quinta-feira, 11 de março de 2021

"DIBARÁ", UMA IMPORTANTE PALAVRA TUPI QUE SE PERDEU


Muitos termos da língua tupi, ao longo dos séculos, entraram para o nosso linguajar cotidiano, mas há alguns que passaram batido. 

O escritor Gastão Cruls, em seu livro “Amazônia misteriosa”, lançado em 1957, traz um desses termos que nos escaparam: DIBARÁ, que significa "a mulher que se entrega prontamente, que é facilmente conquistada". 

Não me recordo de um termo específico na Língua Portuguesa para designar isto. À propósito, este termo tupi nem mesmo na Internet é encontrado, e digo que ele é "importante", pois condensa numa única palavra algo que, através de nossa língua, precisaríamos de várias delas para explicar algo simples assim...

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domingo, 7 de março de 2021

TRIBUTO A UM ÍDOLO - A DISCRETA PARTIDA DE SYLVAIN SYLVAIN

Eu não sabia, pois, estranhamente, não vi comentário algum nas mídias que frequentei naquele dia: a morte, no dia 13 de janeiro passado, do grande Sylvain_Sylvain, genial guitarrista da banda norte-americana New York Dolls! Capitulara o artista após uma longa batalha contra o câncer nos últimos dois anos e meio.

Certamente, por seu visual provocante e a frente do tempo - imitado à exaustão pelas bandas glan da década de 80 -, o New York Dolss foi a banda mais polêmica dos anos 70, mas, infelizmente, talvez a mais desventurada e azarada na história do rock and roll, isto, pelos mal-sucedidos e trágicos incidentes ocorridos em sua curta carreira, o que levou a sua fatal dissolução.

Mas voltemos à morte do Sylvain. Pois bem. Daí que, quarta-feira passada, com insônia, saí em meio à madrugada e fui dar um rolê com minha cachorra pela noite agradável de Rio Claro, ouvir um som e tomar umas cervejas... Ocorre com certa frequência, mas adoro isto! 

Então, no meio do caminho, coincidentemente, procurando vídeos da banda para ouvir, soube de sua triste passagem - isto, como se algo me levasse até a banda para me avisar de sua morte - e fiquei arrasado!  

Era o segundo membro original do New York Dolls ainda vivo. Então, numa espécie de homenagem, passei o resto da noite ouvindo os dois grandes discos da banda, e até chorei de tristeza...  

Ele era o meu integrante predileto na banda, compositor inspirado e criador de grandes e marcantes riffs de guitarra. Muito aprendi com ele em meus primeiros anos de aprendizado de guitarra, já deixando a bateria. Isto se deu quando comprei o segundo disco da banda, "Too Much Too Soon”, que é fantástico e inspiradíssimo. 

Na história do rock, depois do Alice Cooper, até então não havia visto um cara com uma cara tão safada e bandida como a do mal-encarado Sylvain Sylvain, mais parecendo um membro oriundo do MC5. Aliás, Sylvain era judeu, de origem árabe. Visualmente falando, antes dele - inclusive em postura de palco e mize en scéne - só mesmo o  Hendrix para peitá-lo. 

A propósito, dois artistas que muito imitaram o  Sylvain em presença de palco jeito foram dois integrantes do Kiss, Gene Simmons e o Paul Stanley - aquele passo alto que o Simmons dá com a perna esquerda quando se aproxima do microfone para cantar foi roubado do Sylvain. Já o Paul Stanley roubou-lhe diversas trejeitos de palco, que todos pensam ser cria do guitarrista do Kiss, inclusive no visdual... O Sylvain, por sua vez, a meu ver, era meio que um misto de Syd Barret com Marc Bolan.

Sylvain tinha o estilo de guitarra todo calcado no rock and roll dos anos 50, mas, recriando o gênero, jogava muito peso e floreios constantes em cima das execuções, embora nem sempre usasse distorção. Mas foi um criador de estilo, e um estilo muito pessoal e particular de tocar e arranjar as músicas. 

Acho o seu riff de “Babylon” o mais lindo de toda a história do rock and roll,  e se um alienígena me pedisse uma amostra de rock and roll para ele conhecer o estilo e o espírito desse gênero musical terráqueo, sem dúvida eu colocaria “Babylon” para rolar...

Enfim amigos, é triste ver que a mais um icônico integrante-chave de um das grandes bandas setentistas nos deixa, todos já indo em direção da casa dos 70 e outros 80! Adolescente ingênuo, achava que eles eram eternos e esse dia nunca chegaria!..., isto, quando desejaríamos que todos fossem eternos e imortais pela alegria que nos deram e terem tornado nossa juventude muitíssimo melhor. Felizmente, suas obras fantásticas estão aí para todas as gerações seguintes se esbaldar pela eternidade afora.

Reconheço que ele não foi tão famoso e deu tanto ibope quanto seu parceiro de guitarra na banda, o não menor Johnny Thunders (1952-1991), guitarrista insano, tão talentoso quanto auto-destrutivo; mas, para mim, o Sylvain Sylvain era o cara! 

À propósito, Sylvain e Thunders encarnavam o próprio espírito do "fenômeno" da chamada "twin guitar", pois eram muito semelhantes no compor, no executar e florear as canções, de modo que, para mim, era a melhor dupla neste quesito: não eram virtuosos no executar, no solar, mas sim no compor com maestria. Inclusive, Jimmy Page ao ver Johnny Thunders tocar, seu visual provocante e sua postura muito louca no palco, vaticinou que ele seria, em breve, o novo "guitar heroe”, opinião que foi um evidente exagero de Jimi...

Deus o tenha, Grande Mestre Sylvain Sylvain! 

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terça-feira, 2 de fevereiro de 2021

AS TINTAS TÓXICAS E OS RISCOS DA TATUAGEM

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Tatuar o corpo pode ser uma decisão perigosa para sua saúde, já que as tintas utilizadas podem ser tóxicas. Tintas coloridas, muitas vezes contêm chumbo, níquel, cádmio, cromo, titânio, além de outros metais pesados que podem provocar alergias ou doenças como o câncer. Por exemplo, as tintas de cor vermelha, laranja e amarela são as mais perigosas, uma vez que contém um compostos chamado “azólico”, que se desintegra quando exposto à luz solar, que se espalha pelo corpo e podem aumentar o risco de câncer. As cores verde e azul metálica contém níquel, composto que pode causar alergia, e os compostos resultantes são tóxicos e cancerígenos. Já a cor preta, a menos perigosa, possui substâncias venenosas como o “carbon black”, composto à base de alcatrão, petróleo, e borracha, que contribuem para aumentar as toxinas no corpo, o que facilita o surgimento de doenças. Um outro produto químico usado para fazer a tinta preta é o benzopireno, conhecido por ser um potente cancerígeno se usado na pele de animais. Segundo uma recente pesquisa norte-americana, apenas dois terços das tintas utilizadas nas tatuagens permanecem sob a pele, e o restante se espalha através do corpo: “‘As substâncias vão para o sangue, para os nódulos linfáticos, os órgãos, e vão parar em algum lugar. Onde, exatamente, não se tem ideia", relata o dermatologista Wolfgang Bäumler.

Peter Laux acrescenta que "também há no mercado substâncias para tatuagens que cumprem os requisitos". No entanto, é difícil para o consumidor definir qual substância é boa e qual não.

O site DW traz a seguinte e preocupante informação:                            

 “Quem gostaria de injetar alguns gramas de verniz de carro sob a pele? Ou um pouco de fuligem resultante da combustão de petróleo ou alcatrão? Provavelmente ninguém. Mas isso é o que recebem todos os que se deixam tatuar. ‘Os pigmentos para tatuagens contrastantes e de longa duração foram desenvolvidas para cartuchos de impressora e tintas de automóveis’, revela Wolfgang Bäumler, professor do Departamento de Dermatologia da Universidade de Regensburg, em entrevista à DW. Acima de tudo, as tintas de tatuagem não foram desenvolvidas para estar sob a pele. Grandes empresas químicas fabricam toneladas de pigmentos coloridos, principalmente para fins industriais; empresas pequenas os compram e transformam em produtos para tatuagem. ‘As substâncias nunca foram testadas para aplicação subcutânea’, diz à DW Peter Laux, do Instituto Federal Alemão de Avaliação de Riscos (BFR) em Berlim. ‘A própria grande indústria diz que, na verdade, os pigmentos não são feitos para isso’."

Lembremos que nossa pele, que pesa em torno de 3 quilos, é o maior órgão externo, órgão que respira, elimina toxinas, absorve a luz solar e sintetiza a vitamina D. Em cada 5 centímetros quadrados da pele humana consistem de 19 milhões de células, 60 pelos, 90 glândulas sebáceas, 6 metros de vasos sanguíneos, 625 glândulas sudoríparas e 19 mil células sensoriais. Repararam quantos órgãos e quanta atividade há numa ínfima fração de pele, de modo que é difícil acreditar que as tintas de tatoo uma vez aí injetadas não comprometem todo este intrincado e delicado sistema.

É bom também não esquecer que uma tatuagem pode mascarar evidências de uma doença na pele. O site Vixe! traz uma ocorrência:                            

“Um caso de 2013 exemplifica muito bem esse risco: um homem só teve o diagnóstico de melanoma depois de remover uma tatuagem com laser – o crescimento do câncer não foi visto a tempo, pois a mancha estava coberta por tinta preta.”

Já a tinta preta pode causar queimaduras quando se faz ressonância magnética, e elas são provocadas pela formação de correntes elétricas que reagem com o óxido de ferro da tinta que está na pele.

Também nada se comenta se as tintas usadas em tatuagens são ácidas ou alcalinas, e, no caso destas últimas, o contato com elas pode neutralizar o sistema de defesa da própria pele. Até o momento, as substâncias para tatoo não foram sofreram testes para avaliar seus riscos. Faltam pesquisas em seres humanos, de longo e de curto  prazo, e, além disto, experimentos com animais são vetados. 

Após estes esclarecimentos, amigos e amigas, vocês acham que vale a pena mesmo arriscar a fazer tatuagens no corpo?

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quinta-feira, 21 de janeiro de 2021

O CORTE DE CABELO "À ESCOVINHA"


Quando era criança, a moda capilar que rolava nas cabeças dos homens, seja crianças, seja adultos, era o tal de "Escovinha", que era um corte que mantinha o cabelo curto no alto da cabeça e as laterais rapadas. Na verdade, originalmente, ele é um corte de cabelo utilizado pelos militares do mundo todo até hoje. 

A moda foi desaparecendo aos poucos com o surgimento dos hippies cabeludos, sumindo antes dos meados da década de 70. 

Depois, quando adolescente, ao ver fotos minhas e de meus irmãos com o tal corte à escovinha, rockeiro que era, eu achava horrível aquilo. Não, não era nenhum ranço com os militares, nem com a ditadura, que não me afligia na época (e jamais me afligiu), aliás, este corte é a cara dos militares e lhes cai muito bem! 

Por outro lado, não sei porquê, nunca me esqueço que este corte de cabelo me remetia à cabeça dos filhotes de rolinha mal implumes que eu via em seus ninhos pelas árvores quando criança morando na Usina Palmeiras (Araras-SP), filhotes que, igualmente, eu achava feios prá danar. 

Mas acontece que se eu já achava feio o corte à escovinha naqueles tempos, imagina hoje ao revê-los na cabeça de funkeiros, e como corte exclusivo de manos!...

Como curiosidade, gostaria de comentar de como este tipo corte escovinha surgiu entre os militares. Falando deste assunto, isto, em 1908, o político e escritor Generoso Ponce Filho, em seu livro “O menino que eu era” (1967), relembrou: “Passam-se meses, e com o serviço militar, surge a voga das cabeças raspadas, antecipação da devastação capilar à Yull Bryner. Eu ardia de vontade por imitá-los. Acanhado, comecei pedir a tia Filinha mais, um pouquinho mais, quando ela veio cortar nosso cabelos. Às páginas tantas ela me disse:  ─ “Generosinho, eu já vi tudo.  Você quer raspar a cabeça como esses voluntários, que passeiam no Jardim. Não reclame depois. Sorri encabulado, mas concordante… Usando a máquina zero, pôs-me up to date, expressão muito usada então. Mamãe não gostou nada, ela que adorava aqueles cachinhos caídos em Corumbá.”

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quarta-feira, 30 de dezembro de 2020

MILITARES: A PONTA DA PONTA DE UM ICEBERG…

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Em se falando de corruptos no Brasil, eles proliferam em todas as classes sociais e em todos os tempos desde seu surgimento como profissão, e, obviamente, ninguém é santinho nisto tudo. 

Dentre os que mais se destacam, temos políticos (acima de tudo e de todos), sindicalistas, juristas, empresários, professores, religiosos, e, naturalmente, militares. 

O problema que conta é qual deles é, ou foi, o mais pernicioso ao Brasil. Naturalmente, os políticos são "campeõs" imbatíveis neste quesito, e, sinceramente, não creio que os velhos responsáveis pela Segurança Nacional tenham sido os piores corruptos na história deste País. 



Querer superestimar a participação de militares neste processo pernicioso é desconhecer a verdadeira história de nossa pátria, que a banda podre submersa deste imenso iceberg de corrupção que surgiu com a Abertura e o final do Regime Militar é imensa, e muita coisa corrupta ainda está por vir à tona. 

E, aliás, o nosso Salvador da Pátria, o desbocado Bolsonaro, segue sereno, sobranceiro e impoluto, pairando muito aquém deste antro de locupletação e sinecura que ainda grassa nesta terra.

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ALÁ, OUTRO FUSQUINHA!

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Pensei que era uma brincadeira infantil moderna, mas lendo uma propaganda da Volkswagem numa edição da revista Seleções Reader's Digest de setembro de 1962, me surpreendi ao saber que aquela brincadeira das crianças de ver quem, numa disputa, consegue contar maior número de Fusquinhas que vê pelas ruas e estradas, surgiu em meados deste ano. 

A Volkswagem, nesta época, produzia 50% dos carros do Brasil, tanto o é que as crianças, ao brincar, costumavam dizer que parecia haver só Fusquinhas pelas estradas.

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sexta-feira, 18 de dezembro de 2020

UM GUITARRISTA E UM PASTOR: UMA INUSITADA E TALENTOSA PARCERIA NUMA CANÇÃO!...




Eu sou da opinião que é muito mais fácil se colocar uma melodia cantada em cima de uma base instrumental que o contrário. Por outro lado, fazer uma canção em cima de uma letra colocando-se a melodia nela, é algo meio difícil. 

O que este guitarrista fez é soberbo, é genial e de um bom gosto extremo, pois pegou o discurso inflamado de um pastor e colocou um arranjo sublime em cima, isto como se os dois tivessem sentados juntos e composto uma canção com começo, meio e fim. E, acima de tudo,  o cara fez naquele estilo único criado pelo grande Tony Yommi, estilo negro e sabbatiano, com notas menores, sombrias, com o tétrico trítono pelo meio, e mais, casando o arranjo à linha performática do pastor, com seu estilo de interpretar meio "demoníaco" - pastor este que é um verdadeiro artista em sua área. 

O resultado desse trabalho vem provar que nem sempre é necessário se cantar uma música, mas  podemos apenas falar a letra, como o Hendrix fazia, e o Bob Dylan, o Dave Lee Roth e o Mark Knopfler fazem, e, no caso do pastor, falar agressivamente jogando uns drives em cima. 

Outro detalhe interessante nesta composição, são os diversos andamentos obtidos nela, com vários ritmos, acelerações, paradas e desacelerações - isto se deveu ao fato de o guitarrista ter se fiado nas cadências da fala do pastor; aliás, isto é um ponto positivo para quem compõe em casos assim, pois estimula  a criatividade e ajuda a enriquecer a música. 

Amigos, eu não me canso de ouvir essa música e ficar tão maravilhado quanto abestalhado com o trabalho primoroso que esse guitarrista fez. No fundo parece um perfeito videoclipe promocional de um guitarrista, o que, convenhamos, daria um trabalho do caralho para fazer, isto, com roteiro, muitas horas de gravação e envolvendo uma grande equipe e muita grana. 

Enfim, esta música deveria ter feito sucesso nas paradas de todo mundo, pois é coisa de gênio.