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sábado, 17 de junho de 2023

HÁ MAIS DE 80 ANOS, UMA LETAL ENDEMIA DE FEBRE MACULOSA ACONTECIA NO “CARRAPATAL DO LORETO”, EM ARARAS-SP

Há uma curiosa e tristíssima história recolhida pelo professor Alcyr Mathiesen, que aconteceu em Araras (SP), entre os anos de 1939 e1940. No bairro ruraldo Loreto, onde uma endemia desta febre grassou no lugar e muitos moradores faleceram por causa da doença infecsiosa. 

O pessoal do serviço de saúde chegou à conclusão que a febre era o “tifo exantemático” (antigo nome da febre maculosa), mal transmitido pela picada do carrapato-estrela, conhecido como "rodoleiro" pelos antigos, inseto que prasitava os animais do lugar, como, p. ex., capivaras, cavalos, cães e gatos. No entanto, os profissionais de então tinham conhecimento precário do histórico da patologia e seu mecanismo de infecção, e, como resultado, acreditou-se que apenas os cães erm vetores, e todos foram mortos naquele distrito. 

Tão famosa quanto temida se tornara aquela praagem que o luga recebeu o batismo de “carrapatar do Loreto”, e todos evitavam passar por ali. 


Na cidade, a funerária do senhor Antonio Severino aumentou consideravelmente  a demanda de caixões vendidos tal era  quantidade de mortos, e todo dia no mínimo um caixão era despachado para o lugar. A frase que mais se ouvia neste estabelecimento nestes dias  era a que o Severino dizia para o seu funcionário: – “Tonho... caixão pro Loreto!”. Inclusive, ironia do destino, disse o professor que o agente funerário tinha um papagaio falante que tantas vezes ouviu a tal frase, que mal um cliente adentrava a funerária, o pássaro alardeava: – “Tonho... caixão pro Loreto, caixão pro loreto!”...

Infelizmente, o professor não divulgou estatísticas de quantas pessoas morreram no período, mas deve ter sido muitas, quiçá chegando à centenas.

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terça-feira, 20 de outubro de 2020

O PRIMEIRO FILME REALIZADO EM ARARAS: "LUAR DO SERTÃO", EM 1949

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"Luar do Sertão" é um drama rural do italiano Mário Civelli (1923-1993) e Tito Batini (?-?), lançado no final de abril de 1949, com duração de 85 minutos.  O filme foi rodado na fazenda Santo Antonio, e na Estação do Loreto, o que é citado no “Álbum de Araras 1862-1949”, livro, por sinal, lançado no mesmo ano. O título do filme se deve ao fato de a história ter sido inspirada na música "Luar do sertão", do poeta e compositor Catulo da Paixão Cearense. A fazenda, na época, era de propriedade da família Silva Telles, que poucas décadas antes foi ponto de encontro dos modernistas de 1922. Vale lembrar também que foi nela que a escritora Lygia Fagundes Telles escreveu seu famoso romance "Ciranda de Pedra", que depois virou novela pela Rede Globo em duas versões, 1981 e 2008. 


A fazenda Santo Antonio, em 1948

Foto feita no início das filmagens, em 1947

Isaura Garcia, no filme
O filme marca também a estreia da atriz negra Isaura Bruno, que depois ficou famosa  na TV ao interpretar Mamãe Dolores na  novela "Direito de nascer", exibida entre 1965 e 66, pela extinta  TV Tupi. Isaura teve um final de vida triste. Após diversos trabalhos na TV, ela foi morar com a filha adotiva Penha Maria em Campinas, e voltou a limpar casas para ajudar nas despesas. Trabalhou também como gari e vendendo doces na Praça da Sé. Em 02 de maio de 1977 faleceu na unidade para indigentes da Santa Casa de Campinas, com 60 anos de idade.

Lydda Sanders

Curiosos observam as filmagens


Do elenco constavam, o futuro galã de novelas Walter Foster (ator de rádio-novela na época), Lydda Sanders (muito elogiada por sua atuação), Fernando Baleroni, Machadinho, Nena Batista, Vicente de Paula Neto e Vicente Leporace.

Walter Foster
Certamente, o filme foi exibido pelo Cine-Teatro Santa Helena, inaugurado em 1930, mas os jornais da época, ao que parece, não documentaram o fato, ao contrário de "Sinhá Moça", que deu muito ibope não só nos locais bem como nos grandes jornais. 

Assim como "Sinhá Moça" (1953) - e este, por sua vez, ligado à estação do Elihu Root -, o valor de "Luar do sertão" para Araras reside do fato de as locações terem sido feitas na zona rural da cidade em duas importantes localidades, constituindo as filmagens, portanto, raras imagens de valor documental feitas há mais de 70 anos.

Abaixo, jornal carioca "A Noite" com propaganda do filme:


Outra edição do jorrnal elogiando a atuação da atriz Lydda Sanders.

Jornal "A Noite", 26-3-1949


FONTES:
Consultar autor

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