segunda-feira, 27 de janeiro de 2025

COINCIDÊNCIAS ENTRE A ARTE E A VIDA REAL

A primeira vez que pus meus olhos neste belíssimo quadro ― "Saudades" (1899), do famoso pintor caipira Almeida Júnior (1850-1899) ―, imediatamente ele me remeteu ao filme "Inocência", de 1981, estrelado por nada menos que a premiada atriz Fernanda Torres e o Edson Celular, filme, aliás, muito bom ― uma ótima adaptação do famoso romance do escritor Visconde de Taunay (1843-1899), livro de 1872, para mim, o mais belo romance regionalista brasileiro, livro de cabeceira, aliás.



Digo que o quadro me chamou a atenção pois a impressão que a pintura me passa é a da própria Inocência (do filme) estar à janela de seu quarto do sítio onde morava, lendo uma provável carta de Cirino, cheia de saudades esperando seu retorno. Escrevi isto, poisa semelhança física da moça da pintura com a própria Fernanda Torres é impressionante!


Há mais coincidências: o fato de o Almeida Júnior ter sido assassinato à punhaladas por um primo seu, pois era amante da esposa deste. Foi considerado o mais famoso crime passional brasileiro da época, comovendo o País. Também, no livro, o personagem Cirino foi assassinado pelo enciumado Manecão, namorado de Inocência. Cirino pretendia desposar Inocência.

Os livros que tenho do romance "Ioncência, 
e das pinturas do Alkmeida Júnior.

O quadro "Saudades" foi uma das últimas pinturas feitas por Almeida Júnior antes de ser assassinado, e, por outra curiosa coincidência, o Taunay faleceu no mesmo ano que o Almeida Júnior.

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quarta-feira, 25 de dezembro de 2024

O PIANO E OS TECLADOS NO ROCK E NA MÚSICA POP ONTEM E HOJE


Antigamente tínhamos artistas pop que tocavam piano e faziam grande sucesso com suas músicas, e o piano tinha participação ativa e efetiva nos arranjos, destacando-se tanto quanto a voz. O que mais se destacou foi o Elton John, mas tínhamos outros grandes como Stevie Wonder, Paul MacCartney (os três maiores), Ray Charles, Leon Russell, Carole King, Barry Manilow, Roberta Flack, Billy Joel e "finalmente" Freddie Mercury, e no Brasil o Guilherme Arantes. Hoje, nos raros artistas que tocam piano, ele quase chega a passar despercebido. 

Mesmo no rock o piano se destacava bastante, bem como os teclados eletrônicos, tendo como astros maiores Rick Wakeman, Keith Emerson, Patrick Moraz, Jurgen Fritz, Edgar Froese, Richard Wright, e no Brasil o Manito e o Flávio Venturini. O teclado no rock hoje não se destaca tanto, e só as guitarras parecem imperar.




terça-feira, 17 de setembro de 2024

DE COMO A DITADURA DE 1964 - O ANO DO GOLPE -, FOI PÉSSIMA PARA O MAIOR ROCKEIRO DO BRASIL!...


"1964 foi a melhor época dos Panteras, a fase áurea. Porque a gente tocava música dos Beatles. A gente tinha aparelhagem, tinha nome, era o conjunto mais caro da Bahia.” (RAUL SEIXAS, em entrevista à Ana Maria Bahiana em 1975)






terça-feira, 13 de agosto de 2024

PAPAI, NÃO CORRA!


Quem se recorda daquele pequeno acessório decorativo que era colocado no painel dos automóveis entre os anos 60 e 80, um quadrinho de armação de alumínio, de formato comprido e retangular, com uma fotinha dos filhos de um lado, ao centro a frase "Papai, não corra!" (ou "Papai, não corra! Papai, não morra!"), e do outro lado uma imagem de Nossa Senhora ou o emblema de um time de futebol qualquer? 

Ele era preso por um imã que havia atrás do quadrinho, e isto era possível, já que o painel dos carros da época era de metal. 

Quem guardou um desses objetos tem hoje uma verdadeira relíquia de época oriunda daqueles tempos relativamente descuidosos e ingênuos, e sem tantas regras rígidas para se dirigir e viajar.

Mas - ironia do destino - os tempos mudaram: hoje, quem corre são os filhos!!!...

CURIOSIDADES:

- Num show antigo, o humorista Chico Anysio contava a saga do primeiro astronauta brasileiro, citando que ele levaria, colada ao painel de instrumentos, a foto dos filhos com os dizeres: "Papai, não corra";

- Uma rara imagem de um acessório desses pode ser vista numa cena do filme "Cabra-cega", lançado em 2005.

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sábado, 22 de junho de 2024

JOHAN DALGAS FRISCH - A PARTIDA DE UM MESTRE

Há oito dias atrás, fiz um post aqui homenageando o ornitólogo Johan Dalgas Frisch, dizendo que ele era meu mestre desde os meus 21 anos, quando me iniciei como observador de aves, comprando seus discos com gravações de aves e os livros "Aves Brasileiras", volumes I e II, este, obra de referência na ornitologia mundial por ser o primeiro guia de campo lançado no Brasil.



Na verdade, conheci o Dalgas ali por volta dos 8 anos, quando um amigo da família, o Carlinhos Cosmo, levou um disco paa a gente ouvir junto de meu pai, quando ainda morávamos na Usina Palmeiras. Foi chocante. Três anos depois, ouvi novamente suas gravações num ônibus que ficou por alguns dias parado em exposição para visitas em frente à igreja Matriz de Araras, ônibus que se intitulava "Exposição Educativa das Selvas do Mato Grosso", que corria o Brasil, cujo proprietário era o empalhador e ornitólogo José Hidasi. Havia animais empalhados de todos os tipo dentro daquele ônibus fantástico. Era para lá de impactante.  Ouvir aquelas gravações com a voz pomposa do Oswaldo Calfati narrando, foi um impacto muito grade e me tocaram profundamente. Foram nestes dias incríveis que a mosca azul da Biologia me picou definitivamente. 



Coincidentemente, ontem, infelizmente, faleceu um amigo - o Gustavo - que me alertou para o fato de que eu era o pioneiro em Araras como observador de pássaros, o que muito me orgulhou!

Hoje, para minha enorme tristeza, soube pela TV que o Dalgas também faleceu, esta manhã, o que me causou um choque enorme. Era seu fã a não poder mais, colecionando gravações e reportagens dele, sempre acompanhando seu trabalho. 



Porém, Dalgas estava com 95 anos, o que significa que vivera e produzira muito nestes anos todos, felizmente. A Ornitologia brasileira lhe deve muito por seus feitos em prol das aves e sua magnífica obra. 

Enfim, o que me resta é desejar-lhes que Deus os receba com toda a paz na Eternidade, e que todas as pombas do Paraíso façam revoadas com suas chegadas! 

Obrigado, Gustavo, e obrigado Dalgas, grande e eterno mestre!

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quinta-feira, 20 de junho de 2024

MINHA OPINIÃO SOBRE O "SKA" e o "REGGAE", RITMOS JAMAICANOS

Surpreendentemente, quando no mundo do Rock ninguém falava neste estilo musical, a banda norte-americanade rock Grand Funk gravou um ska em seu disco de 1974, o “All the girls in the world beware”, e é uma música que eu ouvi recentemente e gostei, com direito à sopros e tudo mais. É a canção “Runnin’”, de autoria do baterista e vocalista Don Brewer! 

Mas nunca me agradou o Paralamas do Sucesso gravando músicas neste estilo, e até me parecia música ruim executada em ritmo de discoteque demais acelerado… rsrsrsrs… 

Também — apesar de eu ter composto duas músicas no estilo —, não curto reggae, outro estilosinho de ritmo viciado em que todas as músicas parecem a mesma… E penso que todas as bandas de rock que se meteram a gravar reggae, para mim foi um fiasco, algo desnecessário — musiquinhas para lá de insossas —, a começar pelo Eric Clapton (vide “I shot the sheriff”); depois veio o Led (que também gravou um funk, um lixo, por sinal!), e até mesmo o Van Halen (quem diria!...)! 

O Gil gravando “No woman no cry” para mim é uma mediocridade — ô, musiquinha aguada e sem sal ou açúcar! Mas, para mim, “A raça humana”, dele próprio, é o melhor reggae composto no Planeta, um reggae, diria, New Age, bem desacelerado e muito emotivo! 

Mas o reggae em geral me remete a chiclete que se masca e que há muito perdeu o açúcar… E o ska - ah, o ska!... - me parece música de quem vai tirar o pai da forca... rsrsrsrs…

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terça-feira, 27 de fevereiro de 2024

CURIOSA COINCIDÊNCIACOM O DISCO "NURSERY CRYME" DA BANDA GENESIS

Encontrei esta ilustração à bico de pena relativa a um jogo de "croquet" (com "o" mesmo), história que se passa na primeira década do século passado em Montevideu. Ela me remeteu à capa do disco "Nursery Cryme", do Genesis, lançado em 1971, em que se vê uma cena de jogo de criquet (com "i"). 

* Detalhe: a ilustração é do livro "O menino que eu era", de Generoso Ponce Filho, lançado em 1967.