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sábado, 5 de julho de 2008

AS REINAÇÕES DO ROCKEIRO LOBÃO NO MUNDO DAS DROGAS!...


Hoje, galera, insiro aqui mais algumas relíquias da ARCA DO COBRA: duas reportagens de revistas nacionais sobre a polêmica prisão do rockeiro Lobão, quando ele foi pego com drogas há vinte anos atrás. Atente para as fotos do fotogênico e sarrista Lobão.

“Drogado risonho - Às gargalhadas, Lobão vai para a prisão”


Na quarta-feira da semana passada, o juiz Paulo César Dias Panza, da 2ª Vara Criminal do Rio de Janeiro, condenou o cantor e compositor João Luiz Woerdenbag, o “Lobão”, a seguir uma nova carreira — a de presidiário. Julgado por ter sido flagrado com cocaína e maconha na alfândega do aeroporto do Galeão há três meses, um ano depois de outra prisão por porte das mesmas drogas, Lobão acabou condenado a um ano de prisão — e ainda tem pela frente o julgamento por outro flagrante, de maconha e haxixe, realizado em março. Caso crônico de consumo e apologia de drogas, o cantor entrou para o julgamento certo de que seria absolvido e fazendo gozações, riu diante do juiz enquanto ouvia sua sentença e saiu do tribunal com o mesmo bom humor. “A vida é uma brincadeira”, comentou Lobão numa conversa com seus advogados logo após o julgamento enquanto esperava o transporte para a prisão. “Eu nunca vi ninguém desse jeito depois de ser condenado a um ano de cadeia”, conta o detetive Bento Pereira, que ouviu o compositor cantarolando momentos depois da decisão do juiz.
“O juiz deve ter achado que eu não sou uma boa pessoa, diz Lobão sobre a condenação. Na sentença que assinou, Panza deixou evidente sua péssima impressão sobre o cantor. “Verifica-se, pois, que se vai tomando rotina ser o acusado preso por uso de entorpecentes”, escreveu o juiz. “O acusado, apesar de tecnicamente primário, já registra antecedentes, não tem boa personalidade nem conduta social.” Em sua decisão, o magistrado lembrou também as recentes entrevistas de Lobão sobre seu envolvimento com drogas. “Ao ser entrevistado pela revista Amiga afirmou que suas prisões são uma perseguição da sociedade, dizendo ainda que o uso de drogas é mais uma posição política do que existencial”, lembrou Panza. Lobão diz que foi mal interpretado, mas, em seguida, defende a idéia de o Brasil exportar cocaína para Estados Unidos, “ganhando dinheiro com isso”.

“COMO UMA FEIJOADA” Aos 29 anos, com quatro casamentos, o roqueiro Lobão é um tipo particularmente nocivo de viciado — pois gosta de fazer propaganda das drogas que consome. “Eu sou um expert no assunto”, diz. “Posso dizer que a nicotina, o álcool, a heroína e o ópio são as únicas drogas são as únicas que causam dependência física”, garante com a naturalidade de quem separa refrigerantes que engordam de produtos dietéticos. A maconha é sua “droga do coração”. Sobre a cocaína, ele afirma ter certeza de que não causa a menor dependência física. O perigo, segundo Lobão, está apenas na quantidade que se ingere. “E como uma feijoada”, compara. “Se você comer demais, vai fazer mal. Se cheirar cocaína demais, vai acabar alucinado.”
Músico de sucesso, Lobão funciona como uma espécie de guru para seus pares. “Como Sartre, ele é um novo filósofo francês no Terceiro Mundo”, arrisca o letrista Tavinho Paes, parceiro do compositor, num equívoco geográfico. Trata-se, segundo a descrição de Tavinho Paes, de um tipo original de filosofia movida a cocaína. “Quando compôs Decadence avec Elegance, ele cheirou, cheirou, cheirou e fez a música”, conta o amigo de Lobão. “Ele tem jogo de cintura para enfrentar o poder desenfreado da polícia”, anuncia Bernardo Vilhena, outro parceiro do cantor. Há um roqueiro, porém, que pensa diferente. “Ele é um criminoso pequeno diante da impunidade dos que praticam grandes crimes contra a nação”, sentencia o cantor Lulu Santos. com o cuidado de não elogiar o consumo de drogas.

SUICÍDIO - O juiz Panza decidiu condenar Lobão também a uma multa de cinqüenta salários mínimos. Encerrado o julgamento, Lobão passou a residir na cela 12 da Polinter, de onde será transferido a um presídio comum, sem direito a cela especial — pois não dispõe de um diploma universitário, tendo abandonado os estudos no 2º grau. No passado, por duas vezes, Lobão tentou suicidar-se tomando doses reforçadas de Rivotril, o remédio que usa para controlar sua epilepsia. Carioca, músico que aprendeu a tocar bateria sozinho ainda na infância, antes do julgamento da semana passada. Lobão fazia planos de realizar uma turnê pelo país no começo de junho e lançar seu novo disco no Canecão, no Rio de Janeiro, no mês seguinte. “Vamos tocar normalmente o trabalho de divulgação do disco que não depende da presença dele”, diz a empresária Carmela Forsin. Vamos tentar também uma autorização especial para que ele possa gravar um programa de televisão que já estava marcado. Na quinta-feira, seus advogados anunciavam a disposição de entrar com recurso — para que o cantor possa cumprir a pena em liberdade. Na sexta- feira os amigos músicos de Lobão preparavam uma manifestação de solidariedade ao roqueiro para pedir sua libertação. A idéia era realizar um show com dúzias de artistas e mostrá-lo pela televisão na noite de domingo junto com o videoclipe que ele pretendia gravar na prisão.

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“LOBÃO, DE NOVO” NA SEGUNDA CONDENAÇÃO FALTOU CELA ESPECIAL



O roqueiro Lobão não faltou ao show em Volta Redonda, na semana passada, em lembrança aos três mortos no conflito entre o Exército e grevistas da CSN. Lobão tinha presença confirmada, mas corda o risco de não ir. Havia sido condenado, dias antes, a nove meses em regime de prisão semi-aberta (pernoitando na cela), por porte de drogas. No exato momento da homenagem, deveria estar cumprindo pena. Não estava. Lobão não ganhou sursis - que lhe permitiria livre movimento —, mas foi beneficiado por uma deformidade do sistema carcerário fluminense. No Rio não há prisão albergue para sentenças especiais como a sua.
Seu caso com a lei toma proporções inéditas. Lobão, em nenhum momento, esquivou-se da postura de confronto ao conjunto de regras que normatiza as drogas. Prega o direito à decisão de consumo como prova de liberdade. “Minha condenação é um sintoma do cerceamento da liberdade”, entende.
Rita Lee, assim como o ex-Mutante Arnaldo Antunes (sic!), Gilberto Gil, a apresentadora Scarlet Moon e vários outros, integram o séqüito de notáveis que sucumbiram frente à lei. dos com tóxicos, e foram punidos.
Exemplos do passado evidenciaram que a confirmação do uso de tóxicos não logrou tentos para os que arriscaram a admiti-lo. O senador Fernando Henrique Cardoso, em plena campanha pela Prefeitura de São Paulo, há três anos, teve abalada a sua candidatura por reconhecer que experimentou maconha e não gostou.
O escritor e fundador do Partido Verde, Fernando Gabeira, também viu-se como alvo. Adversários, em 86, lhe lançaram um rótulo: “Quem bebe, fuma e cheira vota no Gabeira.” Na imprensa re uma declaração sua deturpada, colocando-o como favorável à liberação das drogas. Gabeira é favorável à descriminalização da droga e a um tratamento mais complexo do tema, envolvendo comunidades terapêuticas para os viciados em entorpecentes pesados e campanhas conscientizadoras. A idéia está mais perto de ser viabilizada.do que se imagina. Uma comissão de estudo dá forma a um projeto de lei sobre tóxicos que reavalia as sanções dispensadas aos usuários. “O nosso anteprojeto em hipótese nenhuma deverá sugerir a prisão aos condenados por porte de drogas, mas sim alternativas como prestar serviços à comunidade ou freqüentar cursos de esclarecimentos”, garante o advogado Evaristo de Moraes Filho, que integra a comissão. A teoria que vigora entre os seus cinco membros é a de que “cadeia não resolve o problema”. O próprio jurista tem uma visão condescendente: “O uso”, diz ele, “deve ser abordado como comportamento anti-social, e não crime, com medidas sem caráter punitivo.” O tráfico mereceria punições mais rigorosas.

O tráfico mereceria punições mais rigorosas.
As propostas que porventura brotem da comissão, atravessem o crivo do Ministério da Justiça e em seguida do Congresso, para entrar em vigor, não contemplam, em todo caso, Lobão. Não há tempo. O roqueiro, exerce um papel alavancador das mudanças sobre o tema. Para o psiquiatra Manoel Faustino, do Núcleo de Drogas da UERJ, em que pese a tese de que lei não deve ser infringida, Lobão, ao reclamar de sua aplicação nos limites em que funciona, ajuda a derrubar tabus. “Acho que atitudes como a de Lobão estão contribuindo para o reinado de leis mais humanas e não para o reinado da falta de leis ou da anarquia”, avalia.

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PS.: Em breve, prometo publicar o depoimento incrível que o Lobão fez para a revista BIZZ, no período em que ficou detido.

FONTE:
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