domingo, 8 de junho de 2008

SINO DE OURO EM PESCOÇO DE JUMENTOS: A INUSITADA APARIÇÃO DE ARNALDO DIAS BAPTISTA EM ARARAS!...

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Na distante data de 25-11-1978, o célebre e polêmico cantor Arnaldo Dias Baptista - o "Loki" -, ex-integrante da lendária banda Os Mutantes, ineditamente, iria se apresentar em Araras, isto, num novo show montado após deixar a anda Patrulha do Espaço. Os responsáveis por sua inusitada aparição, na então cidade de Araras, era a faculdade Uniararas - na época, conhecida como FRESA (Fundação Regional de Ensino Superior que estava prestes a inaugurara a novas instalações.

Acontece que os infelizes alunos da faculdade fizeram uma divulgação pífia do show: imprimiram um folderzinho vagabundo em mimeógrafo, e colocaram alguns num ponto ou outro da cidade. E, para piorar a falta de respeito para com o grande astro, marcaram seu show no mesmo dia em que a Associação Atlética Ararense iria fazer um concurso de danças discoteca - a "onda disco" estava no auge.

Resultado: por pouco não houve mais pessoas no palco que fãs na platéia, no que compareceram cerca de 20 privilegiadas pessoas no raro show, enquanto que na A. A. A. a noite bombou. Eu era adolescente na época, e me recordo que colocamos 20 cadeiras em forma de meia-lua em frente ao palco, e, ali, nos desbundamos com um belo e especialíssimo show  à cargo do Loki acompanhado de uma grande banda e com um repertório incrível!

O Arnaldo fez o show sem ressentimentos, mas disseram, depois, que ele havia chorado nos bastidores, de tristeza e frustação. Mas a culpa não era dele, mas sim dos alunos da faculdade e deste povo alienado e ingrato desta cidade, bem como da então odiada onda disco, execrada com ódio mortal pelos rockeiros de todo o país na época.

Como eu - mesmo jovem e não tão culto -, estava ciente do "momento histórico" deste especialíssimo show em terras canavieiras, tive o cuidado de guardar para o meu precioso baú um exemplar deste raríssimo folder, que documenta esse malfadado dia em que Araras cometeu esta heresia contra um dos grandes astros do rock brasileiro!

É por isso que eu sempre digo, quando me recordo desse inesquecível dia: a aparição do Loki em Araras foi - para usar uma expressão minha - um sino de ouro em pescoço de jumentos (com todo o respeito aos autênticos jumentos). Mas os jumentos, obviamente, não foram os 20 privilegiados que curtiram o grande show, mas sim os maria-vai-com-as-outras que foram travoltear no embalo de sábado a noite na pista da A. A. A...

VEJA O SITE DO ARNALDO AQUI:

sábado, 7 de junho de 2008

AS MALUQUICES DO RAUL SEIXAS...



Na foto, Raul e Edit Wisner, no final da década de 60 - já era um Maluco Beleza!

Certa vez, dois amigos de Raul foram visitá-lo em sua casa em São Paulo. Na saída, Raul entregou um pacote a um deles e disse: ‘Toma pra você. São Paulo tá muito perigosa...’. Quando o amigo abriu o pacote, o que havia dentro?
R: Um salva-vidas.
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Um amigo próximo de Raul Seixas conta uma história curiosa. Certa vez, em Guabimirim, Rio de Janeiro, os dois ficaram bebendo a madrugada e depois foram dormir. O amigo acordou e achou estranho que Raul havia sumido. O que o Maluco Beleza estava fazendo?
R: Cantando e tocando músicas de Elvis para um monte de bêbados.
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Jerry Adriani, em sua lista de casamento, esqueceu de incluir o nome do convidado ilustre Raul Seixas. Quando o cara chegou na igreja, foi barrado pelo segurança. O que Raul fez para conseguir entrar na cerimônia?
R: Disse que era o padre que ia celebrar a união do casal.
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Os amigos de Raul dizem que, quando ele estava no Exterior, gostava de se portar como americano. Certa vez, em Nova York, Raul passou uma cantada em uma garota que passava na rua, em inglês. O que aconteceu em seguida?
R: A garota era Rita Lee, que disse que ia contar tudo para a mulher dele.
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Sylvio Passos tinha tido a idéia de fazer o primeiro fã-clube de Raul. Ele ligou para o cantor, que o convidou para jantar com ele. O fã, chegando lá, ficou cheio de dedos, sem saber como agir. Como Raul quebrou o gelo da situação?
R: Comeu macarrão da panela e com a mão.
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ALGUMAS CONFISSÕES DE RAUL SEIXAS

“Toda espécie de agrupamento na vida é uma tentativa de fortalecimento, necessidade de amparo. Medo de saber que é lindo ser diferente de todos os demais”

“Ah... eu sempre escrevia pelas paredes: ‘Quero ser normal’. Já tive esperança de um dia ser normal, onde tudo é como no dicionário; crer no dicionário, ser o que é dito para ser e crer nisso.”

“Que capacidade impiedosa essa minha de fingir o tempo todo ser normal.”


* A foto inserida é do Raul, no final da década de 1960, com sua primeira mulher, a Edtih Wisner. Considero a foto mais engraçada dele. Foto profética: o Maluco Beleza, tava tudo ali!... ói, ói o trem!...
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A "TORRE EIFELL" UMA NOVA CONSTELAÇÃO QUE, INFELIZMENTE, NÃO VINGOU


Em 1922, era lançado um livrinho (Elementos de Cosmografia e Geografia Geral) onde pela primeira vez venha estampado o desenho de uma nova constelação: a "Torre Eiffel".

Foi o Dr. Belfort de Mattos, diretor do Observatorio da Avenida Paulista, quem sugeriu a ao cientista e escritor Camile Flammarion a transformação destas estrelas em uma nova constelação, devido à sua sugestiva conformidade. A idéia, infelizmente, não vingou, mas quem olhar para o céu nesta época do ano, poderá localizá-la facilmente: ela se situa entre as constelações do Escorpião e do Cruzeiro-do-Sul, paralelas e à esquerda das estrelas alfa e beta do Centauro. A Torre Eiffel é formada por estrelas da constelação do Centauro e do Lobo. A ilustração ao lado foi extraída do livro do dr. Mattos.
O curioso desta história é que ela poderia ter se concretizado: em 1930, a União Internacional fixou o número de constelações em 88. Depois disso não havia mais possibilidades de serem batizados novos grupos de estrelas.

Localize mais facilmente a Toirre Eifell no moderno mapa abaixo:


FONTE:
Contatar autor.
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sexta-feira, 6 de junho de 2008

A CANTIGA DE CEGO, O ÚNICO ESTILO MUSICAL GENUINAMENTE BRASILEIRO

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Poucos sabem, mas existe no Brasil um estilo musical sem antecedente algum! Ao contrário do que se diz, o chorinho não é o mais brasileiro dos gêneros musicais. Quem pôs abaixo esse conceito equivocado foi o maestro José Siqueira, que, em 1950, divulgou em seu “Sistema Trimodal Brasileiro” que a música folclórica do Rio Grande do Norte apresentava “características próprias que a tornam a mais pura e bela do país”.

Como os pregões e aboios, as cantigas de cegos são manifestações legítimas do povo, geralmente catalogadas como cantigas de trabalho. É assim que Oneyda Alvarenga (foto) as considera em seu livro Música Popular Brasileira (1945), pela sua “destinação utilitária definida”. Eis os versos que ele recolheu de uma audiçãemem Natal:


“Se eu pudesse trabalhar,
Trabalhava e não pedia;
Cidadão me dê uma esmola
Pelo amor da Virge Maria”.

Consideradas monótonas, muitas vezes, as cantigas de cegos conservam, entretanto, as características inconfundíveis próprias da música folclórica nordestina – música de originalidade e riqueza que não tem símile em nenhuma outra região do país. É evidente que suas raízes são européias de caráter, – lembrava Oneyda Alvarenga –, mas a solfa que as distingue é contribuição genuinamente nordestina.

Para o maestro José Siqueira (foto), tanto no folclore vocal quanto no instrumental, ele observou a constância de três modus diferentes de quantos existem no universo. Esses modus ordem de tons e semitons na escala diatônica usados sistematicamente dão à melodia uma cor própria, alterando por inteiro o sistema harmônico, base da tonalidade moderna, em que se apóia a música erudita, desde o século XVII. Depois de demonstrar que o I Modus corresponde, por eufonia, ao Hipodório grego ao Mixolídio Eclesiásti­co, da mesma maneira que o II Modus corresponde ao Hipomixolídio grego ou lídio eclesiástico, ele acentua que o III Modus não tem correspondência histórica, devendo ser considerado, por isso, o Modus nacional por excelência. Ele não tem similaridade em nenhuma região do país, e, tanto no folclore vocal quanto no instrumental, observou a constância de três modus diferentes de quantos existem no universo.

O maestro indica dois caminhos para explicação dessa aproximação entre os Modus Eclesiásticos e os nordestinos: a influência da música jesuítica e a acústica da região na parte referente às vibrações dos corpos sonoros.

Os interessados em se aprofundar no tema, devem estudar o trabalho do maestro, que que é amplamente ilustrado. Pesquisadores afirmam que esta parece ser a primeira vez que um especialista e compositor do nível de José Siqueira apontou as características da música folclórica nordestina.

Veríssimo de Mello (foto) afirmou que no mercado público de Natal, em 1964, ouviu várias cantigas do cego Pinheiro, tendo gravado a que o Prof. Oswaldo de Souza passou para a pauta musical e , segundo ele, parecia uma amostra bastante expressiva desse gênero da música popular nordestina.

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O jornal O Estado de São Paulo, em 1992, pediu ao cantor e compositor Tom Zé (foto) que comentasse artigo sobre o Tropicalismo que saíra no New York Times Magazine. O músico deu uma resposta à altura, e, se referindo à música nordestina, falou com muita propriedade sobre o assunto. Aqui, um trecho desta resposta. Nos EUA, disse Tom Zé:

“Eles falam como se Oswald de Souza, sua Antropofagia e o rock internacional já estivesse no âmago da tropicalidade, como a árvore na semente de Parmênides. Não estavam. Antes estava o Nordeste.

O Nordeste e os Gerais do Esta­do de Minas convivem com o efeito residual de oito séculos de dominação árabe na Península Ibérica, desde a Baixa Idade Média até a boca do Renascimento. Ou seja, enquanto os bisa­vós do Sr. Mazaropi eram educados pelos bárbaros cristãos, em todo o Velho Continente, a Península Ibérica (Portugal e Espanha) recebia uma sofisticada educação, com a cultura moçárabe. É que o povo árabe, naquele momento, era a sociedade mais culta do planeta.

E encontramos esses oito séculos de cultura no sertanejo analfabeto. Seus antepassados chegaram ao Brasil nos séculos 16 e 17. No Nordeste e nos Gerais, empobreceram, tornaram-se analfabetos, mas tanto amavam sua herança moçárabe dos avô que começa­ram a dançar cultura, cantar cultura, falar cultura. E a ler conceitos, metafísicos nos eventos do dia-a­dia; a fazer pentimento, sobrepondo à dura paisagem nordestina chaves de conhecimento esotérico; e uma humorada Weltanschauung que sobrevive à miséria, estabelecendo eixos filosóficos a sintaxe de uma língua têxtil.

Cultivaram musicalmente os mo­dos dórico e mixo­lídio, este, geral­mente, com a quarta aumentada (estudo de Heraldo do Monte), os mesmos mo­dos nos quais se compuseram as primeiras canções do pré e do Tropicalismo. Será que eu exagero quando digo ‘falar cultura’? Pois deixem hoje o capítulo da novela e leiam um capítulo de Guimarães Rosa. Valeu!”

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Sobre esses estudos do violeiro e guitarrista Heraldo do Monte, citado na entrevista por Tom Zé, transcrevo aqui um trecho extraído de uma entrevista de Heraldo e o guitarrista Olmir Stocker, extraída da revista Cover Guitarra, em que Heraldo (foto) comenta o que estava ocorrendo com a música nordestina naquela época, no carnaval de 2000, quando uma “molecada” estava usando escalas hungaras e, por isso, descaracterizando a original música nordestina:

(...) Só existem três escalas sacramentadas na cultura nordestina: o mixolídio (Do/Fá/Mi/Fa/Sol/La/Si bemol), o mixolídio com a quarta aumentada (Do/Re/Mi/Fa#/La/Si Bemol) e o dórico (Do/Re/Mi bemol/Fa/Sol/La/ Si bemol), que seria a escala menor. O que esses caras estão usando é a escala húngara básica - Do/Re/Mi bemol/Fa#/Sol/La bemol/Si. Isso está se descaracterizando muito, sabe? Mas não são muitos...”

Clique aqui e saiba mais sobre este estilo musical:

http://www.jangadabrasil.com.br/dezembro52/of52120a.htm

http://www.brasilfolclore.hpg.ig.com.br/cantosdecegos.htm

www.sac.org.br/ 60_anos_123.htm



FONTE:

4 fontes de textos; 5 fontes de imagens - consultar autor.
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O GUITARRISTA JOHN MC LAUGHLIN EM MAUS LENÇÓIS NUM IMPROVISO COM O BRUXO HERMETO PASCHOAL.

c Quem assistiu na época, ou em reapresentações na TV, do Festival de jazz de São Paulo, ocorrido há trinta anos atrás (1978), se recorda da célebre noite em que o gênio da guitarra jazz rock John Mc Laughlin se viu em maus lençóis num improviso com o bruxo Hermeto Paschoal.

É que na hora em que Hermeto se concentrava para iniciar sua apresentação, disseram que o Mc Laughlin “começou a fazer barulho com o amplificador colocado no palco”. Hermeto não gostou nada do que ouviu, e quando chegou a vez do guitarrista tocar, mandou avisar que ia entrar no palco. Mc Laughlin ficou transtornado, principalmente quando o bruxo disse que ia tocar sintetizador, instrumento que jamais havia tocado antes...

Hermeto entrou e arrasou, deixando Mc Laughlin em apuros: este se machucou um pouco na hora de improvisar pois o bruxo inventou de tocar música nordestina... Essa estilo musical costuma explorar escalas não muito convencionais na música ocidental. E o improviso feito por Hermeto explorava o uso do intervalo de quarta aumentada, “acidente” que derruba mesmo – é a dominante da dominante que aparece em momento inesperado.

Veja na ilustração um exemplo de uma melodia que usa este intervalo.











FONTE:

Contatar autor.
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quarta-feira, 4 de junho de 2008

DO ALÉM - trechos de um livro meu em construção

Aqui vão algumas frases e pensamentos criadas por mim, extraídas de um livro que venho fazendo aos poucos. Neste livro, fui ou recriando frases ou inventando pensamentos seguindo a linha de raciocínio ou estilo de cada personagem inserido nele, como se eu fosse um médium espírita que os tivesse psicografado.

"O mais é onanismo sem esperança de filhos." (Carlos Drummond de Andrade, poeta)
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"Pesadelo que se sonha só, é um pesadelo que se sonha só, mas pesadelo que se sonha junto é despertar com a sogra em nossa cama." (Raul Seixas, cantor)
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"Uma artista com uma grande carreira pelas costas".
(Constance Bennet, atriz, sobre a Mulher Melancia)
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"E que seja infinito enquanto duro." (Vinícius de Moraes, poeta)
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"A Astronomia está para a Astrologia assim como a Química está para a Alquimia." (Pierre Janet, psicólogo e neurologista)
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"O Ernesto alguém enterrou
Num canto qualquer de La Paz
Nós fomos não encontremos o Tchê
Nóis fiquêmo cuma baita de uma réiva
A outra vez, nóis não vai mais."
(Adoniram Barbosa)
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"Quando eu andava armado, costumava dizer: 'Antes de o ladrão
me mandar para o sétimo céu, eu mando ele para o quinto dos infernos.'" (Dante Alighieri, escritor)
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"A ruína do sábio: ter conhecimento mas humilhar à quem não conhece; ter didática e não praticá-la; desconhecer algo, não admitir que desconhece e se recusar a conhecê-lo". (São Beda)
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"O matar muitos é heroísmo, o matar poucos é crime: o matar como
militar faz os condecorados, o matar como civil os condenados." (Padre Antonio Vieira)
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"O mundo divide-se entre os que raciocinam por si próprios e o que raciocinam com a coletividade." (Nelson Rodrigues, dramaturgo)
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"- Cavalheiro, esta é a primeira vez que vejo uma barata se salvar de um afogamento, nadando para uma bosta que flutua..." (Wiston Churchill, político e estadista)
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* A ilustração deste POST é de minha autoria e se chama "O Caixão do Ilusionista"

O CHUTE MAIS BELO DE TODOS OS TEMPOS!



Veja aqui, aquele que pode não ter sido o gol mais bonito da história do futebol, mas, particularmente, considero o chute mais belo e animal dado por um ser humano numa bola. Me refiro ao capitão da Seleção Brasileira 1970, Carlos Alberto Torres, na final com a Itália, que foi o gol que deu a vitória da Copa ao Brasil.

Aliás, essa seleção foi escolhida como sendo o melhor time de todos os tempos, de acordo com uma enquete mundial conduzida pela revista World Soccer magazine, e divulgada nesta segunda-feira. De acordo com a revista, "o time brasileiro, que ganhou a Copa do Mundo de 1970 com grande estilo, tornou-se num mito, sendo o principal expoente do jogo bonito".

Esse, que foi o quarto gol do Brasil na final, foi um "momento de arte pura do futebol brasileiro em uma Copa do Mundo", e teve a participação de mais dois jogadores: os santistas Clodoaldo e Pelé, que deu o passe para Carlos Albertos. A propósito, o time que mais cedeu jogadores para as conquistas de 1958, 62 e 70 foi o Santos. O gol de Carlos alberto endossa o que eu digo. Confiram no link abaixo do You Tube, e vejam o corpo do grande capitão se desdobrando de uma maneira elástica inacreditável - o Rivelino que me perdoe, mas este chute foi uma verdadeira "patada atômica", como se dizia na época!

http://br.youtube.com/watch?v=_Vysv2hJqco&feature=related