sábado, 22 de agosto de 2009

DOIS VELHOS CASOS HUMORÍSTICOS: GENERAL ELETRIC E GENERAL MOTORS "EM PESSOA"!...

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Memória boa que tenho, achei interessante disponibilizar aqui duas humoradas histórias muito parecidas no enredo, mas distantes entre si cerca de quatro décadas. Há poucos meses, vindo a conhecer a história mais recente, é que fui me recordar da primeira, devido à sua relativa semelhança.

A primeira, li-a no início dos anos 80 num livro do emérito caçador e pescador a que muito admiro – o grande Francisco Barros Júnior (1883-1969). Ela faz parte de um dos seus incríveis livros da série “Caçando e Pescando por Todo o Brasil” – o da 3ª série, de 1949 –, um dos relatos das inúmeras viagens que ele fez pelo País na primeira metade do século XX, num tempo em que ainda não se falava em ecologia e as leis de proteção à fauna ainda engatinhavam.

Conhecido e afamado no país, ele praticava intensamente tais atividades. Apesar de suas viagens nada terem de expedições científicas, foi nelas que ele reuniu informações para publicação de seus livros, bem como deixou relatos que seriam de grande utilidade para o levantamento e catalogação de dados sobre a fauna brasileira.

Antes de irmos para as histórias, gostaria de dizer que Barros Jr., além de também ser jornalista e escritor, possuía também qualidades de botânico, zoólogo, geógrafo, geologista, historiador, automobilista, poeta e pensador”, o que tornava os seus livros de uma riqueza impressionante e de leitura agradabilíssima à quem gosta de narrativas da vida ao ar livre e história natural. Por isso mesmo, recomendo sua obra, pois constituem elas verdadeiras e fascinantes viagens por esse Brasil interiorano e diversificado, num tempo em que ainda não grassava essa destruição que vemos hoje. No entanto, temos de reconhecer que Barros Jr. foi não só um caçador e pescador voraz, como também matou animais desnecessariamente, como cobras, gaviões e jacarés, mas ainda que isto pese negativamente em seu currículo, os tempos eram outros e a prática da caça era comum entre a maioria dos brasileiros. Tanto o é que estas viagens tinham como objetivo divulgar e comercializar munições para armas de fogo. Assim sendo, temos de “dar um desconto” ao homem e procurar levar em conta o preciosismo de seus registros e observações que podem ser considerados como verdadeiros documentos das diversas áreas que citei anteriormente.

Em sua história, Barros Jr. fala de uma passagem engraçada ocorrida com ele quando passava pela capital da Bahia, numa ocasião em que tratava com um tenente do porto local. Em dado momento, estando com hemorragia nasal e precisando se retirar, pediu ao tenente que enviasse depois seu passaporte ao navio. Porém, antes de sair, colocou seu cartão de visitas sobre a mesa dele e foi perguntando rapidamente se havia livre trânsito pelo território baiano ou se ele ainda estava em estado de sítio (essa era a situação política na época). O tenente, ante tão enérgica atitude, pensou que o Barros Jr. fosse um outro senador, pois já havia se desentendido com um anteriormente. Agora, caro leitor, deixo ao Barros Jr. a narração do resto da história:

“Foi tão insólito o meu proceder, comparado com a respeitosa atitude dos outros, que por certo se julgou às voltas com outro iracundo senador. Olhou disfarçadamente para o cartão e com presteza se pôs em pé na posição de sen­tido, declarando que a providência era para con­trolar a fuga de criminosos ou membros do bando de Lampeão, mas que para pessoas, ‘no­tóriamente conhecidas’ como eu, era dispensa­da. Num relance compreendi o seu equívoco e apoiando-me à mesa, empalmei o abençoado cartão, para que mais tarde, verificando o seu engano, não mandasse buscar-me sob escolta...

Eu era a esse tempo inspetor da General Motors do Brasil, e esses nomes vinham da América já gravados em alto relevo, sendo aqui impresso o do ins­petor. Os tipos eram góticos e no rápido re­lancear da vista, apenas pôde ler General e, pos­sivelmente, Brasil. A esse tempo, o nome do ge­neral Assis Brasil andava no cartaz e os meus cabelos grisalhos, olhos azuis e tez corada o induziram ao erro.

Fui, portanto, conduzido até à porta com todas as manifestações de respeito, recebendo à despedida, antes de me apertar a mão que magnânimamente lhe estendi, uma impecável con­tinência acompanhada pelo sonoro bater dos tacões no mais correto figurino prussiano...

O que lhes posso garantir é que é bem agra­dável ser tratado como general, mesmo como General Motors do Brasil...”

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A segunda história é mais recente, e foi extraída do livro “Nosso Folclore” (1984), de José Carlos Rossato, colhida pelo informante Marcelo Luís Marques.

“Um político, ex-dirigente da Votuporan­guense, famoso por suas gafes, certa vez rece­beu um amigo francês que residia na Capital do Estado. Depois do jantar, o francês começou a lembrar de sua Pátria, citando nomes célebres, totalmente desconhecidos do anfitrião. Perce­beu que o votuporanguense não estava enten­dendo nada. Mas para mudar de assunto, repen­tinamente seria pior. Resolveu fazer uma per­gunta ao seu interlocutor, achando que este responderia:

– Lembra-se quem foi o general mais fa­moso do meu País?

Suando frio, o anfitrião ainda recebeu uma dica de sua esposa, que apontou a geladeira onde pousava uma miniatura do busto de Napoleão Bonaparte, presente do visitante. O nosso conterrâneo sorriu aliviado e respondeu:

– Claro que sei. Foi o grandioso, magnífi­co e corajoso... General Eletric!

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Como se vê, ao contrário do presidente Lula que já chegou a confundir, por duas vezes, a General Motors com a Mercedes, a confusão aqui é outra: cargos militares confundidos com empresas!... A despeito dos longos anos que separam ambas as histórias, há sim uma certa semelhança entre elas. A história do Barros Jr. – apesar de ele ser caçador e pescador...–, deve mesmo ser verídica, mas a outra tem um enredo meio duvidoso, e deixa entrever que parece haver uma certa analogia entre as duas, ou melhor, a segunda é recriação da primeira. Digo isto baseado no fato de que historias antigas e célebres sempre vão e vem e são alteradas através dos tempos, tornando-se às vezes histórias populares, como os “causos”, lembrando-se que os livros do Barros eram uma coqueluche na época, e sua história deve ter corrido esse Brasil afora, permanecendo na memória dos mais antigos.

Resta-me dizer que é muita sorte que a história do Barros Jr. não tenha ocorrido recentemente, pois hoje, com a pujante General Motors e o fantasma da falência no seu encalço, acho que se correria menos risco exibindo um cartão da General Eletric...


FONTES

Duas fontes. Consultar autor.

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sexta-feira, 21 de agosto de 2009

PARA BAIXAR: JORNAL HIT POP DE AGOSTO DE 1976, COM 20 PÁGINAS!

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Matérias principais:

- "Kiss vende a alma ao diabo"
- Jethro Tull ressurge
- João Ricardo lança 2º Lp solo
- "Beatles se reunem por Ringo"
- Primeiro disco solo de Peter Gabriel
- "George Harrison acusado de plágio com 'My Sweet Lord'"
- Tom Jobim: "A MPB está morrendo"
- Ednardo: "Os ídolos acabaram"
- Recadão de Fagner
- Gonzaguinha com tuberculose
- Primeiro disco de Guilherme Arantes
- Patrick Moraz grava com brasileiros
- Lançamentos: Rita Lee - "Entradas & Bandeiras"; Led Zeppelin - "Presence"; Grand Funk - "Born to Die"; Paul McCartney & Wings - "At The Speed of Sound"; Dr. Feelgood - "Malpractice", etc.
- E muito mais!

Entre aqui para baixar:

http://www.easy-share.com/1907329639/Jornal HIT POP - ago. 1976, pág 20.pdf

Em breve, mais jornais!
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sábado, 15 de agosto de 2009

HOMENAGEM AOS 40 ANOS DE WOODSTOCK, O FESTIVAL DOS FESTIVAIS

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Há exatos 40 anos atrás, nos dias 15, 16 e 17 de agosto do distante ano do verão do hemisfério norte de 1969 – apenas um mês depois da célebre chegada da Apollo 11 à Lua –, o mundo se surpreendia com uma nova façanha humana, mas desta vez no próprio planeta Terra: o não menos célebre festival de Woodstock. Sem sombra de dúvida, se existiu um evento onde qualquer jovem de qualquer época sonharia participar, este evento era Woodstock. Oriundos de diversas partes do mundo, uma multidão de jovens com visual propositadamente desarrumado, com roupas coloridas, ponchos e vastas cabeleiras se reuniram para curtir três dias de sexo, drogas & rock’n roll.

Vale lembrar que nenhum outro festival de música teve tanta repercussão e tanta importância como esse que é considerado o mais importante evento musical da história contemporânea. Woodstock foi um evento que primou pelo fato de ter promovido e levado ao estrelato muitas das bandas participantes, e, ao mesmo tempo, de provar como era grande o apetite do público pelo estilo de música que rolou: pop, psicodélico, rock, country e blues.

A clássica imagem do casal, ainda vivo.


Flashes do festival

OS IDEALIZADORES, O "QUARTETO FANTÁSTICO"

Woodstock foi obra de quatro jovens: John Roberts, Joel Rosenman, Artie Kornfeld e Michael Lang. Dois deles, Roberts e Rosenman, eram dois milionários seriamente decididos a investir numa empreitada qualquer desde que ela aumentasse seu nada modesto capital. A princípio, a dupla colocou um anúncio no jornal dizendo: “jovens homens com capital ilimitado procuram oportunidades de investimento e propostas de negócios interessantes e originais”. Lang e Kornfeld não tinham dinheiro algum, mas apenas boas idéias. Na época, Kornfield trabalhava na Capitol Records e Lang era um promotor de shows que, em janeiro de 1969, organizou um grande festival (para a época) em Miami, assistido por 40 mil pessoas.

Depois, sabe-se que Lang se uniu a Kornfield, e juntos tiveram a idéia de um outro festival de música, mas faltava verba. O advogado deles os levou até Roberts e Roseman, e os quatro vieram a se conhecer em fevereiro de 1969 - foi quando acabaram se juntando para por em práticas suas idéias.ticas suas idse juntando para porem em prmo , jis de TV

Inicialmente, os quatro pensaram em montar uma gravadora independente especializada em rock numa pequena cidade longe de Manhattam conhecida como Woodstock, mas depois optaram por realizar um festival misturando cultura, música e o nascente estilo de vida ditado pela contracultura - nascia aí a "Feira de Arte e Música de Woodstock".

Em março, para organizar o evento, o membros do “quarteto fantástico” fundaram a empresa Woodstock Ventures Inc. Nova York foi escolhida para a realização do festival, pois muitos dos músicos que seriam convidados residiam na cidade, como, p. ex., Bob Dylan e Hendrix. Por volta de abril, a WVI já havia descolado um local e propagandas começaram a ser veiculadas em cartazes e comerciais nas TV dos EUA. Foram investidos 2.4 milhões, e as primeiras bandas a serem contratadas foram o Jefferson Airplane e o The Who, que embolsaram US$12 mil e US$12,5 mil, respectivamente. O cachê mais alto foi o de Jimi Hendrix, US$ 18 mil, que foi o último a se apresentar. Embora estes valores pareçam muito baixos hoje, na época eles equivaliam ao dobro do que as bandas recebiam normalmente por seus shows, o que nos mostra como o show business mudou. Em julho, apenas um mês antes da estréia do festival, inicialmente cotado para atrair 50 mil pessoas, a Câmara dos Vereadores do lugar originalmente escolhido, Wallkill, baixaram leis que proibiram a realização do festival, deixando os produtores com um prejuízo de US$ 2 milhões já investidos em estrutura de palco, som e técnicos. Felizmente, com a ajuda de um sujeito conhecido como Elliot Tiber, a WVI acabou encontrando um novo lugar: um campo de 600 acres da fazenda do leiteiro Max Yasgur, no vilarejo de Woodstock, em Bethel, a 145 quilômetros de Nova York.

O fato de o festival ter sido realizado não numa cidade grande, mas numa fazenda, enfatizava o clima reinante de “cair na estrada” e “volta ao campo”. Para atrair seu público alvo, a WVI lançou mão de todos os símbolos e chavões consagrados pela contracultura – o próprio slogan do evento, “três dias de paz e música” –, era baseado nesse conceito. Assim, sobre o festival pairou um clima de protestos antiguerra e anticapitalismo, o conceito de amor livre, o movimento de libertação das mulheres, vida em comunidade e outras reinvidicações da época. O próprio Kornfield, considerado hoje o "Pai de Woodstock" (na foto, visitando o local), explicou na época que o festival não deveria ser pensado em termos de construção de palcos, assinatura de contratos ou venda de ingressos, mas sim encarado como um estado de espírito, um acontecimento para se tornar um símbolo de toda uma época e geração.

Houve quem considerasse os quatro loucos, utópicos e pretensiosos por pretenderem realizar o maior festival de música do planeta e ambicionar reunir 200 mil pessoas. Mas Woodstock superou todas as expectativas e se revelou um verdadeiro fenômeno de massa, reunindo cerca de 500 mil pessoas e 32 artistas e bandas dos mais famosos dos anos 60.

O FESTIVAL

O festival teve início na tarde de 15 de agosto, sexta-feira, às 17:07h e se estendeu até a metade da manhã do dia 18 de agosto, uma segunda-feira. Os policiais locais, estaduais e do resto do país estavam preparados, sabiam o que estava por vir e confiavam em suas habilidades para que corresse tudo bem, seja com o trânsito, as emergências médicas, o saneamento e outros problemas inesperados. Woodstock não estava sendo cotado com um grande festival. Seria, a princípio, um festival de rock como tantos outros que ocorriam pelos Estados Unidos na época.

Na foto, Joe Cocker em sua louca performance de "With a Little Help from My Friends" , dos Beatles. Cocker, com certeza, o inventor do air guitar!


OS INCIDENTES E OS PORQUÊS

No início de agosto, cerca de 200 mil ingressos tinham sido vendidos antecipadamente, e o que tinha começado como um festival de música para aproximadamente 200 mil pagantes, teve seu número dobrado após o primeiro dia do festival.

Já no primeiro dia do evento, os organizadores se viram obrigados a transformar o festival num evento grátis, já que, simplesmente, não houve jeito de controlar a multidão que ia chegando. O problema é que não tinha jeito de abrigar tanta gente naquela área; então, quando os músicos começaram a chegar, o engarrafamento ficou gigantesco. Carros foram abandonados no meio da estrada e as pessoas tiveram de ir a pé para o show. Com todas as estradas bloqueadas, os organizadores tiveram de alugar helicópteros do exército para trazer os músicos.


Depois, a cerca ao redor do local foi derrubada, e aí mais pessoas entraram sem pagar. Com isso, os promotores tiveram US$ 100 mil de prejuízo inicial, mas depois veio o lucro: o filme lhes proporcionaria um retorno imediato de US$ 17 milhões e a glória de ser o filme que inovou a arte de registrar espetáculos musicais, além de ter ganho o Oscar de melhor documentário de 1971.

O site do Jornal Imparcial explicou o porquê de as coisas terem tomado esse rumo:

“Em entrevista no início de Woodstock, seu organizador, Michael Lang, afirmou esperar na fazenda em Bethel 200 mil pessoas entre 15 e 17 de agosto de 1969. A manchete do New York Times do primeiro dia do evento dizia o mesmo: 'Duzentos mil indo para festival de rock engarrafam as estradas ao Norte do estado'. Não demorou para que o número duplicasse, triplicasse até chegar ao ponto de não se saber quantos milhares estavam ali. O anúncio de que o festival havia se tornado gratuito e a visão das pessoas arrebentando as cercas da fazenda de Max Yasgur deram conta de que o que estava ocorrendo no interior do estado de Nova York era mais do que um festival de música.”


Havia também o problema do tempo, que às vezes ficava pavoroso. Na sexta-feira caiu uma tempestade e houve uma inundação. Centenas de pessoas estavam cortando os pés em garrafas quebradas e em tampas de garrafas. No geral, mais de 5 mil atendimentos médicos foram documentados, e muitos deles em razão do uso de drogas e álcool, que foram consumidos à exaustão.

Ocorreram também alguns problemas não menores: falta de comida; condições sanitárias precárias ou inexistentes. e preocupações do gênero. O pior de todos foi a mortes de 3 pessoas (uma overdose, um atropelamento por trator e um ataque de apendicite), além de quatro abortos, mas, felizmente, 2 ou 3 crianças nasceram, fato contestado hoje em dia, já que nunca foram localizadas. Apesar de tudo, a ação da polícia limitou-se à trabalhar na apreensão de drogas e outros casos sem maiores repercussão.

No final, a cena hilária: todo mundo embarreado pelas estradas e perguntas como “Onde está meu carro?” e “Onde estão meus amigos?” pipocavam pelo ar...


OS ARTISTAS QUE SE APRESENTARAM

- Primeiro Dia: Richie Havens; Country Joe McDonald; John Sebastian; Incredible String Band; Sweetwater; Bert Sommer; Tim Hardin; Ravi Shankar; Melanie; Arlo Guthrie; Joan Baez.

- Segundo Dia: Quill; Santana; Canned Heat; Mountain; Janis Joplin (foto); Sly & the Family Stone; Grateful Dead; Creedence Clearwater Revival; The Who.

- Terceiro Dia: Jefferson Airplane; Joe Cocker; Country Joe & The Fish; Ten Years After; The Band; Blood, Sweat and Tears; Johnny Winter; Crosby, Stills & Nash (e Young como convidado)

- Quarto Dia: The Paul Butterfield Blues Band; Sha-Na-Na; Jimi Hendrix.


CURIOSIDADES

* Até hoje há quem pergunte sobre o porquê da banda mais famosa da época, os Beatles, não terem participado do festival. É que John Lennon, George Harrison, Paul McCartney e Ringo Starr, estavam em pleno clima de separação definitiva da banda, que foi anunciada oficialmente em março de 1970, e nesta época preparavam seus discos individuais seguindo carreira solo. Os promotores chegaram a entrar em contato com John Lennon, pedindo para que os The Beatles tocassem no festival. Lennon disse que os Beatles não tocariam no festival a não ser se a Plastic Ono Band, da Yoko Ono, também pudesse tocar. Os promotores o recusaram.

* Neil Young não fazia parte da banda de Crosby, Stills & Nash. Ele apenas tocou algumas músicas com os três, e acabou, mais tarde, sendo chamado para a banda.

* A banda Iron Butterfly foi convidada para tocar, mas teve sua apresentação cancelada porque o vôo atrasou e os músicos ficaram presos no aeroporto, não podendo chegar ao local do show.

* A banda Grateful Dead tocou durante a chuva. Alguns membros da banda tomaram choques durante a sua apresentação e Phil Lesh (o baixista) ouviu o rádio de transmissão de um helicóptero através do amplificador de seu baixo enquanto tocava.

* A banda Led Zeppelin foi chamada para tocar no festival, mas o empresário da banda, Peter Grant, afirmou: “Nós fomos chamados para tocar em Woodstock e a gravadora (Atlantic) estava bastante entusiasmada, e Frank Barsalona (o promotor) também. Porém eu disse não, pois em Woodstock nós seríamos apenas outra banda na parada”. Em vez disso, o grupo foi para uma turnê de mais sucesso.

* The Doors inicialmente concordaram em tocar, pois acharam que o festival fosse ocorrer no Central Park, mas decidiram ir contra a idéia quando souberam que o festival ocorreria em uma fazenda isolada da cidade. Eram considerados uma banda com grande performance, tinham bastante potencial, mas cancelaram a apresentação em cima da hora. Ao contrário do que muitos pensam esta ocorrência não está relacionada ao fato de o vocalista, Jim Morrison, ter sido preso por postura indecente em um show anteriormente. O cancelamento do show se deu ao fato de que Morrison sabia que a sua voz soaria repugnante por estar ao ar livre. Há também a idéia de que Morrison, em um momento de paranóia, estava com medo que alguém atirasse nele e o matasse quando o mesmo pisasse no palco. No entanto, o baterista John Densmore compareceu no festival; no filme, ele pode ser visto ao lado do palco durante a apresentação de Joe Cocker, quando esse cantava o hino lisérgico “Let’s Go Get Stoned”.

* Frank Zappa e The Mothers of Invention afirmaram: “Muita lama lá em Woodstock. Nós fomos convidados para “tocar lá, mas recusamos” justificou Frank Zappa na época.

* Não se sabe o porquê, mas os Rolling Stones não foram convidados para tocar em Woodstock, mas a banda, enciumada, quatro meses depois, realizou o festival Altamont, na Califórnia. Programado para ser uma resposta da costa oeste americana a Woodstock, o evento reuniu bandas californianas e público em número semelhante ao de Woodstock, mas ficou marcado pela violência e pela morte de quatro pessoas que foram esfaqueadas por motoqueiros do grupo Hells Angels, que foram contratados para fazer a seguranças do festival. “As drogas já estavam sob controle do crime organizado”, afirmou o jornalista Joel Macedo, autor do livro Albatroz, o encontro das tribos na Califórnia dos anos 60 (Editora Danprewa). “O movimento hippie mudou de mão, fugiu de controle. Em Altamont, o sonho acabou”.


HENDRIX, O PRINCIPAL ARTISTA

Jimi Hendrix foi o último a se apresentar naquele dia, às 8.30 hs da manhã de segunda-feira, onde “restavam” cerca menos de ¼ do público de 500 mil nas noites anteriores. Os que foram embora não sabem o que perderam, pois foi talvez o melhor show de sua carreira, dia em que ele apresentou sua célebre e inimitável versão do hino nacional norte-americano, em meio da qual improvisou com uma maestria jamais vista, a cena de uma batalha no Vietnã. Sua humildade impressionou antes do início do show, quando ele disse: “Vocês podem ir se quiserem, nós estamos fazendo uma ‘jam’; é tudo”... É que jam fez a banda ! Nunca, Hendrix tocara tão bem como nesse dia! Ele estava iluminado, e talvez preconizasse a importância que o festival viria a ter para a posteridade! Mais tarde, quando lhe perguntaram se ele sabia que iria gerar tanta polêmica com a performance de Star Splanged Banner, ele declarou apenas dizendo Eu achei que foi lindo”. Hoje, é sabido que a grande vitória da Geração Woodstock foi ter conseguido arrancar os Estados Unidos do Vietnã.



Hendrix interpretando Star Splanged Banner

Bob Tequila, da comunidade Jimi Hendrix Brasil no Orkut, fez um belo comentário sobre essa apresentação:


“É uma multidão que admira silenciosamente o que ele está tocando. Há quase um clima religioso, um ritual pagão em ouvir, captar aquelas notas alucinadas, principalmente quando ele executa The Star Splanged Banner. A maioria do pessoal parece ser do sexo masculino e observa atentamente as notas que saem e o que os dedos, a língua e o cotovelo do MESTRE está fazendo. Mas os seus rostos atônitos parecem não acreditar no que ouvem!”


WOODSTOCK HOJE

Passadas quatro décadas, os debates discussões sobre sua importância persistem, e até hoje divide opiniões: enquanto uns dizem que Woodstock foi o fim de toda a ingenuidade e utopia que cercavam os anos 60, outros afirmam que foi o apogeu de todas as mudanças e desenvolvimento na sociedade. Hoje, cultores da onda hippie encaram Woodstock como “o marco final de uma era dedicada ao avanço humano”. Há ainda os que dizem que tudo aquilo foi apenas uma “festa dos infernos”... Mas numa coisa todos são unânimes: o festival foi evento cultural relevante não só para a história da música, mas para a história da humanidade e muitos saíram dali com uma visão totalmente diferente do mundo.

O escritor e jornalista Celso Lungaretti, 58 anos, sintetizou em poucas palavras, o que representou Woodstock:

“Woodstock foi o evento musical que mais influenciou as artes e os costumes na história da humanidade. (...) as gerações seguintes se desinteressaram de mudar o mundo, voltando a priorizar a ascensão profissional e social. O rock, depois de uma fase intensamente criativa e experimental, voltou aos caminhos seguros do marketing. (...) O sonho acabou? Talvez. Mas, quem o partilhou só lamenta que haja durado tão pouco e tenha sido substituído por uma realidade tão insossa.”


E as coisas mudaram mesmo: hoje, ironicamente, no museu local do estranhamente limpo Bethel, se lê avisos assim:

"Proibido utilizar drogas em público"; "Proibido instalar guarda-sóis ou barracas de acampamento"; "Não tocar música em alto volume"...



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quarta-feira, 12 de agosto de 2009

CHUVA DE METEOROS PODERÁ SER VISTA NA MADRUGADA DE HOJE E AMANHÃ


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Quem abriu o Gooogle hoje, pôde se deparar com uma ilustração diferente no cabeçalho, e deve ter-se perguntado o que significava aquilo. Pois bem: hoje e amanhã, dia 12 e 13 de agosto, se dará o auge de uma das inúmeras chuvas anuais de meteoros que acontecem em nosso planeta - a famosa Perseídas, conhecidas popularmente como “Lágrimas de São Lourenço”. A Perseídas recebe esse nome porque seu radiante (o ponto onde surgem no céu) se encontra na constelação de Perseu.

Na foto, meteoro das Perseídeas em 1988, foto de - Steve Traudt - Synergistic Visons.

Das chuvas de meteoros mais importantes do ano, as Perseidas são, sem dúvida, uma das que mais se destacam, podendo ser visíveis durante duas a três semanas, e, este ano, segundo várias estimativas, ocorrerá uma chuva melhor que nos anos anteriores. Geralmente, elas ocorrem no período que vai de 23 de julho a 22 de agosto, mas este ano o pico se dará hoje e manhã, dia 12 e 13, quando a Terra estará cruzando a região mais densa dessa esteira, dando origem à uma das principais chuvas de meteoros que podem ser observadas no firmamento. No entanto, a chuva poderá ser vista nos dias seguintes, com o número de meteoritos diminuindo aos poucos de intensidade.

Foto de autoria de Fred Bruenjes, da chuva Perseídas ocorrida em 24 de agosto de 2004

* Clique na imagem para vê-la em tamanho maior e com mais detalhes, e depois tecle F11 para visualizá-la melhor.

Esses meteoros são micro fragmentos deixados pelo cometa Swift-Tuttle (1862 III) que ficaram para trás, formando grande esteira de poeira espacial. Isso se dá quando um cometa se aproxima do Sol e algumas partes derretem e se rompem, produzindo milhões de fragmentos de gelo e poeira, que formam um cinturão constituído em sua grande maioria de partículas do tamanho de um grão de arroz.

O cometa Swift-Tuttle 1862 III, em foto de Herman Mikuz, 15 de dezembro de 1992

A taxa estimada das Perseídas é de 80 meteoritos por hora. Vale esclarecer que o período orbital deste cometa é de 135 anos, e sua última aparição se deu em dezembro de 1992. Neste ano, foram observados mais de 300 meteoros por hora, ou seja, mais de 3 vezes a quantidade habitual. Desde então, sua intensidade foi minguando até chegar ao nível normal, entre 60 a 100 meteoros por hora. Como se vê, não é bem uma chuva, mas vale observá-las pois podemos ter a certeza de que veremos muitos meteoritos na região indicada. Os meteoros podem aparecer em qualquer ponto do céu, mas as trilhas luminosas deixadas por eles irão sempre se originar em Perseu. Os meteoros são rápidos, com velocidades de entrada na atmosfera de cerca de 59km/s.

Animação hipotética representando uma chuva de estrelas de grande intensidade, como a que ocorreu em 27 de novembro de 1872. Esta, foi uma chuva literalmente – durou das 7 horas da noite à 1 da madrugada. Caíram cerca de 450 meteoros por minuto. Foi a mais sensacional chuva de estrelas já contemplada pela humanidade no século XIX.


Um excelente vídeo com meteoritos das Perseídas


Esquema do processo de formação de uma chuva de estrelas

O fenômeno ocorre quando a Terra intercepta a área onde eles orbitam: eles invadem a atmosfera do planeta e se inflamam, podendo ser vistos como riscos luminosos, ao que também se dá o nome de “estrela fugaz”, nome que, por sinal, eu adorava ouvir quando era criança e me iniciei nos prazeres da astronomia. Os maiores costumam deixam rastros brilhantes ao longo das suas trajetórias. Estes rastros são como cilindros formados pelos gases em expansão que permanecem visíveis desde alguns segundos até alguns minutos.


Observando as Perseídas

Para vê-las nessa madrugada, o ideal é ir até um local escuro, quanto mais longe da cidade melhor. Uma cadeira reclinável e um cobertor permitirá ver o céu de maneira mais confortável. Oriente-se pela carta celeste abaixo. Ela mostra o céu do quadrante norte por volta das 3 horas da manhã, quando a constelação de Perseu já estará à meia altura do céu. Se você não souber onde fica o Norte, é simples: a constelação se elevará no lado esquerdo do ponto onde o sol nasce, surgindo por volta da meia-noite, e a partir desse horário já será possível observar alguns meteoros. A Lua nascerá pouco antes da meia-noite, o que significa que vai estar pelo resto noite no céu, e em quarto minguante com 58% do disco iluminado, os meteoros menores certamente ficarão invisíveis.


Fotografando as Perseídas


Pode parecer uma coisa complicada, mas o advento das máquinas digitais veio permitir que qualquer pessoa, mesmo não sendo astrônomo amador, fotografe o céu noturno com mais facilidade. Se a máquina tiver o recurso de fotos com longas exposições de tempo (posição T, B ou M), regule para o tempo máximo – que geralmente é de meio minuto; depois, abra o obturador ao máximo (f2.8 está ótimo), e não se esqueça de colocar a sensibilidade para 400 ASA, caso esteja longe da cidade, pois a luz residual urbana pode comprometer a foto tornado-a muito clara. Em seguida, instale a maquine num tripé e aponte-a para a constelação. Para quem não possui cabo disparador com trava, faça o seguinte: coloque a mão em frente da lente ocultando-a e pressione o obturador, tirando a mão bem lentamente em seguida – isto evita que a foto saia tremida com o pressão do disparo. Desnecessário dizer, mas dê preferência para fotografar no auge da chuva. Não se esqueça de levar jogos extras de pilhas, pois fotos com exposição de tempo esgotam-nas mais rapidamente.

Foto de um meteorito da Perseídas em 1997, por Rick Scott e Joe Oman


Uma dica

Tome todo o cuidado para não apontar os meteoritos que caem, pois, como reza a crendice, apontar estrelas com o dedo pode causar verrugas nele... Como curiosidade, reproduzo aqui a fala de um personagem do meu novo livro em andamento – “O Romeiro da Maldição - As reinações do poeta Fagundes Varella”–, que ao observar uma chuva desse tipo ocorrida em 27 de novembro de 1872, quando caíram cerca de 450 meteoritos por minuto, e as prováveis conseqüências de se apontar o dedo para uma estrela cadente, disse brincando:

– “Se você acredita em crendices, 'seu' Benedito, acho bom manter sua mão abaixada, senão o mau-agouro deste cometa vai fazer ela vai ficar empelotada que nem tronco de paineira!”

Mas, vendo pelo lado bom da coisa, se vocês acreditam mesmo que fazer um pedido secreto a uma estrela que cai ele se realiza, aproveitem, porque hoje poderão fazer centenas de pedidos! E, nos pedidos bons, lembrem-se de mim!...


A nave Space Shuttle na base de lançamento, e um meteoro das Perseídas, em 4 de agosto de 2009, foto de Stephen Clark. Curioso, como o meteoro parece dirigir-se à nave.

NOVIDADES: Fotos das Perseídas feita em 12-8-2009


Meteoritos das Perseídas, em 12-8-2009, foto de Mario Anzuoni, Reuters, Los Padres National Forest, Califórnia.


Um meteoro da chuva de Perseídas, parque Frazier, Califórnia, 12-8-2009

Fontes:

8 fontes. Consultar o autor

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segunda-feira, 10 de agosto de 2009

MUTANTES AO VIVO, DISCO PIRATA DE 1975, TEATRO PHILADELFIA, LONDRINA

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De presente, para os rockeiros visitantes do APÓLOGO 11, um disco ao vivo pirata dos Mutantes, de um show realizado em 1975, em Londrina, no teatro Philadelfia. O repertório inclui uma música do LP "Tudo Foi Feito Pelo Sol", e outras 4 novas e inéditas, dentre elas uma que viria a integrar um compacto duplo lançado em 1976, "Cavaleiros Negros".

Esse registro não é de minha autoria - ele foi extraido do blog Rock Progressivo BR, mas como não existia uma capa adequada para ele, eu fiz uma e a disponibilizo aqui. Copie as capas pois elas não fazem parte do link da gravação.


* A foto utilizada na capa, é de autoria de Marcelo Paschoal, e de propriedade do amigo Fernando In, que gentilmente disponibilizou-a no Orkut.


Numa entrevista dada ao site WHIPLASH em 08/09/07, o ex-baixista da banda, Antonio Pedro Fortuna (foto) comenta essa gravação e as músicas:

"Vocês chegaram a fazer muitos shows com essa formação? Como era a química entre vocês ao vivo, rolava muito improviso?

Fizemos shows do Rio Grande do Sul até a Bahia. Os mais memoráveis foram as temporadas do Teatro Bandeirantes em SP e do Tereza Raquel no Rio. A química era ótima. O repertório estava em constante desenvolvimento. É só ouvir o disco de Londrina (pirata) para encontrar ali versões ótimas e desenvolvidas de músicas como “Cavaleiros Negros” e “Eu só penso em te ajudar”.

Há uma boa quantidade de músicas dos Mutantes dessa época que nunca foram oficialmente lançadas, mas que vocês tocavam em shows (algumas delas chegaram a aparecer em discos piratas). Entre elas: "Santo Graal", "Sempre Foi Assim", "Quero Escutar o Som" (essas 3 estão naquele pirata de Londrina), e mais "Preciso de Amor", "Você Aqui", mais uma outra sem título conhecido ("Todas as Manhãs"??). O que você poderia nos falar sobre cada uma delas?

Eram músicas que certamente entrariam num futuro disco, que acabou abortado. "Santo Graal" era do Túlio. Eu entrei com umas frases de baixo e umas modulações, e virei parceiro. "Sempre foi assim" é típica do Túlio. Uma música suave que ganhou um arranjo mais pesado e roqueiro. "Eu quero escutar o som" é bem legal. É do Sergio e tem uma intervenção de baixo com wah-wah e distorção. "Preciso de amor" é minha e do Sergio, ao estilo de "Tudo bem". Era uma música nova que estava em desenvolvimento. Eu a batizaria de "Tudo no ar". "Você aqui" (Sergio) e "Todas as manhãs" (Túlio) eram músicas suaves e melodiosas.

Existem registros pessoais, por exemplo, da temporada de shows no Teatro Tereza Rachel, no Rio. Qual a sua impressão do caminho que a banda vinha seguindo?
As gravações, como um todo, mostram que a banda mudava aos poucos de rumo, e que estava indo mais na direção de um rock com mais pegada de um Deep Purple (por exemplo), do que de um Yes. “Cavaleiros Negros” já apontava nessa direção e na gravação tem "Preciso de amor”, “Eu quero escutar o som”, e “Sempre foi assim", que confirmam a tendência.

Aqui, uma entrevista feita para a revista POP, na época dessa gravação, em outubro de 1975:


Link para download:

http://www.mediafire.com/?5memwtemjjy

Senha:
rockprogressivobr
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segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Revista POP - Nº 12, outubro 1973, 84 pág., p/ baixar!

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MAIS UMA POP PARA BAIXAR!

Revista POP - Nº 12, outubro 1973, 84 páginas, 122.36 MB, em arquivo pdf.


Matérias com:

- Rita Lee
- Toquinho
- David Bowie
- Osmonds
- Gilbert O'sullivan
- Jean Paul Belmondo
- Telescópios



Baixe-a aqui:

http://www.easy-share.com/1907164527/Revista POP - Nº 12, out. 1973.pdf

Em breve, outra POP!
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