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sábado, 2 de agosto de 2008

JIMI HENDRIX: SUAS TÉCNICAS E SUA GENIALIDADE

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Aqui, galera, mais uma escavação na ARCA DO COBRA: uma reportagem extraída da extinta revista Música, de setembro de 1976, de autoria do músico Egídio Conde, que tocou com o Moto Perpétuo e o Som Nosso de Cada Dia, um grande guitarrista - foi considerado "Melhor Guitarrista" por duas vezes pela revista "Rolling Stone" no Brasil. Na reportagem, Egídio disseca as técnicas e a aparelhagem usada por Jimi Hendrix, fazendo altas revelações. A reportagem, continua atualíssima! Bom proveito!

JIMI HENDRIX – FENDRIX

PARA GUITARRISTAS

Muita coisa foi escrita a respeito de Jimi, mas grande parte de sua técnica instrumental é um tabu para instrumentistas que admiram seu trabalho. Este artigo é dedicado a dois amigos inseparáveis, Hendrix e a Fender Stratocaster.

AS GUITARRAS

Por volta de seu 11o ou 13o aniversário, Jimi recebeu seu primeiro instrumento, uma guitarra acústica barata, em troca da vassoura que empunhava, como presente de seu pai. Este primeiro instrumento foi logo depois substituído por uma elétrica e, aos quinze anos, por uma Epiphone. Pouco mais tarde, Jimi e a Fender Stratocaster uniram-se. Embora a Fender produzisse modelos especiais para canhotos, Jimi comprava o modelo normal porque preferia os controles em cima, reencordoando e trocando o capotraste de modo a acomodar os diferentes diâmetros das cordas. Os braços de suas Stratos, durante 67 e 68, eram usualmente Rosewood (escala escura), com poucas exceções, pois, nesta época, estes braços tendiam a ser ligeiramente mais leves e precisos no dedilhado que os modelos Mapleneck, modelo em que o braço e escala são construídos de uma só peça de madeira clara.

Jimi fazia seus próprios ajustes, na ponte, nos captadores e na alavanca. Possuía inumeráveis Stratocasters, carregando consigo, em excursões longas e shows mais importantes, cerca de treze ou mais de cada vez. De todo seu equipamento, somente pouco mais de meia dúzia de instrumentos podem ser identificados como autênticos, instrumentos esses hoje em posse do Sr. Hendrix e de Buddy Miles. O valor para colecionadores é incalculável.

Hendrix usou, esporadicamente, Gibson Les Paul, Hofner, tendo possuído também pelo menos três raras Gibson Flying V. Destas, somente uma permanece identificável, uma preta V com captadores dourados, guardada hoje como um tesouro por Eric Barret, técnico do equipamento de Jimi, de 1967 a 1970. Uma outra Fender estava sempre à mão, uma Telecaster, embora Jimi raramente a usasse, e somente em estúdios. Certa ocasião, apresentou-se com uma Strato com braço Telecaster. (Foto maior à esquerda) Red House, do álbum “Are vou experienced”, foi gravado com uma Hofner sólida. Quando Jimi começou a ganhar o suficiente para comprar o que bem entendesse, seu acúmulo de instrumentos começou.

Em Nova York, na 156 W 48th Street, fica a loja Manny's, que forneceu a Jimi a maior parte do equipamento, de 1969 até sua morte em 1970. Henry Goldrich, filho do velho “Manny”, lembra-se de ter vendido a Hendrix tudo, de uma Gibson 330 a saxofones. Entre os vários instrumentos adquiridos, podemos citar: uma Guild 12 cordas acústica, uma Gibson Stereo, uma Acoustic Black Widom (em poder de Mr. Hendrix), dois baixos Hagstrom de 8 cordas (Jimi tocou-se em Spanish Castle Magic, do elepê Axis Bold as love), três Rickenbackers, um baixo, uma de seis cordas, uma de 12 cordas, uma Gibson Dove acústica, uma Martin comprada nova. Eric Barret recorda que Jimi possuía mais de um de cada instrumento que adquiria. Modificações visuais nos instrumentos eram mínimos, como a pintura em sua “Flying V” e na Strato queimada no festival de Monterey em 1967. Os trastes também não eram substituídos, pois as guitarras de Jimi não duravam tanto: eram dadas de presente aos guris que ele encontrava e gostava, roubadas ou quebradas nos shows. As partes que então sobravam eram reunidas em novas Stratos. Na foto, Hendrix, Mitch Mitchell e um percussionista (Juma Edwards). Neste foto Hendrix usa uma Gibson SG branca, Custom.

Fender Stratocaster Sunburst, com braço Maple neck, e as principais modificações feitas por Jimi Hendrix. -A- Chave de três posições sem a mola de trava para permitir a ligação conjunta dos captadores 1-2 3 2-3. -B – Potenciômetros especiais Alan Bradley. -C- Capotrastes invertidos para acomodar a inversão das cordas.

Não se possuem dados sobre eventuais enrolamentos de captadores e modificações de grande monta. Em sua maioria, os efeitos criados residiam em sua criatividade e no conhecimento de Jimi de seu instrumento. Andy Mills, ex-técnico de som de Alice Cooper e Rita Lee, conta-nos que Hendrix usava potenciômetros especiais, Allan Bradley, de ação mais dura, hermeticamente fechados, não permitindo a entrada de poeira nos contatos, nas Stratocasters. As cordas preferidas por Hendrix eram Fender Rock'n RolI Light Gauge (010, 013, 015, 026, 032, 038). Numa entrevista à revista Disc, Hendrix diz: “Eu toco em uma Fender Stratocaster usando um E (1ª mi) regular como B (2 si) e, às vezes, um A (lá) tenor como E. Para obter meu tipo de som, coloco as cordas um pouco altas, para que elas possam soar mais tempo”. As palhetas eram do tipo medium de qualquer marca, e o Experience em suas excursões levava caixas de palhetas e várias correias, estas de cores e desenhos diferentes para combinar com as roupas.

AMPLIFICADORES

Nos seus dias iniciais, Jimi usava um Fender Twin Reverb, que posteriormente passou a usar só em estúdio e sua preferência, na maioria das vezes, era para o equipamento Marshall. Amplificadores Orange foram usados em 1967 no show de Pink Floyd “Christmas on earth”, mas Jimi não conseguiu o som que desejava deles. Em 1967, Hendrix e a Sunn solidificaram um contrato de cinco anos (durou quatorze meses) após o festival de Monterey.Na foto, Jimi e uma Gibson Flying V. A Sunn equipou todo o Experience com tudo o que desejassem, em troca da pesquisa e dos desejos técnicos de Hendrix. O equipamento, embora trabalhando bem para Noel Redding, não satisfez Jimi, que reclamava do ruído excessivo quando colocava o máximo volume nos cabeçotes. Do equipamento dessa época constavam 5 cabeçotes Coliseum PA, alterados para guitarra, com 120 w cada um, com 10 caixas acústicas, cada um com dois JBL D-130 F, logo depois mudados para quatro de 12' e cada caixa.

Depois de muitos problemas, Jimi voltou a usar Marshall. No começo, Eric Barrett lembra-se de Jimi usando um cabeçote Marshall 100 w com duas caixas 4 x 12”, microfonado através do PA. Logo o equipamento duplicou, com Jimi usando dois cabeçotes 100 w, quatro caixas e Noel o mesmo, e Mitch Mitchell um kit completo de bateria. À medida que as apresentações prosseguiam, Jimi e Noel Redding foram acrescentando equipamento até chegar ao ponto de Hendrix estar usando seis Marshall 100 w mais um escravo, ao lado de Mitch como monitor. Foto: Hendrix deixava a microfonia invadir as cordas soltas, e com o uso de alavanca modulava os sons obtidos.

Se Jimi possuía seis, Noel também usava seis enormes Sunn, com cabeçotes de 100-200w, com mais um do outro lado para a monitoração de Jim. Nesta altura do campeonato, Noel Redding berrava que não se ouvia a bateria. Providenciou-se então o equipamento para Mitch, com quatro grandes caixas Altec A-7, que se costumam usar para PA, colocadas bem atrás de sua cabeça. Mesmo assim, ele continuou dizendo que não havia suficiente volume, que precisava de mais, Os amplificadores Marshall ganhavam ainda mais potência que a linha de fábrica, nas mãos de Tony Frank, de Long lsland, que os reconstruía e regulava, chegando um cabeçote normal de 100 w, atingir 137 w. Quando a Marshall começou a saber quem Jimi era, começou a dar manutenção ao seu equipamento, fornecendo válvulas mais fortes e ressoldando todas as ligações para evitar quebra nas viagens. As válvulas eram trocadas com freqüência, para evitar perda de ganho com o uso. Esta massiva parede de amplificação era responsável pela dimensão física que o som de Hendrix e o Experience adquiria em suas apresentações. O volume de ar deslocado pelos alto-falantes era tão forte que se podia sentir cada palhetada, cada nota, cada corda, nos ossos. O ouvido era quase substituído pelo tato.

OS PEDAIS DE EFEITO

Entre os principais pedais de efeitos usados por Jimi, estão incluídos o Dallas-Arbiter Fuzz Face (foto), Univox Univibe e pedais Wah-Wah Vox. Na primeira excursão do Experience, foram levados dois ou três Fuzz Faces, contrastando com as duas dúzias de unidades que começaram a fazer parte do equipamento pouco mais tarde, Igualmente, uma dúzia de Univibe ( Leslie eletrônica) estavam sempre à mão, mais duas dúzias de pedais Wah-Wah. Eric Barret explica o porquê: Jimi não colocava o seu pé sobre os pedais, colocava todo o seu peso e os mecanismos e eixos não duravam muito. O Wah Wah apareceu no mercado ao fim de sua primeira excursão, sendo imediatamente incorporado ao equipamento. Outros pedais especiais foram construídos por Roger Mayer, e possuíam somente uma pequena etiqueta para identificação. O mais freqüentemente usado era o “Octavia” (Pepeu, dos Novos Baianos, possui um original), que modificava a oitava do instrumento. Muitos outros aparelhos e efeitos, feitos em casa, eram dados de presente por diversas pessoas, e, em sua maioria, somente eram usados em estúdio. Jimi comprava todo o tipo de pedal que encontrasse, querendo ser sempre o primeiro a usá-los.

Quando Jimi subia ao palco, de seu equipamento constavam um Univibe, um Fuzz Face e um Vox Wah Wah, em série, plugados em seus Marshalls. Ao seu lado, em estantes, podia-se contar pelo menos cinco Stratocasters, uma Les Paul e uma Flying V.

Parte do equipamento do Experience. À esquerda, a caixa para Sunn para guitarra, e, ao lado de Jimi, a caixa para monitoração do baixo de Noel Redding.

SUA TÉCNICA

A técnica instrumental de Hendrix, não era nada formal, e ele usava tudo o que tinha e o que não tinha para arrancar som de sua Strato. Todos os cinco dedos da mão direita, os dentes, a língua e o pedestal do microfone. Jimi possuía 1 ,84 m de altura e suas mãos, muito grandes, poderiam estar em alguém mais alto. Seus acordes e solos eram executados com firmeza, os vibratos e “puxadas” eram exatos e precisos, e Jimi em toda a sua carreira não cometeu mais que um ou dois enganos. A criatividade de Hendrix era a sua mola mestra. Ele não só tocava sua Strato, como usava sua voz, seu corpo, o amplificador. Sua sensualidade tornava a música um ato de amor, microfonia do amplificador era controlada e transformada em música.

Na Stratocaster, o botão que seleciona cada um dos três captadores pode, retirando-se a mola da trava, proporcionar a ligação de dois captadores ao mesmo tempo o 1 e 2 ou 2 e 3, coisa que normalmente não é possível realizar na Stratocaster. O som produzido pode ser ouvido em Little Wing do álbum “Axis Bold as Love”, uma tonalidade com coloração diferente. Na mesma faixa, Hendrix use uma caixa Leslie de alto-falantes rotativos. Após a introdução, pode-se sentir a mudança de rotação dos falantes, pela intensificação do vibrato.

Não há referência a respeito de Hendrix usando câmaras de eco como são concebidas hoje, Echoplex, Echorec, e, nos álbuns, os efeitos foram obtidos pelo uso de gravadores, para eco e “Flanging” (efeitos de fase). Eddie Kramer, engenheiro de Hendrix de 1967 a 1970, fez à imprensa poucas declarações sobre as técnicas utilizadas nos álbuns de Hendrix. Sabe-se somente que “Are You Experienced” e “Axis Bold as Love” foram ambos gravados em uma mesa especial, com uma máquina de quatro canais a 15 polegadas por segundo, no Olímpic Studios, em Londres.

Em todos os álbuns produzidos por Hendrix, pode-se sentir seu toque pessoal, sendo “Electric Ladyland” e “Axis Bold as Love” considerados até hoje obras primas de técnica musical, aliadas à mais fantástica mixagem talvez já obtida, onde os efeitos de pan (efeito obtido nos discos estéreo, onde os sons de solos e efeitos são transportados de um canal para outro, dando idéia de mobilidade) são absolutamente esmagadores.

* Clique na imagem para vê-la ampliada.

Entre seus acordes favoritos, Hendrix utilizava muito um tipo de acorde, com a terça no baixo (fig. 1) onde Noel Redding dava a fundamental e Hendrix, através de variações, transformava esses acordes simples em deliciosas combinações com 4as, 9as e 6as. Veja, por exemplo, o começo de The Wind Cries Mary (fig. 2) e ouça também Spanish Castle Magic, Castles Are Made of Sand. Todas possuem variações destes acordes, e estes são fundamentais para a compreensão do estilo de Hendrix.

Jimi, ao efetuar o acompanhamento de suas músicas, talvez tenha sido o melhor guitarrista de ritmo que já existiu. Sua noção de tempo e referência tonal são absolutamente incríveis, e, nos shows ao vivo muitas vezes superava as interpretações obtidas em estúdio. No álbum “Band of Gipsys”, Power of soul, Changes, Message to love possuem tal diálogo com o vocal de Hendrix que é inacreditável a sua independência vocal e instrumental. No álbum “Hendrix in The West”, Little Wing (executada ao vivo) supera longe a interpretação obtida em estúdio. Em seus solos, pode-se sentir toda a influência do blues negro e as características de seu estilo pessoal, utilizando em muitos solos variações da escala menor da figura 4 e suas relativas maiores.

Através da interpretação dada às suas vocalizações, suas músicas possuem um toque que seria totalmente perdido nas vozes de outras pessoas, embora Hendrix não possuísse voz, All Along the Watchtower possui uma interpretação dramática da música de Dylan, e suas próprias composições possuem um lirismo, uma fantasia, aliadas a uma visão pessoal dos sentimentos humanos e o mundo: “Veja um barco alado e dourado, está passando pelo meu caminho, e ele não deve parar, deve continuar, e então castelos feitos de areia desmancham-se nos oceanos, eventualmente...” (Castles Are Made of Sand).

Em outra passagem, em Crosstown Traffic, “Eu não sou a única alma acusada de atropelar e correr, pelas marcas de pneus nas suas costas eu posso ver que você andou-se divertindo”.

Em Woodstock (foto), Hendrix se apresentou às 8.30 hs da manhã de segunda-feira, para um público de 30.000 pessoas, dos 500.000 nas noites anteriores, e humildemente diz: “Vocês podem ir se quiserem, nós estamos fazendo uma ‘jam’; é tudo”. E após incríveis interpretações de Purple Haze e do Hino Nacional Americano, StarSspangled Banner, onde com seu instrumento Hendrix traça um retrato alucinante da América, finaliza com talvez o mais lírico de seus solos, Instrumental Solo, do elepê Woodstock é uma jóia de criatividade e sentimento.

Em Voodoo Child, Jimi canta “Se eu não encontrá-lo mais neste mundo, eu o farei no próximo. Não se demore”... É uma pena que ele esteja morto, Hendrix Fender, Fendrix, Fenix. Que ele renasça um pouco nas músicas e nos sonhos de todos vocês.

Fonte: Contatar autor.

sábado, 5 de julho de 2008

AS REINAÇÕES DO ROCKEIRO LOBÃO NO MUNDO DAS DROGAS!...


Hoje, galera, insiro aqui mais algumas relíquias da ARCA DO COBRA: duas reportagens de revistas nacionais sobre a polêmica prisão do rockeiro Lobão, quando ele foi pego com drogas há vinte anos atrás. Atente para as fotos do fotogênico e sarrista Lobão.

“Drogado risonho - Às gargalhadas, Lobão vai para a prisão”


Na quarta-feira da semana passada, o juiz Paulo César Dias Panza, da 2ª Vara Criminal do Rio de Janeiro, condenou o cantor e compositor João Luiz Woerdenbag, o “Lobão”, a seguir uma nova carreira — a de presidiário. Julgado por ter sido flagrado com cocaína e maconha na alfândega do aeroporto do Galeão há três meses, um ano depois de outra prisão por porte das mesmas drogas, Lobão acabou condenado a um ano de prisão — e ainda tem pela frente o julgamento por outro flagrante, de maconha e haxixe, realizado em março. Caso crônico de consumo e apologia de drogas, o cantor entrou para o julgamento certo de que seria absolvido e fazendo gozações, riu diante do juiz enquanto ouvia sua sentença e saiu do tribunal com o mesmo bom humor. “A vida é uma brincadeira”, comentou Lobão numa conversa com seus advogados logo após o julgamento enquanto esperava o transporte para a prisão. “Eu nunca vi ninguém desse jeito depois de ser condenado a um ano de cadeia”, conta o detetive Bento Pereira, que ouviu o compositor cantarolando momentos depois da decisão do juiz.
“O juiz deve ter achado que eu não sou uma boa pessoa, diz Lobão sobre a condenação. Na sentença que assinou, Panza deixou evidente sua péssima impressão sobre o cantor. “Verifica-se, pois, que se vai tomando rotina ser o acusado preso por uso de entorpecentes”, escreveu o juiz. “O acusado, apesar de tecnicamente primário, já registra antecedentes, não tem boa personalidade nem conduta social.” Em sua decisão, o magistrado lembrou também as recentes entrevistas de Lobão sobre seu envolvimento com drogas. “Ao ser entrevistado pela revista Amiga afirmou que suas prisões são uma perseguição da sociedade, dizendo ainda que o uso de drogas é mais uma posição política do que existencial”, lembrou Panza. Lobão diz que foi mal interpretado, mas, em seguida, defende a idéia de o Brasil exportar cocaína para Estados Unidos, “ganhando dinheiro com isso”.

“COMO UMA FEIJOADA” Aos 29 anos, com quatro casamentos, o roqueiro Lobão é um tipo particularmente nocivo de viciado — pois gosta de fazer propaganda das drogas que consome. “Eu sou um expert no assunto”, diz. “Posso dizer que a nicotina, o álcool, a heroína e o ópio são as únicas drogas são as únicas que causam dependência física”, garante com a naturalidade de quem separa refrigerantes que engordam de produtos dietéticos. A maconha é sua “droga do coração”. Sobre a cocaína, ele afirma ter certeza de que não causa a menor dependência física. O perigo, segundo Lobão, está apenas na quantidade que se ingere. “E como uma feijoada”, compara. “Se você comer demais, vai fazer mal. Se cheirar cocaína demais, vai acabar alucinado.”
Músico de sucesso, Lobão funciona como uma espécie de guru para seus pares. “Como Sartre, ele é um novo filósofo francês no Terceiro Mundo”, arrisca o letrista Tavinho Paes, parceiro do compositor, num equívoco geográfico. Trata-se, segundo a descrição de Tavinho Paes, de um tipo original de filosofia movida a cocaína. “Quando compôs Decadence avec Elegance, ele cheirou, cheirou, cheirou e fez a música”, conta o amigo de Lobão. “Ele tem jogo de cintura para enfrentar o poder desenfreado da polícia”, anuncia Bernardo Vilhena, outro parceiro do cantor. Há um roqueiro, porém, que pensa diferente. “Ele é um criminoso pequeno diante da impunidade dos que praticam grandes crimes contra a nação”, sentencia o cantor Lulu Santos. com o cuidado de não elogiar o consumo de drogas.

SUICÍDIO - O juiz Panza decidiu condenar Lobão também a uma multa de cinqüenta salários mínimos. Encerrado o julgamento, Lobão passou a residir na cela 12 da Polinter, de onde será transferido a um presídio comum, sem direito a cela especial — pois não dispõe de um diploma universitário, tendo abandonado os estudos no 2º grau. No passado, por duas vezes, Lobão tentou suicidar-se tomando doses reforçadas de Rivotril, o remédio que usa para controlar sua epilepsia. Carioca, músico que aprendeu a tocar bateria sozinho ainda na infância, antes do julgamento da semana passada. Lobão fazia planos de realizar uma turnê pelo país no começo de junho e lançar seu novo disco no Canecão, no Rio de Janeiro, no mês seguinte. “Vamos tocar normalmente o trabalho de divulgação do disco que não depende da presença dele”, diz a empresária Carmela Forsin. Vamos tentar também uma autorização especial para que ele possa gravar um programa de televisão que já estava marcado. Na quinta-feira, seus advogados anunciavam a disposição de entrar com recurso — para que o cantor possa cumprir a pena em liberdade. Na sexta- feira os amigos músicos de Lobão preparavam uma manifestação de solidariedade ao roqueiro para pedir sua libertação. A idéia era realizar um show com dúzias de artistas e mostrá-lo pela televisão na noite de domingo junto com o videoclipe que ele pretendia gravar na prisão.

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“LOBÃO, DE NOVO” NA SEGUNDA CONDENAÇÃO FALTOU CELA ESPECIAL



O roqueiro Lobão não faltou ao show em Volta Redonda, na semana passada, em lembrança aos três mortos no conflito entre o Exército e grevistas da CSN. Lobão tinha presença confirmada, mas corda o risco de não ir. Havia sido condenado, dias antes, a nove meses em regime de prisão semi-aberta (pernoitando na cela), por porte de drogas. No exato momento da homenagem, deveria estar cumprindo pena. Não estava. Lobão não ganhou sursis - que lhe permitiria livre movimento —, mas foi beneficiado por uma deformidade do sistema carcerário fluminense. No Rio não há prisão albergue para sentenças especiais como a sua.
Seu caso com a lei toma proporções inéditas. Lobão, em nenhum momento, esquivou-se da postura de confronto ao conjunto de regras que normatiza as drogas. Prega o direito à decisão de consumo como prova de liberdade. “Minha condenação é um sintoma do cerceamento da liberdade”, entende.
Rita Lee, assim como o ex-Mutante Arnaldo Antunes (sic!), Gilberto Gil, a apresentadora Scarlet Moon e vários outros, integram o séqüito de notáveis que sucumbiram frente à lei. dos com tóxicos, e foram punidos.
Exemplos do passado evidenciaram que a confirmação do uso de tóxicos não logrou tentos para os que arriscaram a admiti-lo. O senador Fernando Henrique Cardoso, em plena campanha pela Prefeitura de São Paulo, há três anos, teve abalada a sua candidatura por reconhecer que experimentou maconha e não gostou.
O escritor e fundador do Partido Verde, Fernando Gabeira, também viu-se como alvo. Adversários, em 86, lhe lançaram um rótulo: “Quem bebe, fuma e cheira vota no Gabeira.” Na imprensa re uma declaração sua deturpada, colocando-o como favorável à liberação das drogas. Gabeira é favorável à descriminalização da droga e a um tratamento mais complexo do tema, envolvendo comunidades terapêuticas para os viciados em entorpecentes pesados e campanhas conscientizadoras. A idéia está mais perto de ser viabilizada.do que se imagina. Uma comissão de estudo dá forma a um projeto de lei sobre tóxicos que reavalia as sanções dispensadas aos usuários. “O nosso anteprojeto em hipótese nenhuma deverá sugerir a prisão aos condenados por porte de drogas, mas sim alternativas como prestar serviços à comunidade ou freqüentar cursos de esclarecimentos”, garante o advogado Evaristo de Moraes Filho, que integra a comissão. A teoria que vigora entre os seus cinco membros é a de que “cadeia não resolve o problema”. O próprio jurista tem uma visão condescendente: “O uso”, diz ele, “deve ser abordado como comportamento anti-social, e não crime, com medidas sem caráter punitivo.” O tráfico mereceria punições mais rigorosas.

O tráfico mereceria punições mais rigorosas.
As propostas que porventura brotem da comissão, atravessem o crivo do Ministério da Justiça e em seguida do Congresso, para entrar em vigor, não contemplam, em todo caso, Lobão. Não há tempo. O roqueiro, exerce um papel alavancador das mudanças sobre o tema. Para o psiquiatra Manoel Faustino, do Núcleo de Drogas da UERJ, em que pese a tese de que lei não deve ser infringida, Lobão, ao reclamar de sua aplicação nos limites em que funciona, ajuda a derrubar tabus. “Acho que atitudes como a de Lobão estão contribuindo para o reinado de leis mais humanas e não para o reinado da falta de leis ou da anarquia”, avalia.

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PS.: Em breve, prometo publicar o depoimento incrível que o Lobão fez para a revista BIZZ, no período em que ficou detido.

FONTE:
Contatar autor.
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segunda-feira, 2 de junho de 2008

COLUNISTA DO NOTÍCIAS POPULARES MATA O GUITARRISTA STEVE VAI!!!...



Como a comunidade rockeira bem sabe, no distante 27-08-1990, o guitarrista norte-americano Stevie Ray Vaughan morria, aos 37 anos, em um acidente de helicóptero em Alpine Valley, Wisconsin, junto a três outros músicos que pertenciam à banda de Eric Clapton. Pois bem: daí que um certo colunista mal-informado do extinto jornal Notícias Populares (que Deus o tenha!...), o supra-sumo da imprensa marrom brasileira, publicou uma célebre reportagem cuja foto publico neste fotolog. Aliás, esta reportagem é uma raridade, qu eu fiz questão de guardar pois sabia que ia ter valor com o passar do tempo. Analise-a, e veja ao final da mesma, o infeliz do colunista mandando o Steve Vai para a terra dos pés-juntos!... Deixa o Vai saber disso...