terça-feira, 10 de março de 2020

A LUA E EU, O TOM JOBIM E O MATINTA-PEREIRA...

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O Sem-fim (tapera naevius)
Ontem, dia 9 de março, num canavial isolado, no bairro Lopes, em Rio Claro, já na noitinha, por volta das 18 horas, estava eu tranquilo, tomando uma cerveja, e a espera do nascer da Super Lua e ouvindo no MP3 do carro uma música do Tom Jobim, a belíssima “Águas de Março” (e estamos em março!), e já no início da música, ouvi a inserção que ele fez do canto do enigmático e folclórico pássaro “Matinta-pereira” (Tapera naevius), o que se repete por toda a canção.

Este pássaro é conhecido aqui no Sudeste por “Sem-fim”, nome onomatopaico que remete ao seu canto de duas notas, que na canção foi recriado através de piano e flauta.

Ocorre que, já se aproximando o final da música, eis que, em meio ao lusco-fusco, ouço dois assovios límpidos e conhecidos vindos do meio do canavial ─ era um Sem-fim cantando a cerca de uns 15 metros de onde estava! 

O que mais me surpreendeu, além da notável coincidência, foi o aparecimento desta ave, que é por demais arredia, dificílima de se ver, além de ser ave ventríloqua, pois, às vezes, ela parece cantar distante de nós, mas está muito próxima, oculta no matagal. No entanto, imitando seu canto é possível atraí-la e até mesmo vê-la.

Enfim, eu pergunto: o que a Matinta-pereira veio fazer ali? Seria a música que chamara sua atenção ou foi o seu próprio canto imitado pelo Tom que a atraiu? 

Penso, pretensão minha, que o Tom ia se deliciar se ouvisse esta história, afinal, não é normal esta coincidência incomum.




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