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terça-feira, 6 de agosto de 2013

PIONEIROS DO PUNK EM ARARAS

Neste ano em que se comemora os 30 anos do movimento Punk Rock, ou seja, 2006, tenho algo para contar sobre minha modesta carreira musical, e assim,  fazer uma homenagem a cinco amigos falecidos. Tudo começou em meados de 1976, quando eu (foto) havia ido para Campinas para comprar uns discos de vinil na antiga loja Carlos Gomes, na rua Treze de Maio. Na volta, quando entrei na rodoviária, fui até a banca central e comprei um exemplar da revista Rock, a História e a Glória, o Nº 25, cuja biografia era do Frank Zappa, lançada em 21 de outubro de 1976. O destaque do Jornal de Música, que era o encarte  da revista, trazia uma matéria de duas páginas, em letras miúdas, sobre um novo movimento musical que surgia na Inglaterra – o Punk Rock. A matéria, muito interessante, foi lida por mim numa só passada. Infelizmente, este jornal perdeu-se, logo eu, tão cuidadoso com meu arquivo musical. E essa reportagem mexeu comigo de tal forma que, em pouco tempo, eu já havia comprado os primeiros discos do Clash, Television, Dr. Feelgood, Vibrators e Eddie and The Hot Rods; também o primeiro das gatinhas Runaways, e os segundos do insólito Stranglers e do ótimo New York Dolls.

No ano seguinte, em outubro de 1977, o Brasil conheceria esse movimento musical através da famosa revista POP – precursora da BISS –, que lançaria o incrivelmente famoso LP “Punk Rock” (foto), com, nada mais nada menos, que o Sex Pistols, Ramones, Runaways, The Jam, Stincky Toys, Eddie and The Hot Rods e Ultravox. Foi uma verdadeira paulada em nossas cabeças – um disco clássico e histórico: discoteca básica. No mesmo ano, um amigo nosso nos apresentava o histórico primeiro LP dos Sex Pistols – foi um arraso. Eu cheguei a tirar todas as músicas do disco – uma glória para mim: um adolescente que mal havia estreado na guitarra. Outro disco que nos fez cabeça, foi o excelente primeiro LP do Joelho de Porco – ainda hoje é um disco que surpreende pela qualidade.

Bem informados do novo movimento, formamos a primeira banda (e turma) punk de Araras. Recordo-me que tocávamos músicas do Clash, Sex Pistols, Dr. Feelgood, Joelho de Porco, Made in Brazil e algumas do disco da POP. (na foto à esquerda, Mário Silvestre, de Araraquara)

Uma curiosidade: lembro-me, em 1977, de minha turma na escola Alberto Feres (“Industrial”), e que íamos assistir aula todos de punk. Um dia o diretor entrou em nossa classe e estávamos todos alinhados no fundo, impecavelmente trajados de jeans, jaquetas de couro ou terno, correntes e alfinetes, botas, ray-bans, etc. Ele, o “Seu Felício”, colocou o dedo indicador acima dos lábios e olhou-nos detidamente de cima para baixo; depois, sem nos repreender, saiu da classe meneando a cabeça e com um leve sorriso nos lábios...

No mesmo ano, fomos o destaque do carnaval da Associação Atlética Ararense. Éramos cerca de dez caras, todos de punk e chamávamos a atenção por onde passássemos por nossos trajes bizarros. Certamente, um bando de jovens vestidos de maneira provocativa e estranha compuha uma imagem de grande apelo simbólico – uma imagem forte, que atraia o olhar de quem se deparava conosco.  Compunha esta turma, eu, meu irmão Weber, Mábio Francatto (in memorian), Fernando Neodini, Fernando Martins, Cláudio Bizão (in memorian), Sudenir Franco, Mário Silvestre (de Araraquara, foto acima), Marcelo Aragão, Lourival, “Pulenta” (in memorian) e José Mário Cabrini, dentre outros. Houve uma foto clássica neste dia, todos juntos da polícia, que, infelizmente se perdeu. Convém ressaltar: não éramos um bloco e nem estávamos fantasiados. Na foto acima, Lore Cabrini, Cida Chiarotto (in memorian) e Fernando Neodini, no carnaval da A. A. A.

Nosso primeiro show como banda punk se deu na Biblioteca Municipal de Araraquara, onde um dos nosso músicos, o Mário Silvestre, morava. Inicialmente, a banda era composta por Marcelo Aragão na guitarra, Mário Silvestre no baixo, Borg nos vocais e eu na bateria. Em 1979, com nova formação, tocamos em Araras no então restaurante “Forasteiro” (foto). O nome da banda dizia tudo: “Os Vândalos”... O dono da casa ficou louco com o tipo de música que tocamos, e o tempo todo pedia para que levássemos um sambinha, por que “que atrairia mais público”... Com a insistência, à certa altura, revoltado, fiz o show de bateria mais barulhento e nervoso de minha vida só para desforrar.  Outro show memorável se deu na antiga discoteque “Don Diego”, no mesmo ano, casa noturna cujo palco ficava num mezzanino. Houve dois fatos curiosos neste dia: o primeiro, se deu com o falecido “Helião” (Hélio ) – um sujeito enorme e muito forte, e que era fã do Borg –; como se a banda demorasse para subir ao palco e tocar, a certa altura, ele “abraçou’ o palco e começou a chacoalhá-lo pedindo que a banda começasse o show. O segundo, mais tragicômico, foi o próprio Borg surrupiar do caixa, na surdina, aquele que foi o primeiro cachê da banda...

Na foto ao lado, no Forasteiro, Lore Cabrini ao fundo, no contra-baixo; ao centro, Mábio Francatto na guitarra e o vocalista Borg Domingues, ambos falecidos. Weber Daltro também dividiu os vocais com Borg por um período. Na foto seguinte, eu na bateria.

Enfim – verdade seja dita –, posso afirmar sem modéstia que, além de ser o introdutor do punk em Araras, toda a nossa turma fomos punks em consonância com a própria Inglaterra, e isto, antes mesmo que a movimento se solidificasse na própria São Paulo capital, o que se deu no início dos anos 80. Não nos esqueçamos que Araras vivia em plena efervescência da chamada onda discoteque, com shows e festivais de dança na maioria dos clubes da cidade. Nós, por nossa vez, "pregávamos", sem eco algum, num deserto cultural chamado Araras!...

É tudo.

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

PARA BAIXAR: JORNAL HIT POP DE AGOSTO DE 1976, COM 20 PÁGINAS!

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Matérias principais:

- "Kiss vende a alma ao diabo"
- Jethro Tull ressurge
- João Ricardo lança 2º Lp solo
- "Beatles se reunem por Ringo"
- Primeiro disco solo de Peter Gabriel
- "George Harrison acusado de plágio com 'My Sweet Lord'"
- Tom Jobim: "A MPB está morrendo"
- Ednardo: "Os ídolos acabaram"
- Recadão de Fagner
- Gonzaguinha com tuberculose
- Primeiro disco de Guilherme Arantes
- Patrick Moraz grava com brasileiros
- Lançamentos: Rita Lee - "Entradas & Bandeiras"; Led Zeppelin - "Presence"; Grand Funk - "Born to Die"; Paul McCartney & Wings - "At The Speed of Sound"; Dr. Feelgood - "Malpractice", etc.
- E muito mais!

Entre aqui para baixar:

http://www.easy-share.com/1907329639/Jornal HIT POP - ago. 1976, pág 20.pdf

Em breve, mais jornais!
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sábado, 15 de agosto de 2009

HOMENAGEM AOS 40 ANOS DE WOODSTOCK, O FESTIVAL DOS FESTIVAIS

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Há exatos 40 anos atrás, nos dias 15, 16 e 17 de agosto do distante ano do verão do hemisfério norte de 1969 – apenas um mês depois da célebre chegada da Apollo 11 à Lua –, o mundo se surpreendia com uma nova façanha humana, mas desta vez no próprio planeta Terra: o não menos célebre festival de Woodstock. Sem sombra de dúvida, se existiu um evento onde qualquer jovem de qualquer época sonharia participar, este evento era Woodstock. Oriundos de diversas partes do mundo, uma multidão de jovens com visual propositadamente desarrumado, com roupas coloridas, ponchos e vastas cabeleiras se reuniram para curtir três dias de sexo, drogas & rock’n roll.

Vale lembrar que nenhum outro festival de música teve tanta repercussão e tanta importância como esse que é considerado o mais importante evento musical da história contemporânea. Woodstock foi um evento que primou pelo fato de ter promovido e levado ao estrelato muitas das bandas participantes, e, ao mesmo tempo, de provar como era grande o apetite do público pelo estilo de música que rolou: pop, psicodélico, rock, country e blues.

A clássica imagem do casal, ainda vivo.


Flashes do festival

OS IDEALIZADORES, O "QUARTETO FANTÁSTICO"

Woodstock foi obra de quatro jovens: John Roberts, Joel Rosenman, Artie Kornfeld e Michael Lang. Dois deles, Roberts e Rosenman, eram dois milionários seriamente decididos a investir numa empreitada qualquer desde que ela aumentasse seu nada modesto capital. A princípio, a dupla colocou um anúncio no jornal dizendo: “jovens homens com capital ilimitado procuram oportunidades de investimento e propostas de negócios interessantes e originais”. Lang e Kornfeld não tinham dinheiro algum, mas apenas boas idéias. Na época, Kornfield trabalhava na Capitol Records e Lang era um promotor de shows que, em janeiro de 1969, organizou um grande festival (para a época) em Miami, assistido por 40 mil pessoas.

Depois, sabe-se que Lang se uniu a Kornfield, e juntos tiveram a idéia de um outro festival de música, mas faltava verba. O advogado deles os levou até Roberts e Roseman, e os quatro vieram a se conhecer em fevereiro de 1969 - foi quando acabaram se juntando para por em práticas suas idéias.ticas suas idse juntando para porem em prmo , jis de TV

Inicialmente, os quatro pensaram em montar uma gravadora independente especializada em rock numa pequena cidade longe de Manhattam conhecida como Woodstock, mas depois optaram por realizar um festival misturando cultura, música e o nascente estilo de vida ditado pela contracultura - nascia aí a "Feira de Arte e Música de Woodstock".

Em março, para organizar o evento, o membros do “quarteto fantástico” fundaram a empresa Woodstock Ventures Inc. Nova York foi escolhida para a realização do festival, pois muitos dos músicos que seriam convidados residiam na cidade, como, p. ex., Bob Dylan e Hendrix. Por volta de abril, a WVI já havia descolado um local e propagandas começaram a ser veiculadas em cartazes e comerciais nas TV dos EUA. Foram investidos 2.4 milhões, e as primeiras bandas a serem contratadas foram o Jefferson Airplane e o The Who, que embolsaram US$12 mil e US$12,5 mil, respectivamente. O cachê mais alto foi o de Jimi Hendrix, US$ 18 mil, que foi o último a se apresentar. Embora estes valores pareçam muito baixos hoje, na época eles equivaliam ao dobro do que as bandas recebiam normalmente por seus shows, o que nos mostra como o show business mudou. Em julho, apenas um mês antes da estréia do festival, inicialmente cotado para atrair 50 mil pessoas, a Câmara dos Vereadores do lugar originalmente escolhido, Wallkill, baixaram leis que proibiram a realização do festival, deixando os produtores com um prejuízo de US$ 2 milhões já investidos em estrutura de palco, som e técnicos. Felizmente, com a ajuda de um sujeito conhecido como Elliot Tiber, a WVI acabou encontrando um novo lugar: um campo de 600 acres da fazenda do leiteiro Max Yasgur, no vilarejo de Woodstock, em Bethel, a 145 quilômetros de Nova York.

O fato de o festival ter sido realizado não numa cidade grande, mas numa fazenda, enfatizava o clima reinante de “cair na estrada” e “volta ao campo”. Para atrair seu público alvo, a WVI lançou mão de todos os símbolos e chavões consagrados pela contracultura – o próprio slogan do evento, “três dias de paz e música” –, era baseado nesse conceito. Assim, sobre o festival pairou um clima de protestos antiguerra e anticapitalismo, o conceito de amor livre, o movimento de libertação das mulheres, vida em comunidade e outras reinvidicações da época. O próprio Kornfield, considerado hoje o "Pai de Woodstock" (na foto, visitando o local), explicou na época que o festival não deveria ser pensado em termos de construção de palcos, assinatura de contratos ou venda de ingressos, mas sim encarado como um estado de espírito, um acontecimento para se tornar um símbolo de toda uma época e geração.

Houve quem considerasse os quatro loucos, utópicos e pretensiosos por pretenderem realizar o maior festival de música do planeta e ambicionar reunir 200 mil pessoas. Mas Woodstock superou todas as expectativas e se revelou um verdadeiro fenômeno de massa, reunindo cerca de 500 mil pessoas e 32 artistas e bandas dos mais famosos dos anos 60.

O FESTIVAL

O festival teve início na tarde de 15 de agosto, sexta-feira, às 17:07h e se estendeu até a metade da manhã do dia 18 de agosto, uma segunda-feira. Os policiais locais, estaduais e do resto do país estavam preparados, sabiam o que estava por vir e confiavam em suas habilidades para que corresse tudo bem, seja com o trânsito, as emergências médicas, o saneamento e outros problemas inesperados. Woodstock não estava sendo cotado com um grande festival. Seria, a princípio, um festival de rock como tantos outros que ocorriam pelos Estados Unidos na época.

Na foto, Joe Cocker em sua louca performance de "With a Little Help from My Friends" , dos Beatles. Cocker, com certeza, o inventor do air guitar!


OS INCIDENTES E OS PORQUÊS

No início de agosto, cerca de 200 mil ingressos tinham sido vendidos antecipadamente, e o que tinha começado como um festival de música para aproximadamente 200 mil pagantes, teve seu número dobrado após o primeiro dia do festival.

Já no primeiro dia do evento, os organizadores se viram obrigados a transformar o festival num evento grátis, já que, simplesmente, não houve jeito de controlar a multidão que ia chegando. O problema é que não tinha jeito de abrigar tanta gente naquela área; então, quando os músicos começaram a chegar, o engarrafamento ficou gigantesco. Carros foram abandonados no meio da estrada e as pessoas tiveram de ir a pé para o show. Com todas as estradas bloqueadas, os organizadores tiveram de alugar helicópteros do exército para trazer os músicos.


Depois, a cerca ao redor do local foi derrubada, e aí mais pessoas entraram sem pagar. Com isso, os promotores tiveram US$ 100 mil de prejuízo inicial, mas depois veio o lucro: o filme lhes proporcionaria um retorno imediato de US$ 17 milhões e a glória de ser o filme que inovou a arte de registrar espetáculos musicais, além de ter ganho o Oscar de melhor documentário de 1971.

O site do Jornal Imparcial explicou o porquê de as coisas terem tomado esse rumo:

“Em entrevista no início de Woodstock, seu organizador, Michael Lang, afirmou esperar na fazenda em Bethel 200 mil pessoas entre 15 e 17 de agosto de 1969. A manchete do New York Times do primeiro dia do evento dizia o mesmo: 'Duzentos mil indo para festival de rock engarrafam as estradas ao Norte do estado'. Não demorou para que o número duplicasse, triplicasse até chegar ao ponto de não se saber quantos milhares estavam ali. O anúncio de que o festival havia se tornado gratuito e a visão das pessoas arrebentando as cercas da fazenda de Max Yasgur deram conta de que o que estava ocorrendo no interior do estado de Nova York era mais do que um festival de música.”


Havia também o problema do tempo, que às vezes ficava pavoroso. Na sexta-feira caiu uma tempestade e houve uma inundação. Centenas de pessoas estavam cortando os pés em garrafas quebradas e em tampas de garrafas. No geral, mais de 5 mil atendimentos médicos foram documentados, e muitos deles em razão do uso de drogas e álcool, que foram consumidos à exaustão.

Ocorreram também alguns problemas não menores: falta de comida; condições sanitárias precárias ou inexistentes. e preocupações do gênero. O pior de todos foi a mortes de 3 pessoas (uma overdose, um atropelamento por trator e um ataque de apendicite), além de quatro abortos, mas, felizmente, 2 ou 3 crianças nasceram, fato contestado hoje em dia, já que nunca foram localizadas. Apesar de tudo, a ação da polícia limitou-se à trabalhar na apreensão de drogas e outros casos sem maiores repercussão.

No final, a cena hilária: todo mundo embarreado pelas estradas e perguntas como “Onde está meu carro?” e “Onde estão meus amigos?” pipocavam pelo ar...


OS ARTISTAS QUE SE APRESENTARAM

- Primeiro Dia: Richie Havens; Country Joe McDonald; John Sebastian; Incredible String Band; Sweetwater; Bert Sommer; Tim Hardin; Ravi Shankar; Melanie; Arlo Guthrie; Joan Baez.

- Segundo Dia: Quill; Santana; Canned Heat; Mountain; Janis Joplin (foto); Sly & the Family Stone; Grateful Dead; Creedence Clearwater Revival; The Who.

- Terceiro Dia: Jefferson Airplane; Joe Cocker; Country Joe & The Fish; Ten Years After; The Band; Blood, Sweat and Tears; Johnny Winter; Crosby, Stills & Nash (e Young como convidado)

- Quarto Dia: The Paul Butterfield Blues Band; Sha-Na-Na; Jimi Hendrix.


CURIOSIDADES

* Até hoje há quem pergunte sobre o porquê da banda mais famosa da época, os Beatles, não terem participado do festival. É que John Lennon, George Harrison, Paul McCartney e Ringo Starr, estavam em pleno clima de separação definitiva da banda, que foi anunciada oficialmente em março de 1970, e nesta época preparavam seus discos individuais seguindo carreira solo. Os promotores chegaram a entrar em contato com John Lennon, pedindo para que os The Beatles tocassem no festival. Lennon disse que os Beatles não tocariam no festival a não ser se a Plastic Ono Band, da Yoko Ono, também pudesse tocar. Os promotores o recusaram.

* Neil Young não fazia parte da banda de Crosby, Stills & Nash. Ele apenas tocou algumas músicas com os três, e acabou, mais tarde, sendo chamado para a banda.

* A banda Iron Butterfly foi convidada para tocar, mas teve sua apresentação cancelada porque o vôo atrasou e os músicos ficaram presos no aeroporto, não podendo chegar ao local do show.

* A banda Grateful Dead tocou durante a chuva. Alguns membros da banda tomaram choques durante a sua apresentação e Phil Lesh (o baixista) ouviu o rádio de transmissão de um helicóptero através do amplificador de seu baixo enquanto tocava.

* A banda Led Zeppelin foi chamada para tocar no festival, mas o empresário da banda, Peter Grant, afirmou: “Nós fomos chamados para tocar em Woodstock e a gravadora (Atlantic) estava bastante entusiasmada, e Frank Barsalona (o promotor) também. Porém eu disse não, pois em Woodstock nós seríamos apenas outra banda na parada”. Em vez disso, o grupo foi para uma turnê de mais sucesso.

* The Doors inicialmente concordaram em tocar, pois acharam que o festival fosse ocorrer no Central Park, mas decidiram ir contra a idéia quando souberam que o festival ocorreria em uma fazenda isolada da cidade. Eram considerados uma banda com grande performance, tinham bastante potencial, mas cancelaram a apresentação em cima da hora. Ao contrário do que muitos pensam esta ocorrência não está relacionada ao fato de o vocalista, Jim Morrison, ter sido preso por postura indecente em um show anteriormente. O cancelamento do show se deu ao fato de que Morrison sabia que a sua voz soaria repugnante por estar ao ar livre. Há também a idéia de que Morrison, em um momento de paranóia, estava com medo que alguém atirasse nele e o matasse quando o mesmo pisasse no palco. No entanto, o baterista John Densmore compareceu no festival; no filme, ele pode ser visto ao lado do palco durante a apresentação de Joe Cocker, quando esse cantava o hino lisérgico “Let’s Go Get Stoned”.

* Frank Zappa e The Mothers of Invention afirmaram: “Muita lama lá em Woodstock. Nós fomos convidados para “tocar lá, mas recusamos” justificou Frank Zappa na época.

* Não se sabe o porquê, mas os Rolling Stones não foram convidados para tocar em Woodstock, mas a banda, enciumada, quatro meses depois, realizou o festival Altamont, na Califórnia. Programado para ser uma resposta da costa oeste americana a Woodstock, o evento reuniu bandas californianas e público em número semelhante ao de Woodstock, mas ficou marcado pela violência e pela morte de quatro pessoas que foram esfaqueadas por motoqueiros do grupo Hells Angels, que foram contratados para fazer a seguranças do festival. “As drogas já estavam sob controle do crime organizado”, afirmou o jornalista Joel Macedo, autor do livro Albatroz, o encontro das tribos na Califórnia dos anos 60 (Editora Danprewa). “O movimento hippie mudou de mão, fugiu de controle. Em Altamont, o sonho acabou”.


HENDRIX, O PRINCIPAL ARTISTA

Jimi Hendrix foi o último a se apresentar naquele dia, às 8.30 hs da manhã de segunda-feira, onde “restavam” cerca menos de ¼ do público de 500 mil nas noites anteriores. Os que foram embora não sabem o que perderam, pois foi talvez o melhor show de sua carreira, dia em que ele apresentou sua célebre e inimitável versão do hino nacional norte-americano, em meio da qual improvisou com uma maestria jamais vista, a cena de uma batalha no Vietnã. Sua humildade impressionou antes do início do show, quando ele disse: “Vocês podem ir se quiserem, nós estamos fazendo uma ‘jam’; é tudo”... É que jam fez a banda ! Nunca, Hendrix tocara tão bem como nesse dia! Ele estava iluminado, e talvez preconizasse a importância que o festival viria a ter para a posteridade! Mais tarde, quando lhe perguntaram se ele sabia que iria gerar tanta polêmica com a performance de Star Splanged Banner, ele declarou apenas dizendo Eu achei que foi lindo”. Hoje, é sabido que a grande vitória da Geração Woodstock foi ter conseguido arrancar os Estados Unidos do Vietnã.



Hendrix interpretando Star Splanged Banner

Bob Tequila, da comunidade Jimi Hendrix Brasil no Orkut, fez um belo comentário sobre essa apresentação:


“É uma multidão que admira silenciosamente o que ele está tocando. Há quase um clima religioso, um ritual pagão em ouvir, captar aquelas notas alucinadas, principalmente quando ele executa The Star Splanged Banner. A maioria do pessoal parece ser do sexo masculino e observa atentamente as notas que saem e o que os dedos, a língua e o cotovelo do MESTRE está fazendo. Mas os seus rostos atônitos parecem não acreditar no que ouvem!”


WOODSTOCK HOJE

Passadas quatro décadas, os debates discussões sobre sua importância persistem, e até hoje divide opiniões: enquanto uns dizem que Woodstock foi o fim de toda a ingenuidade e utopia que cercavam os anos 60, outros afirmam que foi o apogeu de todas as mudanças e desenvolvimento na sociedade. Hoje, cultores da onda hippie encaram Woodstock como “o marco final de uma era dedicada ao avanço humano”. Há ainda os que dizem que tudo aquilo foi apenas uma “festa dos infernos”... Mas numa coisa todos são unânimes: o festival foi evento cultural relevante não só para a história da música, mas para a história da humanidade e muitos saíram dali com uma visão totalmente diferente do mundo.

O escritor e jornalista Celso Lungaretti, 58 anos, sintetizou em poucas palavras, o que representou Woodstock:

“Woodstock foi o evento musical que mais influenciou as artes e os costumes na história da humanidade. (...) as gerações seguintes se desinteressaram de mudar o mundo, voltando a priorizar a ascensão profissional e social. O rock, depois de uma fase intensamente criativa e experimental, voltou aos caminhos seguros do marketing. (...) O sonho acabou? Talvez. Mas, quem o partilhou só lamenta que haja durado tão pouco e tenha sido substituído por uma realidade tão insossa.”


E as coisas mudaram mesmo: hoje, ironicamente, no museu local do estranhamente limpo Bethel, se lê avisos assim:

"Proibido utilizar drogas em público"; "Proibido instalar guarda-sóis ou barracas de acampamento"; "Não tocar música em alto volume"...



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segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Revista POP - Nº 12, outubro 1973, 84 pág., p/ baixar!

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MAIS UMA POP PARA BAIXAR!

Revista POP - Nº 12, outubro 1973, 84 páginas, 122.36 MB, em arquivo pdf.


Matérias com:

- Rita Lee
- Toquinho
- David Bowie
- Osmonds
- Gilbert O'sullivan
- Jean Paul Belmondo
- Telescópios



Baixe-a aqui:

http://www.easy-share.com/1907164527/Revista POP - Nº 12, out. 1973.pdf

Em breve, outra POP!
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terça-feira, 28 de julho de 2009

Jornais HIT POP para baixar

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Dando continuidade ao meu nada mole trabalho de digitalização desse importante documento cultural que foi a revista setentista Geração POP, também estou escaneando os exemplares do jornal HIT POP que possuo, jornais estes que eram suplementos avulsos que fizeram parte da revista por um período, e depois foram incorporados à ela até desaparecerem na fase final desta revista, que durou durou 82 edições, de novembro de 1972 a agosto de 1979.
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Nele, podíamos checar as resenhas dos mais importantes discos lançados, letras de músicas, hit parade das rádios do Rio de Janeiro e São Paulo, bem como entrevistas, agenda de shows e novidades sobre os artistas em geral.
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HIT POP, fevereiro 1974, 8 páginas.
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Destaque para a explosão do fenômeno Secos & Molhados.
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Link para baixar
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Jornal HIT POP, outubro 1974, 8 páginas.
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Destaque para matérias com Jackson Five!
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Link para baixar
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Jornal HIT POP, out. 1973, 8 páginas.
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Link para baixar
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Jornal HIT POP, jan.1974, 8 páginas.
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Link para baixar
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Jornal HIT POP, set. 1974, 8 páginas.
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Link para baixar
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Aguardem, mais jornais em breve e o exemplar Nº 12 da revista POP de outubro de 1973!
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Vá dois tópicos abaixo e acesse para ler e baixar:


UMA GRANDE REVISTA SETENTISTA, A “GERAÇÃO POP”
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segunda-feira, 13 de julho de 2009

UMA GRANDE REVISTA SETENTISTA, A “GERAÇÃO POP”

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Ler essa revista não é voltar ao passado,
mas sim reconhecer que o passado não é 
obrigatoriamente substituído pelo presente
apenas pelo frescor do seu tempo, mas sim
pelo frescor de sua criatividade.”
(Ludmilla Rossi, 2009)



É um consenso nos meios midiáticos de que a década de 1970 tornou-se um marco cultural do século XX, principalmente para os jovens – foi quando no Brasil surgiram as primeiras publicações destinadas aos rockeiros. Nesta época pré-internet, em se falando da mídia escrita, essas revistas específicas eram os únicos meios de os jovens de então obterem maiores informações sobre bandas e discos lançados. Na esteira dessa avalanche conhecida como “cultura pop”, em princípios dos anos 70, a Editora Abril lançou a revista Geração Pop, publicação que durou 82 edições – de novembro de 1972 (foto) a agosto de 1979 –, e influenciou uma geração não só de jovens, mas de artistas, jornalistas, editores, estilistas e outros setores envolvidos com a arte e cultura. Esta revista foi um marco editorial do período, pois não houve no Brasil uma publicação que retratasse tão bem e de maneira diversificada as tendências de uma década riquíssima culturalmente falando, década esta ainda hoje tão cultuada e imitada. 

Propaganda da Pop num exemplar de revista Veja de 6 de junho de 1973:


O internauta Márcio Baraldi, do blog Arca do Barata, escreveu sobre estes tempos “deficientes”:

“O difícil era que a gente tinha que esperar ao menos um mês a chegada da edição da revista na banca de jornais perto de casa para ficar sabendo dos lançamentos das nossas bandas prediletas... Lá fora, pois aqui também lançamentos de discos demoravam um ou mais anos para chegarem.”

Também conhecida apenas como Pop, já que o logotipo punha esta palavra em destaque, era basicamente um veículo de música pop. Hoje é considerada uma publicação antecessora da BIZZ no jornalismo musical da Editora Abril, revista semelhante extinta recentemente, em agosto de 2007. Comparadas, a tendência da Pop era mais comportamental, e não se prendia somente ao rock, mas a outros estilos populares da música jovem, como a soul music e a discoteque, o pop romântico, e também a MPB. Muitos outros assuntos de interesse dos jovens eram encontrados nesta revista, abordando temas como sexo, misticismo, moda, fotografia, cinema, aparelhos de som, sugestões de LPs, livros, hit parade, carros e motos, esporte radicais como o surf e o skate, e muito antes de qualquer publicação especializada, talvez a Pop tenha sido a primeira a abordar estes dois últimos esportes. Diversos nomes importantes do jornalismo passaram por ela, como Caco Barcelos, Ezequiel Neves, Júlio Barroso, Okky de Souza, Leon Cakoff, Pink Wainer (filha da Danuza Leão), o fotógrafo Mauricio Valadares, José Emilio Rondeau, Ana Maria Bahiana, Peninha Shimidt, o DJ Big Boy, o escritor e produtor Nelson Mota, etc.
Surpreendente notar na revista que, em matéria de visual de moda jovem e comportamento, há fotos, p. ex. de jovens em praias, surfistas e garotas “cocotas” de biquíni que parecem ter sido feitas hoje, embora haja coisas datadas. Veja estas fotos do ano 1976/77, portanto, há mais de 30 anos atrás e confira: ou os anos 70 estavam à frente de seu tempo ou o século 21 não evoluiu muito nesse quesito... Dúvida do que afirmo? Pois então, folheie uma revista da década de sessenta com cenas praianas, e você vai ter de rever suas opiniões...
Para provar que a revista ainda causa impacto, leia esse depoimento da blogueira Ludmilla Rossi:

“Voltando a revista Geração POP, minha mãe me trouxe essas revistas, sobre as quais eu jamais tinha ouvido falar. Sou de 82, a revista nasceu uma década antes de mim, em 1970 pela Editora Abril. Me emocionei ao abrir os exemplares e meus olhos encontrarem a estética que eu facilmente adotaria hoje para viver. Me senti mais confortável e ambientada com o mundo que eu encontrei na Geração POP do que o que eu encontro na NOVA.
(...) Depois de 36 anos, que mantiveram sacos plásticos e a rotina afastando as revistas dos meus olhos, a Geração POP não conseguiu acompanhar as tendências musicais atuais. Mas ela nunca precisou mesmo fazer isso. Ela encontrou seu nicho, chegou ao seu target com um atraso de quase quatro décadas. A maior parte dos artistas presentes em suas páginas não deveriam ser substituídos por tendências atuais. Ler essa revista hoje não é voltar ao passado, mas sim reconhecer que o passado não é obrigatoriamente substituído pelo presente apenas pelo frescor do seu tempo, mas sim pelo frescor de sua criatividade. Tomorrow may be even brighter than today.
(Eu disse, maybe).”


Sobre o desaparecimento da revista, curiosamente, o site Observatório afirmou que

“A decadência da revista se deu porque ela não conseguiu acompanhar as tendências musicais atuais. Sobre o punk rock, arriscou-se a fazer matéria fictícia, com dois meninos de rua, aparentando pivetes, que seriam integrantes de um inexistente grupo de punk rock. Foi sua sentença de morte.”



A princípio, achei que essa informação podia não ser verídica, já que a citada matéria não foi publicada no último exemplar lançado o de Nº 82, de agosto de 1979, mas o blog Lágrima Psicodélica trouxe o seguinte:

“Entre as curiosidades que volta e meia saíam na Pop, (...) uma reportagem com a primeira banda punk de São Paulo, Os Filhos da Crise. Filhos da Crise?
Segundo Antonio Bivar, o grupo nunca existiu: alguém da revista deve ter pego uma foto num arquivo qualquer e lançado o factóide. Haviam alguns punks no Brasil sim, mas eles ficariam na encolha até pelo menos 1982. E como não havia internet, as gangs de punks espalhadas pelo país não sabiam que não eram as únicas.”



Uma tese de pós graduação, de autoria de Cassiano Scherner, da PUCRS, intitulada “A questão da crítica musical nas revistas musicais brasileiras especializadas em rock” (2008), traz a seguinte justificativa para o desaparecimento da revista:

“Até o presente momento, das duas revistas analisadas (Rolling Stone e GeraçãoPOP), percebemos que as matérias sobre o rock brasileiro eram bastante inferiores em relação ao rock estrangeiro. Isto confirma uma tendência da época, que denominamos de “Pós Tropicalismo”, onde ainda era muito incipiente falar em rock brasileiro no sentido de buscar um caráter voltado para a indústria cultural, como era no estrangeiro. Pelo contrário, apesar de buscar focar no mercado jovem, este mercado não existia, fosse ligado pelo rock ou por outras formas de consumo. Eis, portanto, a razão que ambas as publicações não terem tido longa longevidade no mercado editorial voltado para a música jovem no Brasil dos anos 70. ‘Juventude nos anos 70 não dava ibope’, afirmou um jornalista (Okky de Souza)) que integrou a revista Geração Pop’. Ressaltamos que pelo fato da pesquisa ainda estar em andamento, outros resultados ainda irão surgir e que deverão ser incluídas em futuras avaliações.”

Enfim, esta é uma revista que deixou muitas saudades, e eu fui um desses garotos que não via a hora de, todo início de mês, ir buscar ansiosamente o meu exemplar nas bancas. Depois, era só ir à loja de discos e comprar os discos anunciados. Devo muito à Pop, pois muito do literato que hoje sou devo às suas leituras. Lembro-me que à ela fui apresentado por um primo meu, o Donizete Rocha – que andava com meus irmão mais velhos. Na casa dele vi pela primeira vez um quarto com as paredes recheadas de posters de bandas de rock, carros, motos, gatinhas, e eu pirei! O Doni a comprava mensalmente, e, em sua casa, folheando suas revistas passei a comprá-las também. Fiz besteiras imperdoáveis: além dos números que eu mesmo comprei, ganhei muitos exemplares antigos de outros amigos, e, quem sabe se hoje eu não tinha a coleção completa, mas ocorreram alguns problemas com “amigos” e perdi diversos números, infelizmente.

e, quem sabe, eu tinha a coleçnehi duas coleçbncasocha, que a comprava mensalmente e tinha seu quarto recheado de posters.
Vou postar aqui um presente para os leitores, um exemplar desta revista (nº 2, out. 1972, 106 páginas), que, trabalhosamente, eu escaneei e transformei em arquivo pdf para facilitar a leitura. Asseguro que folheá-la (e lê-la...) é uma agradabilíssima e nostálgica viagem no tempo. A propósito, os números remanescentes que possuo são estes: 2, 3, 7, 12, 13, 16, 17, 20, 28, 31, 33, 39, 41, 48, 53,58, 60, 62, 67, 68, 69, 74, 75, 77, 80 e 82. Esse 26 exemplares valem ouro e guardo-os como um tesouro! Além disso, tenho inúmeros exemplares do jornal Hit Pop que vieram encartados numa certa fase da revista, e que pretendo escanear também.
Aos poucos, sem compromisso, irei postar outros exemplares da Pop conforme for escaneando-os. Valer dizer que, apesar de trabalhoso, foi gratificante no final ver a revista pronta em pdf. Aliás, para uma preciosidade como essa, digitalizá-la é o mínimo que se pode fazer para sua preservação, além da importância de se divulgá-la às novas e as posteriores gerações que não tiveram a felicidade de viver essa época deslumbrante.

Link para baixar o exemplar nº 2, out. 1972, 106 páginas da revista POP:


Seria de grande valia se os leitores que possuem os números que não tenho, também fizessem o mesmo e disponibilizassem suas revistas escaneadas na internet. O programa usado no trabalho foi o PhotoPaint, com 220 dpi de resolução e recurso de "equalização automática" das imagens, além de passar o filtro "remoção de pontilhados" se necessário. Os interessados na empreitada, por favor me contatem.

Leia mais sobre a POP no Orkut:



Na Internet:

http://velhidade.blogspot.com/

Algumas imagens que marcaram:

















Rita Lee e O Terço

















Rick Wakeman e Pink Floyd















Nektar e Led Zeppelin

















Led Zeppelin

















Made in Brazil


* Clique nas imagens para melhor visualizá-las.
9 fontes - consultar autor
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