"1964 foi a melhor época dos Panteras, a fase áurea. Porque a gente tocava música dos Beatles. A gente tinha aparelhagem, tinha nome, era o conjunto mais caro da Bahia.” (RAUL SEIXAS, em entrevista à Ana Maria Bahiana em 1975)
terça-feira, 17 de setembro de 2024
terça-feira, 13 de agosto de 2024
PAPAI, NÃO CORRA!
Quem se recorda daquele pequeno acessório decorativo que era colocado no painel dos automóveis entre os anos 60 e 80, um quadrinho de armação de alumínio, de formato comprido e retangular, com uma fotinha dos filhos de um lado, ao centro a frase "Papai, não corra!" (ou "Papai, não corra! Papai, não morra!"), e do outro lado uma imagem de Nossa Senhora ou o emblema de um time de futebol qualquer?
Ele era preso por um imã que havia atrás do quadrinho, e isto era possível, já que o painel dos carros da época era de metal.
Quem guardou um desses objetos tem hoje uma verdadeira relíquia de época oriunda daqueles tempos relativamente descuidosos e ingênuos, e sem tantas regras rígidas para se dirigir e viajar.
Mas - ironia do destino - os tempos mudaram: hoje, quem corre são os filhos!!!...
CURIOSIDADES:
- Num show antigo, o humorista Chico Anysio contava a saga do primeiro astronauta brasileiro, citando que ele levaria, colada ao painel de instrumentos, a foto dos filhos com os dizeres: "Papai, não corra";
- Uma rara imagem de um acessório desses pode ser vista numa cena do filme "Cabra-cega", lançado em 2005.
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sábado, 22 de junho de 2024
JOHAN DALGAS FRISCH - A PARTIDA DE UM MESTRE
Há oito dias atrás, fiz um post aqui homenageando o ornitólogo Johan Dalgas Frisch, dizendo que ele era meu mestre desde os meus 21 anos, quando me iniciei como observador de aves, comprando seus discos com gravações de aves e os livros "Aves Brasileiras", volumes I e II, este, obra de referência na ornitologia mundial por ser o primeiro guia de campo lançado no Brasil.
Na verdade, conheci o Dalgas ali por volta dos 8 anos, quando um amigo da família, o Carlinhos Cosmo, levou um disco paa a gente ouvir junto de meu pai, quando ainda morávamos na Usina Palmeiras. Foi chocante. Três anos depois, ouvi novamente suas gravações num ônibus que ficou por alguns dias parado em exposição para visitas em frente à igreja Matriz de Araras, ônibus que se intitulava "Exposição Educativa das Selvas do Mato Grosso", que corria o Brasil, cujo proprietário era o empalhador e ornitólogo José Hidasi. Havia animais empalhados de todos os tipo dentro daquele ônibus fantástico. Era para lá de impactante. Ouvir aquelas gravações com a voz pomposa do Oswaldo Calfati narrando, foi um impacto muito grade e me tocaram profundamente. Foram nestes dias incríveis que a mosca azul da Biologia me picou definitivamente.
Coincidentemente, ontem, infelizmente, faleceu um amigo - o Gustavo - que me alertou para o fato de que eu era o pioneiro em Araras como observador de pássaros, o que muito me orgulhou!
Hoje, para minha enorme tristeza, soube pela TV que o Dalgas também faleceu, esta manhã, o que me causou um choque enorme. Era seu fã a não poder mais, colecionando gravações e reportagens dele, sempre acompanhando seu trabalho.
Porém, Dalgas estava com 95 anos, o que significa que vivera e produzira muito nestes anos todos, felizmente. A Ornitologia brasileira lhe deve muito por seus feitos em prol das aves e sua magnífica obra.
Enfim, o que me resta é desejar-lhes que Deus os receba com toda a paz na Eternidade, e que todas as pombas do Paraíso façam revoadas com suas chegadas!
Obrigado, Gustavo, e obrigado Dalgas, grande e eterno mestre!
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quinta-feira, 20 de junho de 2024
MINHA OPINIÃO SOBRE O "SKA" e o "REGGAE", RITMOS JAMAICANOS
Surpreendentemente, quando no mundo do Rock ninguém falava neste estilo musical, a banda norte-americanade rock Grand Funk gravou um ska em seu disco de 1974, o “All the girls in the world beware”, e é uma música que eu ouvi recentemente e gostei, com direito à sopros e tudo mais. É a canção “Runnin’”, de autoria do baterista e vocalista Don Brewer!
Mas nunca me agradou o Paralamas do Sucesso gravando músicas neste estilo, e até me parecia música ruim executada em ritmo de discoteque demais acelerado… rsrsrsrs…
Também — apesar de eu ter composto duas músicas no estilo —, não curto reggae, outro estilosinho de ritmo viciado em que todas as músicas parecem a mesma… E penso que todas as bandas de rock que se meteram a gravar reggae, para mim foi um fiasco, algo desnecessário — musiquinhas para lá de insossas —, a começar pelo Eric Clapton (vide “I shot the sheriff”); depois veio o Led (que também gravou um funk, um lixo, por sinal!), e até mesmo o Van Halen (quem diria!...)!
O Gil gravando “No woman no cry” para mim é uma mediocridade — ô, musiquinha aguada e sem sal ou açúcar! Mas, para mim, “A raça humana”, dele próprio, é o melhor reggae composto no Planeta, um reggae, diria, New Age, bem desacelerado e muito emotivo!
Mas o reggae em geral me remete a chiclete que se masca e que há muito perdeu o açúcar… E o ska - ah, o ska!... - me parece música de quem vai tirar o pai da forca... rsrsrsrs…
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terça-feira, 27 de fevereiro de 2024
CURIOSA COINCIDÊNCIACOM O DISCO "NURSERY CRYME" DA BANDA GENESIS
Encontrei esta ilustração à bico de pena relativa a um jogo de "croquet" (com "o" mesmo), história que se passa na primeira década do século passado em Montevideu. Ela me remeteu à capa do disco "Nursery Cryme", do Genesis, lançado em 1971, em que se vê uma cena de jogo de criquet (com "i").
* Detalhe: a ilustração é do livro "O menino que eu era", de Generoso Ponce Filho, lançado em 1967.
terça-feira, 20 de fevereiro de 2024
HAJA GULA! ANTIGOS ÍNDIOS BOLIVIANOS QUE COMIAM FEITO LEÕES!
quinta-feira, 1 de fevereiro de 2024
O ENIGMA DAS ORIGENS DA CHIPA E DO PÃO DE QUEIJO MINEIRO
Estou lendo um livro aqui, de memórias, lançado em 1967, de histórias que se desenrolam no início do século passado. O livro é “O menino que era eu”, de Generoso Ponce Filho (1898-1972). Aos quatro anos, Generoso, filho de pai político, e por isto mesmo exilado no Paraguai com a família, faz menção à ”chipa”, esse "novo" pãozinho de queijo que ganhou as cidades do interior paulista. Relembra ele:
“Felizmente as irmãs dando por minha falta, foram buscar o amudo quase anacoreta, levando-lhe uma espécie de pãezinhos de queijo, verdadeira tentação do demônio, que me repuseram no caminho da perdição das coisas boas deste mundo.”
Como eu, acho que muita gente pensa que a chipa é uma variedade de pãozinho de queijo mineiro, mas não. Segundo a Internet, “A chipa (ou chipá) é uma iguaria tradicional da culinária paraguaia. Tem suas origens nas missões jesuíta e franciscana da Governação do Paraguai (Vice-Reino do Peru), conforme registrado nas crônicas dos séculos XVI, XVII e XVIII.” Na verdade, o pãozinho de queijo mineiro é originário da chipa, e teria entrado no Brasil por volta da década de 1860.
Apesar da diferença no formato, ambas têm os ingredientes e o sabor bem semelhantes. Se a chipa é uma tentação do demônio, como queria o memorialista Generoso, eu não sei, mas, particularmente, eu acho a chipa mais saborosa e crocante.