Há uma curiosa e tristíssima história recolhida pelo professor Alcyr Mathiesen, que aconteceu em Araras (SP), entre os anos de 1939 e1940. No bairro ruraldo Loreto, onde uma endemia desta febre grassou no lugar e muitos moradores faleceram por causa da doença infecsiosa.
O pessoal do serviço de saúde chegou à conclusão que a febre era o “tifo exantemático” (antigo nome da febre maculosa), mal transmitido pela picada do carrapato-estrela, conhecido como "rodoleiro" pelos antigos, inseto que prasitava os animais do lugar, como, p. ex., capivaras, cavalos, cães e gatos. No entanto, os profissionais de então tinham conhecimento precário do histórico da patologia e seu mecanismo de infecção, e, como resultado, acreditou-se que apenas os cães erm vetores, e todos foram mortos naquele distrito.
Tão famosa quanto temida se tornara aquela praagem que o luga recebeu o batismo de “carrapatar do Loreto”, e todos evitavam passar por ali.
Na cidade, a funerária do senhor Antonio Severino aumentou consideravelmente a demanda de caixões vendidos tal era quantidade de mortos, e todo dia no mínimo um caixão era despachado para o lugar. A frase que mais se ouvia neste estabelecimento nestes dias era a que o Severino dizia para o seu funcionário: – “Tonho... caixão pro Loreto!”. Inclusive, ironia do destino, disse o professor que o agente funerário tinha um papagaio falante que tantas vezes ouviu a tal frase, que mal um cliente adentrava a funerária, o pássaro alardeava: – “Tonho... caixão pro Loreto, caixão pro loreto!”...
Infelizmente, o professor não divulgou estatísticas de quantas pessoas morreram no período, mas deve ter sido muitas, quiçá chegando à centenas.
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