segunda-feira, 28 de abril de 2025

AS ANTIGAS PIXAÇÕES DAS CASAS PERNAMBUCANAS: UMA FORMA PRIMITIVA DE PROPAGANDA E MARKETING

Era muito comum até a década de 1970, ao se viajar pelas estradas rurais da cidade, se deparar com pichações feitas por nada menos que (pasmem!) as Casas Pernambucanas. Nada escapava de seus grafites feitos com cal virgem ou tinta branca, e eram pinturas bem rústicas, com letreiros malfeitos. Na verdade, podia-se vê-las por toda a cidade em barrancos, postes, pontes, porteiras, muros etc. Vale lembrar que a empresa chegou à Araras antes de 1927, e esta prática rústica de propaganda começou em 1930, no Morro do Penedo, em Vitória, Rio de Janeiro.



Até o momento, há um único registro de uma pixação dessas em Araras, que encontrei numa antiga revista lançada em 1968 por um dos antigos prefeitos, Ivan Estevan Zurita, pixação esta feita - por incrível que pareça - diante da fábrica da Nestlé. Num pequeno jardim em frente à empresa se podia ver a rústica pichação nos bordos de um canteiro sobre o Córrego do Facão...

Segundo o blog Art Garagem, 

“No Brasil, como vimos, o grafite surgiu há quase trinta anos atrás, durante a década de 60, quando grupos políticos pichavam nos muros das cidades frases tais como "ABAIXO A DITADURA". Em São Paulo, inscrições do tipo "CASAS PERNAMBUCANAS" e "CÃO FILA KM 26" já eram conhecidas dos paulistanos mas não pertenciam a um movimento organizado nem despertavam muitas reações, servindo como reforço de imagem para alguns comerciantes."

Vale lembrar que a pichação, mesmo ilícita, é um meio de propaganda que era utilizada por políticos até poucas décadas atrás, e tenho dois registros notórios destas práticas que podem ser vistos nas fotos anexas.


O hábito da pichação, certamente, foi considerado algo condenável desde sempre, mas, na época, não houve, ao que se sabe, registro de reclamações. Lawrie Reid, em seu livro “Flanando pelo mundo” (1961), condenado severamente o hábito da pichação como meio de propaganda apelativa, escreveu numa arguta e importante observação: 

“Existem também, poderosas firmas brasileiras, que, na voracidade do ganho, não se pejam de, em propaganda comercial, borrarem pontes, viadutos, estradas e monumentos, tudo que lhes caia à mão, desde que nada paguem pelo anúncio.”

Em agosto de 2023, demolição revelou publicidade antiga (não pixação) das Casas Pernambucanas, em São paulo, na rua Álvaro Ramos, Belenzinho.

Encontrei registros de antigas pixações em Araras já nos tempos do primeiro ginásio de Araras, em 1943 ― que funcionava onde hoje é o grupo escolar "Zurita" ―, numa nota publicada num jornal local, mas certamente, as pixações existiram desde os tempos de vila, assim como as pinturas rupestres provam que os humanos, desde os seus primórdios, gostam de deixar seus registros para a posteridade. No caso das pichações, antigamente era difícil encontrá-las pela cidade, ao contrário de hoje, em que é praticamente impossível encontrar um lugar qualquer da zona urbana que não esteja pixado...

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EDDIE VAN HALLEN E O "MEDO" DO PEDAL WAH-WAH...

EDDIE VAN HALLEN E O "MEDO" DO PEDAL WAH-WAH...

Tenho uma curiosidade para falar sobre o guitarrista Eddie Van Halen, algo que nunca li ou ouvir alguém falar a respeito dentro do que pretendo expor.

Apesar de, estranhamente, existir hoje no mercado um pedal de wah-wah, da marca Dunlop, uma coisa que muito me estranha é o Eddie nunca ter usado um pedal desses em toda a sua carreira musical! Lembremos que é fato notório e sabido que ele se recusava, pelo menos inicialmente, a usar pedais de efeito (distorcedores), embora usasse um flanger ocasionalmente.

Certa vez, Eddie alegou que, quando começou, não tinha dinheiro para comprar um wah-wah, o que acredito ser desculpa esfarrapada... Oras, desde o início da carreira ele comprava amplificadores Marshall e boas guitarras, mas não tinha dinheiro para comprar um mero pedal wah-wah!...

Pode ser uma pretensão o que eu vou afirmar - afinal, quem sou eu?! -  mas sou da opinião que, é possível, que ele  não gostou dos efeitoas e recursos do wah-wah ao tentar usá-lo,  ou então, até mesmo, de algum modo, não conseguia usar ou se entender com o pedal...

Afinal, já passou por cabeça de vocês, entendidos de guitarra, o que ele poderia ter feito usando um pedal desses com o som poderoso de guitarra que tinha? Talvez trouxesse inovações, assim como fez com o flanger. Mas, pensando bem, acho mesmo que o Jimi Hendrix esgotou as possibilidades...

É uma crítica dura, a minha - um ato iconoclasta, alguém diria - mas ninguém é perfeito, e o Eddie também não o era... E, antes que me interpretem mal ao ousar criticar um deus da guitarra, gostaria de dizer que eu amo o Eddie Van Hallen com todo o meu coração, e tenho a maior admiração por ele, por sua arte e as inovações absurdas que trouxe para o mundo do Rock,! Aliás, ele é um dos meus  guitarristas prediletos!...