domingo, 13 de setembro de 2015

RESENHA DE LIVROS E REVISTAS LIDOS POR MIM EM AGOSTO DE 2015

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1- Pelos caminhos de minha vida. A. J. Cronin. 1968. Cronin foi um escritor famoso em meados do século passado, mas hoje pouco se ouve falar de seus livros - cerca de vinte -, que foram lançados pelo mundo todo, sendo que algum foram parar nas telas. O livro em questão trata de suas memórias, onde ele condensou a sua saga como médico e os duros caminhos que teve de trilhar até concretizar seus anseios de tornar escritor. Um livro de leitura agradável, mas mediano.



2- PZ - Poeira Zine Nº 61, julho/agosto 2015. O destaque deste número fica para a longa, minuciosa e esclarecedora matéria com a grande banda de rock progressivo brasileira, o Som Nosso de Cada Dia, que, "só lendo mesmo"... Outra matéria de destaque trata dos grandes selos de rock alemão, que lançaram inúmeras bandas que se tornaram famosas pelo mundo todo, boa parte delas lançadas no Brasil, como Nektar, Message, Guru Guru, Kathargo, Embryo, Tangerine Dream e Amon Düül II. Para finalizar, destaco a ótima matéria com o baixista e vocalista John Wetton, que tanta contribuições de peso trouxe ao rock ao integrar bandas de renome mundial como King Crimson, Roxy Music, Uriah Heep, UK, Asia e Wishbone Ash.


3- Conhecimento Prático - Literatura - Em busca do Tempo Perdido. Nº 48. 2013. Revista dedicada à Literatura, cuja edição tem como destaque traz uma análise, livro a livro, sobre o centenário da clássica série memorial "Em busca do Tempo Perdido", do escritor Marcel Proust. Traz também uma análise de Kafka e sua obra, como também um texto esclarecedor onde se afirma que o trabalho de escrita de uma narrativa literária é um trabalho de edição, termo usado no jornalismo, na televisão e no cinema.


4- Copérnico - Grandes personagens de todos os tempos. 1973. A biografia daquele que é uma dos maiores astronômos da história da Astronomia antiga e um dos maiores de todos os tempos. Um ótimo livro, muito esclarecedor, seguindo passo a passo a vida desse gênio do Renancentismo, devotado pesquisador que, por medo de represálias da Igreja e de ser ridicularizado por seus pares, relutou por anos a fio em lançar seu livro "Da revolução da esfera celeste" - a obra máxima de toda a sua vida -, no qual expunha a teoria do heliocentrismo, onde deslocou a Terra de seu centro medieval, lançando-a em órbita do Sol renascentista, fato que é o símbolo da gênese do pensamento moderno. Esse medo era devido ao que havia acontecido à Giordano Bruno, queimado em fogueira pública por suas ideias revolucionárias, o que levou Copérnico à obliquidade, ao sofismo e às meias-palavras. Afinal, como não temer os membros de uma entidade ao qual ele próprio se referia como "Eminentíssimos e Reverendíssimos Cardeais Inquisidores Gerais da Comunidade Cristã Universal"?!... Enfim, à esse estudioso e recluso gênio de Nuremberg, a um tempo astrônomo, matemático, médico, economista e chefe de Estado, a coisa mais importante de sua vida era a torre da catedral de Frauenburg, onde viveu enclausurado durante cerca de 30 anos, lugar que usava livremente como morada, local de pesquisa e observatório, e onde também, tristemente, morreu cego e abandonado. Assim fora a vida deste homem singular, um solitário que se irritava com a simples e absurda idéia de se explicar o individual pelo geral. Sobreviveu à tempo de ver seu livro lançado, sem sequer imaginar que 75 anos depois a venerável e santa Igreja colocaria sua obra no Index!... E como ficaria feliz ao saber que, num futuro distante, o mundo ia associar o aniversário de seu nascimento à celebração do nascimento da Ciência moderna!


5- Caçadas e Pescarias. Antonio Pereira Coelho Filho. 1962. Um livro acima do mediano, mas que não acrescentou muito aos meus conhecimentos sobre cinegética. Tanto o é que o índice particular que costumo fazer nas capas internas dos livros que leio foi irrisório. As "histórias de caçadores" em que ele se propõe a nos fazer rir são algo insossas, além disso, não escreve com a mesma paixão, poesia e grande conhecimento ao nível do nosso representante-mor no gênero, o eminente Francisco de Barros Jr. No entanto, há uma história, a meu ver, muito bem escrita, com um ótimo estilo literário, por título "Era um moço mineiro", já ao final do livro, história para a qual eu tirei meu chapéu, mas não tão boa à ponto de figurar ao lado de "O ladrão de cavalos", o célebre conto de Luís Jardim. Curioso no livro é o último capítulo onde ele ensina aos caçadores uma espécie de código-morse, que pode ser feito com assovios ou mesmo pios de caça, de modo a se comunicar com outros caçadores nas redondezas sem espantar a caça. O celular não faria melhor!...

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