sábado, 28 de novembro de 2009

A KAPSA "PINTA VERMELHA", UMA GRANDE MÁQUINA FOTOGRÁFICA!

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Um belo dia, eu, menino, estava na sala de espera de um dentista, e folheando uma revista encontrei uma interessante reportagem sobre como fotografar o céu noturno estrelado. Louco que era por assuntos astronômicos e fotográficos, não pensei duas vezes em arrancar secretamente a reportagem da revista. Iniciava-se aí um hábito que me acompanha até hoje: “roubar” reportagens de revistas de consultório... Mas, voltando ao assunto, a reportagem dizia que, para se fotografar o céu noturno, uma máquina popular e barata como a Kapsa, que ainda era encontrada no mercado, seria a ideal, uma vez que ela possui o dispositivo para se fazer fotos com longas exposições, em “pose” e sem o uso de flash. Popularmente, ela era conhecida como “caixão de abelhas”...

Quanto à reportagem sobre como se fotografar o céu, apesar de eu ser cuidadoso e guardar até hoje muitas das coisas que influenciaram a história de minha vida, infelizmente ela se perdeu e pouca recordação tenha dela, mas lembro-me de uma foto que mostrava o traçado que as estrelas deixam no céu em seu movimento aparente, para ser mais preciso, era uma foto da estrela Polar com as estrelas girando em torno dela numa longa exposição de tempo.

Clique no folheto para vê-lo em tamanho melhor.

Como o meu amigo Osvaldo Tesche tinha uma máquina dessas, mostrei a reportagem à ele e sugeri de fazermos umas fotos noturnas do céu e ele topou. Comprei um filme preto e branco de 400 ASA, Trix-X Pan profissional e, numa certa noite, fui até a casa dele, e na colônia de cima, no quintal da escola e no campo em frente a venda, fizemos vários fotos. O problema é que além de não termos sido bem sucedidos, algumas fotos se perderam. Por outro lado, um novo campo fotográfico era aberto para nossas instigantes experiências com fotos noturnas. E esse foi o exato momento em que surgiu meu interesse definitivo pela fotografia, momentos daqueles que constituem um dos mais marcantes episódios de minha vida. Assim, aos 13 anos, fiz minhas primeiras fotos do céu noturno com essa Kapsa “pinta vermelha”.

A partir desta data, tanto eu quanto o Tesche, o Marcelo Aragão, meu irmão Weber, e mais tarde dois primos na cidade, fizemos muitas fotos com a Kapsa, e grande parte delas eram fotos experimentais, com sobreposição de chapas, pincéis de luz, fogos de artifício, chispas de Bombril incendiado, e até mesmo o desafio de se escrever na chapa com a luz da lua! Ia me esquecendo que, depois que mudei para a cidade, me apoderei de uma pertencente à um amigo que havia dado um sumiço numa monareta minha.... (na ilustração, anúncio de 1958; notar o flash).

Fazer fotos do céu noturno com a Kapsa não era brincadeira – devido ao fato de o visor desta máquina ser pelo sistema de espelhos (viewfinder). À noite, era praticamente impossível mirar imagens com pouca luz, e as estrelas não se podia vê-las, ao contrário da lua, que já na fase nova era visualizada. Desse modo, fotografando-se em pé, tínhamos que colocar ela apoiada na barriga e ver a cena de cima através do pequeno visor. Fotos noturnas com exposição de tempo nem pensar sem tripé ou apoio num substrato qualquer. No entanto, em seus disparador ele tinha uma rosca onde se podia encaixar um cabo extensor, de modo a não interferir na máquina na hora do disparo. Nestas horas, fotos tremidas eram comuns...Em muitos casos, devida à péssimas condições de iluminação, tínhamos que fazer mira no chutômetro. Fotografei por anos a fio com a Kapsa, mas com a compra de uma máquina digital em 2007, a minha velha Kapsa, assim como a minha Olympus Trip 35 (foto), estão curtindo uma merecida e definitiva aposentadoria. Na foto acima, a constelação de Órion, feita por mim e o amigo Osvaldo Tesche em 14-11-1974.; tempo de exposição 15 minutos, das 21:45 às 22:00 hs; notar a antena no lado direito.

Convém ressaltar que a Kapsa, que surgiu nos anos 50, tinha dois recursos interessantes e, que eu saiba, recursos não existentes em qualquer máquina digital moderna, como o de exposição de tempo infinita com o obturador aberto, além de ser possível se fotografar mais de uma vez na mesma chapa, o que permitia fazer fotos fantásticas com sobre-exposição. Normalmente, era, feitas 16 fotos no tamanho 4,5 x 6 cm, mas ela tinha um recurso incrível em sua parte interna que permitia se fazer uma única foto em dois negativos; assim, era possível se fazer 6 poses no tamanho 6 x 9 cm. Para se fazer estas fotos, também era necessário remover uma chapinha no visor para que ele ficasse nesse padrão de imagem. Desse, modo, não era necessário fazer ampliação da foto na hora da revelação, pois o negativo já possuía um bom tamanho.

Seus ajustes de abertura do diafragma eram manuais, e contava com apenas 3 ajustes (F22, F16 e F11). As velocidades de disparo eram apenas duas: 1/100 e "B" (nesta opção o obturador fica aberto enquanto se mantém o disparador pressionado). Além da Pinta Vermelha, existia a Pinta Verde e Azul, que se tratavam de modelos mais simplificados. Sua lente era uma Vascromat 110 mm, e a regulagem de distância eram 1-2, 2-8, 8 metros e Infinito. Era uma máquina simples e resistentes, feita de baquelite, trabalhando com filme 120, como o Agfa, de preço até hoje muito acessível.

Negativo 120

A fabricante da Kapsa era uma indústria ótica brasileira, a D. F. Vasconcelos, empresa ainda existente, que iniciou suas atividades em 1941 na cidade de São Paulo, com a fabricação de telêmetros de depressão para Artilharia de Costa, encomendados pelo Exército Brasileiro. Era também fabricante de teodolitos, microscópios e binóculos, sendo que a Kapsa foi a primeira máquina fotográfica nacional do tipo caixão – um grande sucesso tecnológico inspirada na velha Kodak, surgida no início do século, cujo modelo durou até os idos de 1950. E quantos fotógrafos deste país não tiveram seus primeiros rudimentos em fotografia estreando com uma velha Kapsa?

"The winter-sky star trail over the vast Khoor salt lake in Iran". Notar o movimento aparente das estrelas. Foto de Ehsan Sanael Ardakani.

Vale lembrar que a D. F. Vasconcelos foi a construtora do famoso brinquedo Polyopticon (fotos abaixo), lançado por volta de 1974, com o qual se montava lunetas, microscópios, binóculos, etc., brinquedo que, por sinal, eu tive o prazer de conhecer e brincar, uma vez que o meu amigo Sylvio Baggio possuía um. Aliás, o Tesche também tem desta marca um pequeno binóculo 3 x 40 que é uma relíquia (anúncio abaixo, década de 1970). Enfim, vale lembrar que a maioria das fotos noturnas da Usina Palmeiras da década de 1970 foram feitas com ela.

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sábado, 14 de novembro de 2009

MINHAS NOVAS FRASES DE HUMOR

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ATINAÇÕES

O aniversário de Jesus é a única festa de aniversário em que não se vê velas e bolo. Em compensação, que glutonaria e beberrância!

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NÃO CONFUNDA

Não confunda o óbvio ululante com o Lula, obviamente.

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ATINAÇÕES

Tirem a palavra “adrenalina” da boca dos praticantes de esportes radicais e eles não terão mais assunto.

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HONRA AO MÉRITO

Frequentemente, levamos um cão à categoria de gente. Mais frequentemente ainda, levamos gente à categoria de “cachorros”...

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RELATIVIDADE

O que o Pelé fazia na época ninguém fazia – foi gênio e pioneiro em sua arte. Agora, o que os Ronaldinhos e Maradonas da vida fizeram, um monte de mané faz por aí: sair com travecos e cheirar cocaína, por exemplo.

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PASSARINHANDO

“Dois bicudos não se beijam”. Nem bicudo, nem curió, nem azulão, mesmo porque eles não tem lábios.

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UM SABIÁ CONTOU...

A frase que os mudos mais detestam ouvir, e a que eles mais queriam falar: “Não coloque estas palavras em minha boca!”

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RELATIVIDADE II

O Pelé está para o Vitasay, assim como o Maradona está para a cocaína.

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COMO DIRIA O RICARDÃO

“– Usou vestidinho e não é botijão-de-gás, usou sainha e não é liquidificador, tô comendo!”

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EFEITO GOODYEAR

É mais que o Tácito, é o Tácito em turno, é o taciturno.

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ATINAÇÕES

TV Aberta: instrumento para entretenimento de cabeças fechadas.

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DATILOGRAFIA EM TEMPOS DE INFORMÁTICA

Eu tenho ódio de digitar sem querer “voc~e”, e você?

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COMIGO NÃO!

Dos quatro elementos existentes: terra, ar, água e fogo, eu bebo, como, cheiro e engulo todos, com exceção deste último, que eu deixo para o Gene Simmons do Kiss engolir.

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PARA BOM ENTENDEDOR

Maldito o que não vem em nome do Senhor. Osama nas profundas.

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ATINAÇÕES

O verdadeiro problema desses que gostam de bancar os bonzões da natação e atravessar rios sozinhos, não é o fato de eles terem cãibra e morrerem afogados, mas sim o trampo desgraçado que um infeliz deste vão dar para os bombeiros encontrá-lo.

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CANTADAS EM TEMPOS DE SUSTENTABILIDADE

– Sabe, você não é de se jogar fora, mas se alguém fizer isso com você, eu a recolho e reciclo para mim...

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DESDITADOS

Mais vale um dente de leite na boca, que um dente de ouro na mão.

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ATINAÇÕES

Meu cotidiano é duro: tenho de tomar um Mate Leão por dia!

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AVASSALADOR

Baby, hímem complacente faz mal a saúde, e eu tenho o remédio...

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AOS MODOS DE ROBERT FROST

O anonimato rende-nos bons vizinhos.

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POEMETO SUJO

Puta cara cara-de-pau!
Puta cara filha-da-puta!
Puta filha cara-de-pau!
Puta filha cara de puta!

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DIGA RÁPIDA, REPETIDAMENTE E SEM ENROLARAR A LÍNGUA

Além da lenda.

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DIGA RÁPIDA E REPETIDAMENTE, E SEM BABAR

Chinelo chileno.

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ATINAÇÕES

O exibicionista não é responsável pelo voyeurista que cativa.

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CONVERSINHAS INFAMES

– O infeliz arrastou o nome da família na lama!
– Que família?
– A família Barros...

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ATINAÇÕES

Na linguagem internetêz ninguém é homem com “H” maiúsculo.

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VAI ENCARAR?

Perante, mim, meus inimigos tem o direito de ir e vir: de ir para o quinto dos infernos e vir quente que eu estou fervendo.

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VOCÊ CONHECE A...

Susylei Áurea, vulgo abolicionista?

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PRÁ INGLÊS VER...

Certos psicólogos, só parecem entender os desajustes humanos da porta para dentro de seus consultórios. Na rua, no cotidiano, são iguais a todo mundo – sem piedade e compaixão –, julgando pela mesma ótica e lógica do senso comum.

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BOCAL

John Forget, do Creedence: voz elétrica, ardente, quentíssima – se acenderia uma lâmpada em sua boca.

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SANTUÁRIO ECOLÓGICO

Certa vez, decidi eleger a natureza – os campos, rios e matas – como meu templo, a única igreja realmente eu deveria freqüentar – o meu “santuário ecológico”. O problema é que, desde esta época, eu estou a pé (sem carro), e esse bendito santuário está cada vez mais raro e mais distante... A propósito, não escrevera a sábia Petra Kelly, do Partido Verde da Inglaterra: “Todos querem voltar para a natureza, mas ninguém quer ir a pé”... (V-Newton, 31-12-2005)

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ATINAÇÕES

O remorso é um pensamento que se ajoelhou.

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FAÇANHA

Ter ido à Guerra dos 100 anos e na ter matado ninguém.

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LOVE HISTORY

Um amigo chegou a ele e o advertiu:
– Cara, a fulana cuspiu no teu copo sem que você visse!
– Bom, meu véio, já que para ela isto é uma coisa tão nojenta e repugnante, fudido está o infeliz do namorado dela que tem que beijar essa boca imunda todo santo dia...

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FUTEBOL FORA DO XINGU

Índio quer apito. Mas não quer ficar na reserva.

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DESDITADO

Em terra de boi unicórnio, toureiro ciclope é rei.

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HUMOR NEGRO

- Você sabe qual a diferença entre um suicida ariano e os judeus do holocausto?
- Não.
- É que o suicida abre e gás e se mata sozinho, enquanto que os judeus morriam em turminha quando o gás era aberto.

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ESSAS CRIANÇAS...

- Vamos brincar de Noé!
- Vamos!
- Tá bom, eu sou Noé, você é uma anta e ele é uma toupeira...

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PONTO DE VISTA

- Você sabe o que o Ray Charles falou do Estevie Wonder?
- Não?
- “Não vejo nada neste cara!” E você sabe o que o Estevie Wonder respondeu?
- Não.
- “Será que esse cara não se enxerga!”
- !!

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GRANDE CHANCE DE CALAR A BOCA

Certa vez um corintiano ia passando por um campo de várzea e viu seu amigo palmeirense cuidando de um burro doente. Ele não pensou duas vezes:
-E aí, palmeirense, ensinando o burro a jogar bola?
-Sim, o burro é corintiano...

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CRAZY WORLD

Um louco diz para o outro:

-Todo dia eu sonho que saio do meu corpo, acordo, levanto e me coloco ao lado da cama para dar remédio para dormir para mim mesmo.
-E o que você faz?
-Oras, eu tomo o remédio e volto dormir.

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CONVERSINHAS INFAMES NO ALÉM

Raul Seixas:- Ei, Osório, eu fiz uma versão do teu hino!
Osório Duque de Estrada: - O que, como ousas bulir no Hino Nacional!
Raul Seixas: - Oras, Osório, é só um trechinho, ouve só.
Osório Duque de Estrada: - Está bom, está om, então cante esta versão.
Raul Seixas: - Ói, ói que céu, já não é o mesmo céu que você conheceu não é mais. Vê, ói que céu, é o teu formoso céu risonho e límpido que a imagem do cruzeiro resplandece...
Osório Duque de Estrada: - Não é possível!

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