Atualmente, é fato comum em reformas nas rodovias ararenses, tanto
vicinais como intermunicipais, bem como na transformação de um terreno
em nova área de cultura, cana p. ex., removerem-se as cruzes e
capelinhas aí existentes, isto, como se fosse uma forma de humanização
desses meios de deslocamento humanos.
Esta é, lamentavelmente, uma das várias formas de dessacralização e desespiritualização pelas quais as manifestações folclóricas e o devocionismo popular estão inconscientemente sujeitos, e assim levados ao fatal caminho da extinção. Por que não conservar estas cruzes e capelinhas, se não pelo lado folclórico, então pelo menos encarando-as pela ótica de que elas são o registro trágico e alerta eficaz das imprudências que os seres humanos cometem nas estradas, e não sinais de que a estrada é mal cuidada ou esquecida, como erroneamente se crê?
Esta é, lamentavelmente, uma das várias formas de dessacralização e desespiritualização pelas quais as manifestações folclóricas e o devocionismo popular estão inconscientemente sujeitos, e assim levados ao fatal caminho da extinção. Por que não conservar estas cruzes e capelinhas, se não pelo lado folclórico, então pelo menos encarando-as pela ótica de que elas são o registro trágico e alerta eficaz das imprudências que os seres humanos cometem nas estradas, e não sinais de que a estrada é mal cuidada ou esquecida, como erroneamente se crê?
Mas, afinal, o que é uma capelinha de Santa Cruz? É uma hábito de origem
cristã trazido com os colonizadores, cuja função é sinalizar o lugar
onde uma pessoa faleceu, quase sempre em circunstâncias trágicas, seja
por morte natural, seja por assassinato, um acidente qualquer ou por
queda de raio. É uma hábito que se não extinguiu ainda, está em vias de
desaparecer completamente – se um cidadão ou sertanejo mal tem dinheiro
para construir um “puxadinho” no fundo do quintal, quanto mais para
erigir uma simples santa cruz e assinalar o local aonde viera a falecer
um infeliz mortal.
Assim, as cruzes dos caminhos, descendentes diretas das capelinhas, tem uma função conscientizadora tão importante quanto as próprias placas de sinalização nas rodovias, com a relevante vantagem de que são elas a manifestação viva do folclore nos acenando e advertindo em nossas passagens pelos caminhos da vida. Em se falando rodovias perigosas, o surgimento de uma simples cruz de madeira na beira de estrada não raro precede a de uma placa de sinalização. Infelizmente, é necessário que várias pessoas percam a vida num determinado local para que as autoridades se deem conta enfim de que ali é “trecho perigoso” de estrada e urge que nele se coloque sinalizações oficiais de advertência.
Cruzes há muitas, mas restam poucas capelinhas na zona rural de Araras, algumas religiosamente preservadas por donos de sítios e familiares. Eis o exemplo. Portanto, fazendeiros, sitiantes, empresários, usineiros e empreendedores, conservemos as poucas cruzes e capelinhas remanescentes, que o tráfego das estradas e folclore religioso e arquitetônico local muito terão a agradecer!
Assim, as cruzes dos caminhos, descendentes diretas das capelinhas, tem uma função conscientizadora tão importante quanto as próprias placas de sinalização nas rodovias, com a relevante vantagem de que são elas a manifestação viva do folclore nos acenando e advertindo em nossas passagens pelos caminhos da vida. Em se falando rodovias perigosas, o surgimento de uma simples cruz de madeira na beira de estrada não raro precede a de uma placa de sinalização. Infelizmente, é necessário que várias pessoas percam a vida num determinado local para que as autoridades se deem conta enfim de que ali é “trecho perigoso” de estrada e urge que nele se coloque sinalizações oficiais de advertência.
Cruzes há muitas, mas restam poucas capelinhas na zona rural de Araras, algumas religiosamente preservadas por donos de sítios e familiares. Eis o exemplo. Portanto, fazendeiros, sitiantes, empresários, usineiros e empreendedores, conservemos as poucas cruzes e capelinhas remanescentes, que o tráfego das estradas e folclore religioso e arquitetônico local muito terão a agradecer!
* O autor vem desde o início dos anos 80 fotografando
as capelinhas de santa cruz e igrejas das zonas rurais, bem como as
fazendas antigas de Araras, além de colher, no caso das capelinhas, a
história referente à sua CONSTRUÇÃO.
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