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domingo, 18 de setembro de 2022

A CÉSAR O QUE É DE CÉSAR!...


Costumo perguntar a mim mesmo se irão aparecer outros reis e rainhas do Rock como, e ao nível de, Raul Seixas e Rita Lee. É muito provável, mas creio que só quando surgir outro movimento em pé de igualdade e criatividade como foi a Contracultura - movimento que não foi só Rock, mas envolveu diversos outros estilos musicais, bem como englobou as artes plásticas, a literatura, o teatro, o futebol, a dramaturgia etc.  Enxergo a Contracultura como um Renascimento da modernidade - uma época mágica e abençoada - e convenhamos, é muito difícil superar isso. 

Convém não esquecer que houve antes outro rei e outra rainha do rock: me refiro ao Sérgio Murilo e à Celly Campello, mas a coisa foi meio embrionária e pouco durou. Agora, é evidente que a Paula Toller e a Pitty não conseguiriam ser outra Rita Lee, tampouco os finados Cazuza e Renato Russo poderiam ser outro Raul Seixas. São bons compositores, cantores e letristas, mas não vão além disso. A Rita e Raul eram outro patamar: além também de bons cantores, compositores e letristas, eram, naturalmente, atores, fotogênicos, carismáticos, humorados, sarcásticos,  irreverentes, contestadores, polêmicos, etc., aliás, como convém a todo grande artista de Rock. 

O Lobão, até que tinha uma boa porção destes quesitos, mas é um compositor mediano, e contam-se nos dedos seus sucessos, que, aliás, nada têm de superlativos. Diria até, guardadas as devidas proporções - e põe proporções nisto! -, que a Cassia Ellen está para a Rita Lee, assim como o Lobão está para o Raul, mas ambos precisariam comer muito feijão, mas muito mesmo, mas acontece que os gênios nascem prontos... 

Mas, enfim, repito: é muito difícil superar a Rita e o Raul, que, para mim, é coisa de gente predestinada, que não é normal a biografia de ambos. Brasileiros, conformai-vos e… até o próximo Renascimento (ou Contracultura)!...