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segunda-feira, 7 de julho de 2008

O GRANDE COMETA MCNAUGHT EM JANEIRO DE 2007: UMA BELA SURPRESA QUE POUQUÍSSIMOS FELIZARDOS VIRAM!...


Novamente, a humanidade pôde presenciar a chegada um novo e grande cometa brilhante cruzando o Sistema Solar, o MCNaught, descoberto em agosto de 2006.

A foto acima, do McNaught (com zoom de 12 vezes), foi feita por mim a partir dos capinzais do lado sudoeste do Jardim Rosana – um dos melhores pontos para a observação do lado leste da cidade. Infelizmente, havia muitas nuvens no céu, e não pude fazer uma tomada melhor, mostrando a cauda em sua totalidade.

Tão estranho quanto frustrante é se chegar à conclusão que, quanto mais retornamos no tempo, mais incríveis e impressionantes são os eventos astronômicos. Os cometas e chuvas de estrelas, fenômenos tão freqüentes e deslumbrantes no século XIX e nos anteriores, no seguinte deixaram a desejar, acontecendo raramente e, ainda assim, timidamente; e o nosso século, pelo que se constata, lamentavelmente, até o momento, ainda não soube repetir à altura um destes raros eventos astronômicos que encantaram e assombraram os nossos afortunados antepassados.

Só para ficar em alguns exemplos significativos, no século retrasado tivemos diversos cometas gigantes. Destacam-se: o primeiro, em 1811, o cometa Flaugergues, o maior objeto do Sistema Solar do ano, cuja cauda atingia 70° (metade do céu tem 90°), e foi visível por mais de um ano; o segundo, em 1843, também com 70° de cauda, que foi visto à olho nu e em pleno meio-dia. Depois, em 1858, tivemos o Donati, famoso por sua cauda tripla que atingia 50º; o Tebbutt, que teve seu apogeu de brilho entre setembro e outubro de 1861, e pode ser visto à olho nu durante 9 meses, com caudas gêmeas brilhantes, uma reta e uma curvada, e, por fim, o de 1864, o cometa Tempel.

No século seguinte tivemos , em 1910, a fenomenal aparição do Halley e a do Ikeya-Seki em 1965 (foto cima) – um cometa belíssimo! – e, desde então, lá se vão trinta anos que o mundo não vê a aparição de um cometa razoável – me refiro ao cometa West (foto abaixo), que aparecera em 1976.

Foi o astrônomo australiano Robert McNaught quem descobriu este novo cometa e o batizou com seu nome. Era um cometa pequeno e as previsões sobre sua performance não eram muito promissoras – como tem acontecido com muitos cometas recentemente, ele faria a sua costumeira trajetória em torno do Sol e não chamaria muito a atenção. Mas os cometas são astros imprevisíveis e nunca se sabe com precisão como eles vão reagir aos ventos solares que incidem em sua coma (a “cabeleira” do cometa) e a esfolam formando uma cauda. Mas, felizmente, o McNaught foi uma grande surpresa para a comunidade astronômica: mal começou a se aproximar do Sol e ficou cem vezes mais brilhante que o Halley em 1986, e seis vezes mais que o Halle-Bop em 1997. O McNaught pôde ser visto a olho nu, e o seu comprimento equivaleu à 1 grau no céu, ou seja, o diâmetro de duas luas cheias. Ele podia ser visto após cerca de meia hora acima do lugar onde o Sol se punha, porém, ele era melhor visualizado um pouco mais tarde, à partir das 20h30, assim, o céu estaria um pouco mais escuro e era melhor o contraste entre sua luz e o fundo do céu.

Outra bela foto estrangeira do McNaught

O grande problema deste cometa foi que a mídia brasileira o noticiou tardiamente, e ele já estava se despedindo do Sistema Solar, sendo que o melhor dia para sua observação foi 15 de janeiro (chovia em Araras). No entanto, durante ainda uns dois ou três dias ele pôde ser visto com facilidade a olho nu, mas, como ele estava se afastando do Sol, por volta dia 20/01 foi necessário o uso de um binóculo ou telescópio.

Até o próximo grande cometa! Se Deus quiser...

Veja no link abaixo as belíssimas fotos do McNaught feitas em todo o mundo:

http://www.nightskyhunter.com/Comet%20Mc%20Naught%20Gallery.html

Aqui, uma belíssima foto do Mc Naught, por Stephane Guisard, Santiago de Chile, nos Andes, 13000 pés de altitude. Repare a lua nova à direita. A foto foi feita no dia do meu aniversário: 21 de janeiro de 2007 - presente melhor, impossível!...

Dica: clique na foto para vê-la maior; depois de aberta, clique F11 no teclado.