sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

INTERPRETES: MAIS RESPEITO COM A CRIAÇÃO MUSICAL ALHEIA!

Fico chateado (para não dizer puto...) quando, assistindo um programa musical, como por exemplo o Voice Brasil ou o Raul Gil, vejo os novos cantores interpretando músicas consagradas de grandes autores e se atrevem a alterar a linha melódica (a parte cantada) como se a música fossem deles. Nisto, enchem-na de floreios inexistentes e, o pior, cometem o sacrilégio de alterar os tons originais onde podem e bem entendem, deturpando a melodia original. Há quem ache que esteja melhorando a canção, ou, pelo menos, fazendo uma grande interpretação... Não importa se o interprete seja da opinião que determinado trecho da música não é bom e devia ter a melodia que ele tem em mente e acha melhor e, assim, a interpreta baseado nisso - a melodia gravada pelo autor ou seja, a que foi registrada no órgão competente, como a Biblioteca Nacional (BN), é a original e deve ser terminante e invariavelmente respeitada, seguido-se à risca o original durante a execução. Lembremos, no entanto - e infelizmente -, que os próprios autores incorrem nesse erro e às vezes fazem essas "recriações" em apresentações ao vivo ou em reagravações, o que eu acho um ultraje com a própria obra, um desrespeito com a própria criação. 

 Apesar de, geralmente, eu achar a gravação original a melhor (e sagrada), pode fazer o arranjo que for, mas a linha melódica não pode ser alterada em hipótese alguma, pois ela é como a espinha dorsal de uma música, e ninguém pode alterar sua estrutura, extraindo ou colocando um osso a mais ali. Uma coisa é um novo arranjo para música; outra totalmente diferente é querer alterar a melodia original. 

 Deveria haver uma proibição por lei impedindo os intérpretes de cantarem um sucesso alterando a linha melódica ao seu bel-prazer; aliás, isso deveria se coisa passível de processo. Ou grava como manda o figurino ou seja impedido de gravar caso pretenda fazer alterações na melodia. Lembremos que quando uma música nova é registrada na BN, a letra vai acompanhada da partitura onde é registrada a linha melódica, que em suma, é a essência da canção. Na música clássica, por exemplo, tudo o que foi criado e arranjado pelo autor é intocável e eterno, e a interpretação deve ser a mesma não importa, por exemplo, a sinfônica que a execute, embora as interpretações variem de uma sinfônica para outra, seja devido à qualidade de execução dos músicos, seja pelo talento ou deficiência de cada um e também da inspiração.

 Assim sendo, amigos, se coloquem então na pele do autor e imaginem alguém alterando sua amada criação musical, e veja como você se sentiria.
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quinta-feira, 20 de outubro de 2016

DUAS BANDAS TÃO DISTINTAS: O GENESIS PROGRESSIVO E O GENESIS POP!!!...



Estive pensando: o Genesis é uma banda que sofre um fenômeno curioso, fenômeno talvez único no universo do Rock. Não é todo mundo que, à esta altura, sabe que existiram dois Genesis, e bandas bem distintas: a progressiva e a pop.

Por exemplo, as modernas gerações pensam que o Genesis sempre foi o “power trio pop" à cargo de Phill Collins, Mike Rutherford e Tony Banks, e é de se admirar que não são poucos que ignoram que o verdadeiro Genesis tinha também em seu quadro outros dois gigantes: Peter Gabriel e Steve Hackett. Daí que você fala bem do Genesis “oficial” para um jovem rockeiro mal-informado, ele torce o nariz e imagina que você está falando do trio, que ele não gosta, mas nem por isso procurou ouvir o da fase progressiva...

Antes de mais nada, apesar de ser o período da banda que eu não curto, tenho o maior respeito pela fase pop e pelo gênio do gênero que é Phill Collins, que vendeu tanto quanto Michael Jackson, Elton John e Stevie Wonder. Em momento algum quero afirmar que a fase pop do Genesis é de gosto duvidoso, muito pelo contrário, pois, sem sombra de duvida, é um pop de responsa e da maior qualidade, mas o problema, repito, é que há por aí muito neguinho que pensa que o Genesis que conhecem sempre foi o das músicas “mela cueca”!...  Porém, estou ciente de que quem conheceu o Genesis já na fase pop e gostou, pode muito bem não gostar do progressivo.

Por isso mesmo imagino que o Genesis pop faz muito mal para a reputação do Genesis progressivo. Tenho, inclusive, amigos que, por mais que eu fale bem do Genesis da primeira fase, eles se negam a ouvi-lo, pois o parâmetro e o conceito (equivocados) que tem sobre a banda é o da fase pop. Aqui o caso é outro: conhecem o Genesis progressivo mas nunca se dignaram a ouvi-lo, de modo que pensam que o estilo da banda é o da fase pop!... Outro dia mesmo falei para um amigo do tremendo baterista que é o Phill Collins — considerado hoje “o baterista dos bateristas” —, e ele se surpreendeu, e até duvidou, e notei claramente que ele só conhecia o Phill Pop!...

Mas tem também aqueles que me dizem que não gostam da banda em fase alguma.  Para esses eu digo: "Quem você pensa que é para não gostar do Genesis?! O Genesis é que não gosta de você!"...

Aos mal-informados do gigante que fora o Genesis progressivo, só me resta uma coisa: lamentar as incríveis belezas que deixam de ouvir e dar meus pêsames por sua alienação...

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