notável. . .
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terça-feira, 12 de agosto de 2008

30 ANOS DA "ESTRÉIA" DE ZÉ RAMALHO EM 1978

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Galera, diretamente do BAU DO COBRA, a primeira, ou uma das primeiras reportagens com a "estréia" de Zé Ramalho, dada para a extinta revista Música, após o lançamento do seu primeiro disco solo em 1978.

EM BUSCA DO GOSTO POPULAR

Ele veio da Paraíba, é fanático por violeiros e não tem pretensões de inovar nada. Mas já conseguiu, no seu disco de lançamento, juntar Sérgio Dias, Dominguinhos e Patrick Moraz.

Humberto Brigatto Jr e Ângela Cristina de S. Dias.

Em lugar dos bisturis, as cordas de uma viola, O receituário foi preterido pelas partituras ou pelo guardanapo de uma mesa de bar, sempre à mão para a inesperada inspiração. E em lugar do consultório, o palco. Felizmente para a música popular brasileira, isso aconteceu a José Ramalho Neto, que, entretanto, não deixou de lado as fortes e marcantes influências de sua pequena cidade natal na Paraíba, Brejo do Cruz, e de toda a região Nordeste. Junto a características tipicamente regionais – Luiz Gonzaga e Jackson do Pandeiro –, estão também Roberto Carlos, Beatles, Rolling Stones e Caetano Veloso.

Morando com violeiros – Por sinal, os primeiros shows do ex-universitário a que João Pessoa e Recife assistiram desde 1971 até quase três anos mais tarde, deliciavam seus poucos espectadores com músicas de Caetano. A saída eram os bailes “para livrar uma nota”, como se defende Ramalho. “A primeira oportunidade concreta surgiu quando Alceu Valença me convidou para participar do Festival Abertura, no início de 75. Foi minha primeira experiência com o público sul, o que foi muito duro, pois achava as pessoas difíceis, bem como o sistema das gravadoras e das rádios.”

Nessa mesma época, empreendeu um trabalho ao lado de Tânia Quaresma para o filme “Cordel, Repente e Canção”, o que viria a despertar o interesse pela cultura dos violeiros, repentistas, emboladores e pela linguagem de cordel e os versos, ingredientes até então acomodados em suas origens.

As coisas começariam a melhorar logo em seguida, quando, ainda ao lado de Alceu, excursionou durante todo o ano pelo Brasil. E, é lógico, a região que mais mexeu com seu potencial criativo latente foi a Paraíba, Pernambuco, Ceará, as cidades de Juazeiro do Norte e Grato, onde conviveu com violeiros. “Cheguei a morar na casa deles, ouvindo e vendo o modo deles viverem, de exercerem sua profissão, seus sofrimentos.”

Com tudo isso, assimilava e reunia fatores para a elaboração de seu próprio trabalho, que começaria a ser estruturado depois de terminado o show, ao retornar à Paraíba.

Preguiça — Alguns teipes na bagagem, descia outra vez para o temido sul, escorado agora pelas lições dos violeiros. “Essa posição de artista do povo, que fica lá no meio de uma feira com um bocado de pessoas ao redor, é um exemplo de profissionalismo fantástico, porque eles vivem realmente só daquilo. Só sabem cantar e tocar, vivendo da maneira mais humilde e mais rica possível.”

De novo o Rio de Janeiro não o receberia de braços abertos, apesar de a crítica especializada chegar a apontá-lo, no final de 77, como a revelação do ano. “Fiz pequenas apresentações por uns dois anos em shows de entrevistas coletivas de artistas. Na batalha com as gravadoras, senti que havia preguiça por parte das primeiras, mesmo se gostassem do meu trabalho. Mas as pessoas já começavam a me conhecer.”

No entanto, a sorte estava para mudar. Através do produtor Carlos Alberto Sion, era contratado pela CBS para a realização do elepê “Zé Ramalho”. Nele conseguiu colocar, lado a lado, o ex-Mutantes Sérgio Dias, Paulo Moura, Altamiro Carrilho, Dominguinhos, Geraldo Azevedo, Chico Batera e até mesmo Patrick Moraz, que contribuiu tocando sintetizador em “Avohai”, uma homenagem ao patriarca da família Ramalho. Dessa forma, unindo os mais variados representantes de diversos gêneros musicais, confirma sua definição para o elepê de estréia. “Há unidade no disco, mas não há estilo. Tem música instrumental, choro, elementos urbanos, de rock, rurais, linguagem de violeiros. Não vejo estilo nenhum nas músicas, mas vejo unidade, pois o som tem “n” formas de você tratá-lo, de você somar e agregar a outras formas.”

Despretensioso — O disco pode não ter um estilo definido, mas as pretensões de seu intérprete denotam uma busca de seu objetivo máximo: o povo. “Quem compra disco é o povo. Os intelectuais recebem de presente das gravadoras. Eu nEo sei se vou conseguir atingir a massa do povão com esse disco. Ele é muito meu interior, o meu espírito.

Mas eu já sinto uma necessidade de falar para o povo, que é uma coisa que cada dia está entrando mais em mim”, Tal preocupação inicia-se pela própria afinação de sua viola de 10 cordas, baseada na de Zé Limeira, cantador e violeiro paraibano, já falecido. “A viola de 10 cordas dá maiores condições para você combinar as notas em terças, inclusive afinar as cordas todas numa nota só. Zé Limeira fazia isso e também me colocou em contato com uma dimensão de linguagem de repentista, uma linguagem totalmente surreal. As pessoas diziam que suas coisas não tinham sentido. Talvez não tivessem um sentido poético, elegante, mas eu as acho um caleidoscópio.”

E onde se coloca Zé Ramalho na música popular brasileira? A resposta é direta e soa convincente na voz grave deste paraibano de 29 anos, que conseguiu superar as dificuldades iniciais e agora já pode mostrar seu trabalho em temporadas nos teatros Tereza Raquel, no Rio, e São Pedro, em São Paulo, e especiais para a televisão, fora os que gravou para a Cultura e Bandeirantes. “Não tenho pretensão nenhuma de me situar como inovador de nada. Estou fazendo meu trabalho da forma mais espontânea, corno eu gosto de fazer qualquer coisa, Só que ele é de uma realidade muito grande e eu nEo tenho dúvida nenhuma do que estou apresentando.

E não é fácil você se estabilizar com música, principalmente sendo estreante. Se a coisa fosse fácil, todo mundo era!”

A PRIMEIRA RESENHA DE SEU PRIMEIRO DISCO, NA EXTINTA E CONCEITUADA REVISTA SOM TRÊS

Zé Ramalho. Dito da Paraíba. Também estréia com atraso. É seu primeiro disco (CBS), além de um sound-group original e marcante, confirma que a técnica do spreech-song ( a spreechgesang de Schoenberg) já estava, há muito, na mastigação dos cantadores nordestinos.

(Maurício Kubrusly)

g. 65.

O ZÉ RAMALHO, ANTES DE PARTIR PARA A CARREIRA SOLO

Em fevereiro de 1975, no Festival Abertura da Rede Globo, onde se apresentou com Alceu Valença e Lula Cortes, com o hit "Vou Danado Pra Catende", inspirado em versos do poeta modernista pernambucano Ascenso Ferreira. Veja esta apresentação no You Tube: http://www.youtube.com/watch?v=rnc84s-i3ew

A banda de Alceu, na revista Geração POP em novembro de 1975: Zé Ramalho (viola), Zé da Flauta, Paulo Rafael (guitarra), Alceu e Almir de Oliveira (baixo).

A banda, na revista Geração POP em março de 1976: Alceu, Zé da Flauta, Israel Semente Proibida (bateria), Paulo Rafael e Zé Ramalho.

FONTE:

Contatar autor.

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segunda-feira, 4 de agosto de 2008

O VOCALISTA PERCY E O MADE IN BRASIL: ARQUIVOS

CLUB ROCK: - (...) como entrou para o Made in Brazil? PERCY: - Em 1975 Cornelius saiu do Made e o percussionista Fenilli, que estudava com meu irmão, sugeriu o meu nome...

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PERCY NO MADE, PRESTES A GRAVAR O SEGUNDO LP

Geração POP. Vem aí o 2º LP do Made. Hit Pop. Editora Abril. Nº 39. São Paulo, jan. 1976, pág. 3.

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O CÉLEBRE DISCO, COM O DEBOUT DE PERCY, E A PRIMEIRA CRÍTICA NA REVISTA POP, NO LANÇAMENTO, EM JULHO DE 1976

Jack, o Estripador – Made In Brazil (RCA) O Made In Brazil, como todo bom grupo de rock, faz tudo para não complicar muito as coisas — e consegue. Sabe que o rock foi feito para dançar e despender energia. Desse modo, numa época em que os grupos brasileiros andam com mania de imitar o Yes, o Made lança um LP que é pura alegria e descontração: rock básico e direto, pra ninguém ficar sentado. Este é o segundo LP do Made onde eles eliminam todos os grilos de produção que existiam no primeiro.

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O ALEGRE MASSACRE DO MADE IN BRAZIL

por Angela Dust

Made In Brazil é um daqueles grupos de rock que não podem ser julgados pelos padrões normais da critica musical. Eles não são grandes músicos, não produzem grandes obras e não têm a menor pretensão de passar à história ou figurar em enciclopédias.

A grande vantagem do Made sobre as demais bandas de rock nativo, no entanto, é a sua cristalina consciência de que o rock é um gênero musical de consumo imediato, a esbaldante despretensão com que realizam sua fissão de clichês pop. Em Massacre, o novo espetáculo de Oswaldo Vecchione & Cia., mais uma vez fica provado que o Made, apesar da aparente inabilidade instrumental, esta dez mil anos à frente de qualquer Mutantes da vida. O Made tem um público específico, um público que não se contenta em ficar sentado nas poltronas e assistir passivamente à verdadeira explosão sonora detonada por eles. O Made não consegue ver ninguém para­do. A registrar ainda, em Massacre, a extraordinária performance do vocalista Percy Weiss, que a cada dia melhora sua expressão corporal. Massacre, com o Made in Brazil, melhor grupo brasileiro de punk rock, está prestes a excursionar por várias capitais brasileiras. Fique de olho, quando eles passarem por sua cidade, e não deixe de assistir a um espetáculo típico do tempo em que vivemos.

* Foto: Ary Brand.

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MADE IN BRAZIL - TEATRO BANDEIRANTES, ABRIL DE 1977

Durante os três dias em que o som aconteceu, no Teatro Bandeirantes, pude­mos constatar uma coisa: quem gosta de fazer música, seja qual for seu gênero, sempre vai encontrar público. Estes jovens que andam pelas ruas vestindo jeans e camisetas coloridas, gostam de reunir-se, em festivos happenings, e comemorar ruidosamente a desbotada e pálida Era de Aquarius.

O Bandeirantes já se consagrou co­mo Palácio do Rock, com seus inúmeros concertos pop passados; agora, com a primeira data natalícia de seu programa Balanço’, reuniu 19 grupos para duas apresentações, em evidente sinal de que o rock está dando lucros. Tanto para a Bandeirantes como para a Globo e a Cultura, que também mantêm programas com filmes enlatados de superstars anglo-americanos.

Nomes estranhos, como bem convém, não faltaram: Casa das Máquinas, Flying Banana, Baggas Guru, Joelho de Porco, Made in Brazil, Bendegó, Som Nosso de Cada Dia, etc. Vários intérpretes, no entanto, tiveram oportunidade de mostrar trabalho, alguns, inclusive, incursionando pela primeira vez nos campos do underground: Edu Viola, Jorge Mello, Tony Osanah, Eduardo Araújo e Silvinha, Jorge Mautner, Grupo de Marilene Silva, etc. Dessa forma, foram servidos todos os gêneros musicais aos convidados, que não foram poucos. Mas, diga-se a bem da verdade, a alegria sempre reinou.

Os grupos Humauaca, Flying Banana, Bendegó, Papa Poluição e mais os intérpretes Edu Viola, Jorge Mello, Tony Osanah e Jorge Mautner, encarregaram-se de dar ao espetáculo as cores da nossa América Latina. Desde baião até acordes melodiosos de índios bolivianos eles fizeram, com muita maestria em alguns casos. Tony Osanah foi, como sempre, um dos melhores; cônscio dos nossos problemas e anseios, soube extrair de sua guitarra e gaita sons multicolores, em belíssimos arranjos, premiados, muito a propósito, com aplausos durante vários mi­nutos. As músicas do Piauí e Maranhão foram representadas pelo grupo Cavaleiros do Apocalipse e Jorge Mello, devida­mente vestidos, todos eles, de sacerdotes da Idade Média.

Tudo isto regado a repetitivos clichês de parafernálias visuais. Confetes vindos do teto, gelo seco, spots coloridos, explosões e muita agitação capilar são as tônicas encontradas em grupos de rock patropi desde a vinda de Alice Cooper (espero que o Gênesis apresente-se com novos e diversificados efeitos, incluindo uma ‘mise-en-scêne’ nova e diversificada, para dar novo alento às jovens mentes nativas. Espera-se até, com a curiosidade de cientista, a apresentação de raios laser em efeitos visuais).

O rock pesado ou pauleira, ficou a cargo dos grupos Made in Brazil, Joelho de Porco, Baggas Guru, Som Nosso, Casa das Máquinas, Sindicato e Raza lndia. Todos vestidos tipicamente e, cada uma seu modo levando o público a verdadeiros momentos de histeria e êxtase. Joelho de Porco provou ser um dos melhores grupos Tupiniquins de rock pesado, ou punk-rock. Vestidos como papa-defuntos deliciosos, fizeram a vez de anfitriões na festa. Letras bem-humoradas confundiram-se com inteligentes trocadilhos agitando os corpos ágeis da nossa geração. Made in Brazil, como sempre, preocupava-se exclusivamente em levar a fila da frente a uma frenética dança, para contagiar as demais e o fundão do teatro, O resto não merecia maiores destaques, pois eram promissores grupos que desprezam a imaginação e limitam-se, simplesmente, a continuar, muito mal, o trabalho de grupos como Pink Floyd, Yes, Led Zep e Who.

O público, contudo, era uma verdadeira festa. Ver todo aquele povo dançando, cantando, gritando, correndo, agitando, aplaudindo, refletia uma bem-vinda atitude.

Enfim, foi muito bem comemorado este aniversário do programa Balanço. Embora não contando com grupos consagrados – Mutantes, Novos Baianos, Rita Lee, Terço e Raul Seixas, a Bandeirantes fez uma festa digna para o rock patropi. Esperamos mais reuniões como esta para este ano, que foi e está sendo muito bem servido neste gênero musical. Votos de louvor aos promotores e organizadores. Esperamos vê-los de novo em ação, brevemente. (RVJ)

MÚSICA. Show. Editora Imprima Comunicação e Editoração. Nº 12. São Paulo, mai. 1978, pág. 11.

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MADE: GAROTOS-PROPAGANDA DA ELLUS JEANS, EM PLENA NA ONDA PUNK

O Made e a moda punk: a Ellus Jeans - a la Malcolm McLaren...

Charles Paulinho Boca de Cantor (Novos Baianos), Simbas (Casa das Máquinas), Percy e Oswaldo - festa da Ellus Jeans de lançamento de moda punk, out. 1977

Percy e o Made no show de lançamento da moda punk da Ellus Jeans

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MADE IN BRAZIL, ELEITA A MELHOR BANDA NACIONAL DE ROCK DE 1977

· Na foto, à esquerda, carregando o manequim, o grande Wander Taffo, recentemente falecido.

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A VOLTA DE PERCY AO MADE IN BRAZIL

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APÓS A VOLTA DE PERCY AO MADE, DUAS BELAS VOCALISTAS SÃO CONTRATADAS LUCINHA DO VALLE, ESPOSA DE OSWALDO, E JUJU NOGUEIRA, FILHA DO VIOLONISTA PAULINHO NOGUEIRA.

A formação que gravou o LP Paulicéia Desvairada.

Paolito na bateria, Lucinha, Percy, Oswaldo, Juju e Nana na guitarra.

OUTROS LINKS INTERESSANTES SOBRE PERCY E O MADE

http://www.rocknheavybrasil.xpg.com.br/bandasderocknroll/historias/madeinbrazil.html

http://www.clubrock.com.br/news/percy.htm

http://www.dissonancia.com/2006/39-06.htm

http://www.percysband.hpgvip.com.br/

FONTE:

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