segunda-feira, 7 de julho de 2008

AS CRIANÇAS FRENTE AO AQUECIMENTO GLOBAL: OS CIENTISTAS DO AMANHÃ

V-Newton Daltro - biólogo e escritor


Você, amigo, um dia, já parou para pensar qual a influência que os noticiários diários sobre o aquecimento global causam na cabeça das crianças? Quem poderia calcular qual o impacto que todo esse enchurrada de informações catastróficas têm numa mente jovem e ainda em formação?

Sabe-se que muitas das informações que uma criança absorve nesse período da vida em que o espírito é livre, curioso e despreocupado, ficam mais facilmente gravadas em sua memória receptiva, deixando assim uma recordação mais vívida, sentida e duradoura, não importa se se coisas felizes ou não. Este fato, há muito foi confirmado pelo antigo alienista espanhol Juan Luis Vives, que concluiu que o quê vemos ou ouvimos nos primeiros anos de nossa juventude, relembramos com mais facilidade e precisão quando adultos, por que nessa época “contemplamos tudo como novidade e observamos cuidadosamente o que nos produz admiração e assim é nossa alma”. E esses assuntos ecológicos, por seu próprio tom alarmista, faz com que algo mude dentro das crianças, mas algo que os impregna de alguma espécie de emoção isenta de qualquer convenção normativa – nestas cabecinhas tão temerárias quanto mal-formadas, não há ainda o domínio simbólico para processar tudo o que ouvem.

Para usar a mim mesmo como exemplo, lembro-me que, quando menininho, ouvi dizer que “o Rock ia acabar” – e realmente se dizia isso àquela época! – e eu fiquei realmente preocupado e, inocentemente, perguntei a mim mesmo quando isso poderia acontecer!... Noutra, eu brincava com a bolinha de borracha (uma "perereca") de um amigo com muito mais idade que eu, e ele me pedia que, a cada arremessada, eu batesse com a bola cada vez mais forte no chão; e assim o fiz, e, a cada vez, a bola ia mais alto para cima. À certa altura, bati a bola com tanta força no chão que ele gritou: – “Não bate tão forte assim, que a bolinha vai entrar em órbita!” Eu arregalei os olhos e, em minha ingenuidade, fiquei apavorado!... Estávamos em plena era fascinante das conquistas espaciais e o assunto da moda era “o homem em órbita em volta da Terra”, “o homem em órbita da Lua”, e eu estava começando a ser seduzido pelo assunto, portanto, justificava-se minha reação sobre a tal da bolinha entrar em órbita... Tem outra: com certeza, o milésimo gol do Pelé foi uma verdadeira paulada na minha cabeça, mas o milésimo do Romário... ah, foi uma piada – particularmente, é um feito, mas só se pisa uma primeira vez na Lua...

E as reações de muitas crianças, após ouvirem falar dos prováveis cataclismas que nos aguardam, têm sinais de comportamento compulsivo – medo e pavor são as palavras recorrentes. Ansiedade e mesmo pânico são relatados por pais e educadores. Normalmente, as crianças não tem a mesma capacidade de discernimento dos adultos, e costumam amplificar e superestimar os efeitos daquilo que ouvem – para usar uma expressão que vem a calhar, “criam tempestades em copos d’água”. As reações de algumas crianças chegam a ser hilárias, misturando realidade e fantasia: uma delas, citada num jornal, disse que ia haver “uma infecção global” que ia acabar com o mundo quando ela crescesse! Outra, acreditava que a água ia acabar mesmo, fato, aliás, que os próprios adultos acreditam, mas, o nível de água existente no planeta não se altera nunca – o que acontecerá é que as formas de se obtê-la é que tornarão mais difíceis – a quantidade de água que se perde no espaço é irrisória, e cometas e hidrometeoros, de tempos em tempos, injetam certa quantidade d’água no planeta ao adentrar a atmosfera. Uma criança foi mais realista: “A água de beber vai acabar, mas a água do mar vai aumentar, e invadir as cidades da praia.” As crianças cariocas imaginam mesmo que a cidade será invadida pelo mar, debaixo de uma violenta tempestade de água, ventos e raios. O caso mais engraçado é o de uma criança que, ao ver sua mãe acender um incenso, pediu a ela que o apagasse, para não “por em risco” a camada de ozônio!...

É uma pena que, à maioria de nós, esses temas não causem o mesmo impacto e a preocupação que causam às crianças, e, ainda que rações pueris, não tenhamos as mesmas sensações e temores delas, o que, por um ponto de vista positivo, poderia exigir de nós medidas mais imediatas e eficazes.

Por outro lado, todo esse manancial de informações alarmantes, muitas vezes, vão ao encontro de suas inclinações inatas, inclinações estas, que dependendo da criança, convém frisar, são mais de cunho existencial do que meras curiosidades de criança aprendiz. E isso tem um lado bom: em geral, quando adultas, terão elas uma consciência sobre estes problemas de maneira mais profunda que nós, e muitas delas poderão vir a trabalhar em áreas científicas no futuro, fato que se deu, em termos, com este que vos escreve. A escritora adventista Ellen White, era da opinião que “Pelos pensamentos e sentimentos alimentados nos primeiros anos, determina cada jovem a história de sua vida”, e, assim, creio, serão esses os frutos gerados pelas preocupantes transformações ecológicas dos dias atuais: o surgimento de uma nova classe de cientistas que, trabalhados pelas dores próprias, transformarão suas vidas em instrumentos que determinarão uma nova era na história do planeta.

* * *


PS: A ilustração, é recriação minha para a pintura “O Grito”, de Eduard Munch, em que inseri a célebre e infeliz criança atingida por uma bomba napalm na guerra do Vietnã. - ela é Kim Phuc, menina que viria a se tornar um símbolo da atrocidade inerente às guerras, ao ser registrada em deseperada fuga com outros meninos e meninas. Sua imagem revelaria a impotência das vítimas durante os sucessivos confrontos e seu desespero nas covardes desvastações. E tempo, recordemos que as guerras se incluem entre os principais agravadores do efeito estufa, e as crianças estão entre as suas maiores vítimas.


O GRANDE COMETA MCNAUGHT EM JANEIRO DE 2007: UMA BELA SURPRESA QUE POUQUÍSSIMOS FELIZARDOS VIRAM!...


Novamente, a humanidade pôde presenciar a chegada um novo e grande cometa brilhante cruzando o Sistema Solar, o MCNaught, descoberto em agosto de 2006.

A foto acima, do McNaught (com zoom de 12 vezes), foi feita por mim a partir dos capinzais do lado sudoeste do Jardim Rosana – um dos melhores pontos para a observação do lado leste da cidade. Infelizmente, havia muitas nuvens no céu, e não pude fazer uma tomada melhor, mostrando a cauda em sua totalidade.

Tão estranho quanto frustrante é se chegar à conclusão que, quanto mais retornamos no tempo, mais incríveis e impressionantes são os eventos astronômicos. Os cometas e chuvas de estrelas, fenômenos tão freqüentes e deslumbrantes no século XIX e nos anteriores, no seguinte deixaram a desejar, acontecendo raramente e, ainda assim, timidamente; e o nosso século, pelo que se constata, lamentavelmente, até o momento, ainda não soube repetir à altura um destes raros eventos astronômicos que encantaram e assombraram os nossos afortunados antepassados.

Só para ficar em alguns exemplos significativos, no século retrasado tivemos diversos cometas gigantes. Destacam-se: o primeiro, em 1811, o cometa Flaugergues, o maior objeto do Sistema Solar do ano, cuja cauda atingia 70° (metade do céu tem 90°), e foi visível por mais de um ano; o segundo, em 1843, também com 70° de cauda, que foi visto à olho nu e em pleno meio-dia. Depois, em 1858, tivemos o Donati, famoso por sua cauda tripla que atingia 50º; o Tebbutt, que teve seu apogeu de brilho entre setembro e outubro de 1861, e pode ser visto à olho nu durante 9 meses, com caudas gêmeas brilhantes, uma reta e uma curvada, e, por fim, o de 1864, o cometa Tempel.

No século seguinte tivemos , em 1910, a fenomenal aparição do Halley e a do Ikeya-Seki em 1965 (foto cima) – um cometa belíssimo! – e, desde então, lá se vão trinta anos que o mundo não vê a aparição de um cometa razoável – me refiro ao cometa West (foto abaixo), que aparecera em 1976.

Foi o astrônomo australiano Robert McNaught quem descobriu este novo cometa e o batizou com seu nome. Era um cometa pequeno e as previsões sobre sua performance não eram muito promissoras – como tem acontecido com muitos cometas recentemente, ele faria a sua costumeira trajetória em torno do Sol e não chamaria muito a atenção. Mas os cometas são astros imprevisíveis e nunca se sabe com precisão como eles vão reagir aos ventos solares que incidem em sua coma (a “cabeleira” do cometa) e a esfolam formando uma cauda. Mas, felizmente, o McNaught foi uma grande surpresa para a comunidade astronômica: mal começou a se aproximar do Sol e ficou cem vezes mais brilhante que o Halley em 1986, e seis vezes mais que o Halle-Bop em 1997. O McNaught pôde ser visto a olho nu, e o seu comprimento equivaleu à 1 grau no céu, ou seja, o diâmetro de duas luas cheias. Ele podia ser visto após cerca de meia hora acima do lugar onde o Sol se punha, porém, ele era melhor visualizado um pouco mais tarde, à partir das 20h30, assim, o céu estaria um pouco mais escuro e era melhor o contraste entre sua luz e o fundo do céu.

Outra bela foto estrangeira do McNaught

O grande problema deste cometa foi que a mídia brasileira o noticiou tardiamente, e ele já estava se despedindo do Sistema Solar, sendo que o melhor dia para sua observação foi 15 de janeiro (chovia em Araras). No entanto, durante ainda uns dois ou três dias ele pôde ser visto com facilidade a olho nu, mas, como ele estava se afastando do Sol, por volta dia 20/01 foi necessário o uso de um binóculo ou telescópio.

Até o próximo grande cometa! Se Deus quiser...

Veja no link abaixo as belíssimas fotos do McNaught feitas em todo o mundo:

http://www.nightskyhunter.com/Comet%20Mc%20Naught%20Gallery.html

Aqui, uma belíssima foto do Mc Naught, por Stephane Guisard, Santiago de Chile, nos Andes, 13000 pés de altitude. Repare a lua nova à direita. A foto foi feita no dia do meu aniversário: 21 de janeiro de 2007 - presente melhor, impossível!...

Dica: clique na foto para vê-la maior; depois de aberta, clique F11 no teclado.

sábado, 5 de julho de 2008

AS REINAÇÕES DO ROCKEIRO LOBÃO NO MUNDO DAS DROGAS!...


Hoje, galera, insiro aqui mais algumas relíquias da ARCA DO COBRA: duas reportagens de revistas nacionais sobre a polêmica prisão do rockeiro Lobão, quando ele foi pego com drogas há vinte anos atrás. Atente para as fotos do fotogênico e sarrista Lobão.

“Drogado risonho - Às gargalhadas, Lobão vai para a prisão”


Na quarta-feira da semana passada, o juiz Paulo César Dias Panza, da 2ª Vara Criminal do Rio de Janeiro, condenou o cantor e compositor João Luiz Woerdenbag, o “Lobão”, a seguir uma nova carreira — a de presidiário. Julgado por ter sido flagrado com cocaína e maconha na alfândega do aeroporto do Galeão há três meses, um ano depois de outra prisão por porte das mesmas drogas, Lobão acabou condenado a um ano de prisão — e ainda tem pela frente o julgamento por outro flagrante, de maconha e haxixe, realizado em março. Caso crônico de consumo e apologia de drogas, o cantor entrou para o julgamento certo de que seria absolvido e fazendo gozações, riu diante do juiz enquanto ouvia sua sentença e saiu do tribunal com o mesmo bom humor. “A vida é uma brincadeira”, comentou Lobão numa conversa com seus advogados logo após o julgamento enquanto esperava o transporte para a prisão. “Eu nunca vi ninguém desse jeito depois de ser condenado a um ano de cadeia”, conta o detetive Bento Pereira, que ouviu o compositor cantarolando momentos depois da decisão do juiz.
“O juiz deve ter achado que eu não sou uma boa pessoa, diz Lobão sobre a condenação. Na sentença que assinou, Panza deixou evidente sua péssima impressão sobre o cantor. “Verifica-se, pois, que se vai tomando rotina ser o acusado preso por uso de entorpecentes”, escreveu o juiz. “O acusado, apesar de tecnicamente primário, já registra antecedentes, não tem boa personalidade nem conduta social.” Em sua decisão, o magistrado lembrou também as recentes entrevistas de Lobão sobre seu envolvimento com drogas. “Ao ser entrevistado pela revista Amiga afirmou que suas prisões são uma perseguição da sociedade, dizendo ainda que o uso de drogas é mais uma posição política do que existencial”, lembrou Panza. Lobão diz que foi mal interpretado, mas, em seguida, defende a idéia de o Brasil exportar cocaína para Estados Unidos, “ganhando dinheiro com isso”.

“COMO UMA FEIJOADA” Aos 29 anos, com quatro casamentos, o roqueiro Lobão é um tipo particularmente nocivo de viciado — pois gosta de fazer propaganda das drogas que consome. “Eu sou um expert no assunto”, diz. “Posso dizer que a nicotina, o álcool, a heroína e o ópio são as únicas drogas são as únicas que causam dependência física”, garante com a naturalidade de quem separa refrigerantes que engordam de produtos dietéticos. A maconha é sua “droga do coração”. Sobre a cocaína, ele afirma ter certeza de que não causa a menor dependência física. O perigo, segundo Lobão, está apenas na quantidade que se ingere. “E como uma feijoada”, compara. “Se você comer demais, vai fazer mal. Se cheirar cocaína demais, vai acabar alucinado.”
Músico de sucesso, Lobão funciona como uma espécie de guru para seus pares. “Como Sartre, ele é um novo filósofo francês no Terceiro Mundo”, arrisca o letrista Tavinho Paes, parceiro do compositor, num equívoco geográfico. Trata-se, segundo a descrição de Tavinho Paes, de um tipo original de filosofia movida a cocaína. “Quando compôs Decadence avec Elegance, ele cheirou, cheirou, cheirou e fez a música”, conta o amigo de Lobão. “Ele tem jogo de cintura para enfrentar o poder desenfreado da polícia”, anuncia Bernardo Vilhena, outro parceiro do cantor. Há um roqueiro, porém, que pensa diferente. “Ele é um criminoso pequeno diante da impunidade dos que praticam grandes crimes contra a nação”, sentencia o cantor Lulu Santos. com o cuidado de não elogiar o consumo de drogas.

SUICÍDIO - O juiz Panza decidiu condenar Lobão também a uma multa de cinqüenta salários mínimos. Encerrado o julgamento, Lobão passou a residir na cela 12 da Polinter, de onde será transferido a um presídio comum, sem direito a cela especial — pois não dispõe de um diploma universitário, tendo abandonado os estudos no 2º grau. No passado, por duas vezes, Lobão tentou suicidar-se tomando doses reforçadas de Rivotril, o remédio que usa para controlar sua epilepsia. Carioca, músico que aprendeu a tocar bateria sozinho ainda na infância, antes do julgamento da semana passada. Lobão fazia planos de realizar uma turnê pelo país no começo de junho e lançar seu novo disco no Canecão, no Rio de Janeiro, no mês seguinte. “Vamos tocar normalmente o trabalho de divulgação do disco que não depende da presença dele”, diz a empresária Carmela Forsin. Vamos tentar também uma autorização especial para que ele possa gravar um programa de televisão que já estava marcado. Na quinta-feira, seus advogados anunciavam a disposição de entrar com recurso — para que o cantor possa cumprir a pena em liberdade. Na sexta- feira os amigos músicos de Lobão preparavam uma manifestação de solidariedade ao roqueiro para pedir sua libertação. A idéia era realizar um show com dúzias de artistas e mostrá-lo pela televisão na noite de domingo junto com o videoclipe que ele pretendia gravar na prisão.

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“LOBÃO, DE NOVO” NA SEGUNDA CONDENAÇÃO FALTOU CELA ESPECIAL



O roqueiro Lobão não faltou ao show em Volta Redonda, na semana passada, em lembrança aos três mortos no conflito entre o Exército e grevistas da CSN. Lobão tinha presença confirmada, mas corda o risco de não ir. Havia sido condenado, dias antes, a nove meses em regime de prisão semi-aberta (pernoitando na cela), por porte de drogas. No exato momento da homenagem, deveria estar cumprindo pena. Não estava. Lobão não ganhou sursis - que lhe permitiria livre movimento —, mas foi beneficiado por uma deformidade do sistema carcerário fluminense. No Rio não há prisão albergue para sentenças especiais como a sua.
Seu caso com a lei toma proporções inéditas. Lobão, em nenhum momento, esquivou-se da postura de confronto ao conjunto de regras que normatiza as drogas. Prega o direito à decisão de consumo como prova de liberdade. “Minha condenação é um sintoma do cerceamento da liberdade”, entende.
Rita Lee, assim como o ex-Mutante Arnaldo Antunes (sic!), Gilberto Gil, a apresentadora Scarlet Moon e vários outros, integram o séqüito de notáveis que sucumbiram frente à lei. dos com tóxicos, e foram punidos.
Exemplos do passado evidenciaram que a confirmação do uso de tóxicos não logrou tentos para os que arriscaram a admiti-lo. O senador Fernando Henrique Cardoso, em plena campanha pela Prefeitura de São Paulo, há três anos, teve abalada a sua candidatura por reconhecer que experimentou maconha e não gostou.
O escritor e fundador do Partido Verde, Fernando Gabeira, também viu-se como alvo. Adversários, em 86, lhe lançaram um rótulo: “Quem bebe, fuma e cheira vota no Gabeira.” Na imprensa re uma declaração sua deturpada, colocando-o como favorável à liberação das drogas. Gabeira é favorável à descriminalização da droga e a um tratamento mais complexo do tema, envolvendo comunidades terapêuticas para os viciados em entorpecentes pesados e campanhas conscientizadoras. A idéia está mais perto de ser viabilizada.do que se imagina. Uma comissão de estudo dá forma a um projeto de lei sobre tóxicos que reavalia as sanções dispensadas aos usuários. “O nosso anteprojeto em hipótese nenhuma deverá sugerir a prisão aos condenados por porte de drogas, mas sim alternativas como prestar serviços à comunidade ou freqüentar cursos de esclarecimentos”, garante o advogado Evaristo de Moraes Filho, que integra a comissão. A teoria que vigora entre os seus cinco membros é a de que “cadeia não resolve o problema”. O próprio jurista tem uma visão condescendente: “O uso”, diz ele, “deve ser abordado como comportamento anti-social, e não crime, com medidas sem caráter punitivo.” O tráfico mereceria punições mais rigorosas.

O tráfico mereceria punições mais rigorosas.
As propostas que porventura brotem da comissão, atravessem o crivo do Ministério da Justiça e em seguida do Congresso, para entrar em vigor, não contemplam, em todo caso, Lobão. Não há tempo. O roqueiro, exerce um papel alavancador das mudanças sobre o tema. Para o psiquiatra Manoel Faustino, do Núcleo de Drogas da UERJ, em que pese a tese de que lei não deve ser infringida, Lobão, ao reclamar de sua aplicação nos limites em que funciona, ajuda a derrubar tabus. “Acho que atitudes como a de Lobão estão contribuindo para o reinado de leis mais humanas e não para o reinado da falta de leis ou da anarquia”, avalia.

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PS.: Em breve, prometo publicar o depoimento incrível que o Lobão fez para a revista BIZZ, no período em que ficou detido.

FONTE:
Contatar autor.
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"JOÃO GORDO É O NOVO REI DE INTERLAGOS"


Aqui, galera, uma engraçada e antiga entrevista com o polêmico João Gordo, da banda Ratos do Porão, em que ele mostra seu humor escrachado e detona o Ayrton Senna! A reportagem é do ano de 1992, e foi um free-lancer do João para o não menos polêmico jornal, o extinto Notícias Populares. Senna morreria dois anos depois.


Comentarista do NP é ovacionado pela galera presente
no autódromo e retribui a gentileza com muita dignidade
João Gordo, especial para o NP



Ontem, eu fui a sensação do Autódromo Os quase mil desocupados que estavam nas arquibancados me chamavam de “rolha de poço”, “piloto de provas do Sadia” e “manequim da Ultragás”. Não agüentei a humilhação e mostrei a bunda pra galera.

Encontrei o Christian Fittipaldi no box da Minardi. Ele é um cara legal e não tem nada de fruta, como dizem por aí. Já o Ayrton Senna é um nojento de nariz empinado, que não quis falar comigo. Tomara que ele pare na última volta, sem gasolina.

O incrível é que o povão gosta desse panaca. Ele está milionário e vocês todos pobres. Quando morre, ninguém leva nada pro caixão Por isso, torço por gente simples e legal, como o time da Andrea Moda.

Fiquei contente quando o Giuseppe, mecânico da Ferrari, me falou que o carro da Andrea Moda é bom. Ontem os mecânicos ligaram o motor e deu pra sentir o ronco possante da máquina.

As gostosas começaram a aparecer por aqui. E olha que por enquanto só tem piloto vagabundo: um tal de Ayrton Senna, o simpático ex-fruta Christian e o famosíssimo J.J. Lehto (ou será J. J. Lento?).

Quando pintarem as feras, vai chover mulher! É bom mesmo, porque até agora só choveu segurança, polícia e pentelhos. (Notícias Populares, 6 de abril de 1992)

O João Gordo não estava errado em sua opinião sobre o Senna: curiosamente, no dia anterior – o sábado do Grand Prix – o Senna foi entrevistado pelo NP e se mostrou grosseiro. O NP escreveu: “Senna chegou mal-humorado pra entrevista coletiva que rolou no Hotel Transamérica. ‘Espera eu colocar o boné pra começar a filmar e bater fotos, senão derrubo todos os microfones dessa mesa’, foi dizendo logo de cara.”

DUAS FRASES DE AYRTON SENNA EM QUE ELE

COMENTA O RISCO DE MORRER DURANTE AS CORRIDAS:

“Nunca levo em conta a possibilidade de um acidente, mas o medo é uma coisa constante no meu dia-a-dia.”

“Convivo com o medo de morrer e ele me fascina.”

sexta-feira, 4 de julho de 2008

OLAVO BILAC E AS ESTRELAS




Fazendo coro à postagem anterior, "A NATUREZA E A SENSIBILIDADE HUMANA", e cumprindo minha promessa de dar continuidade ao assunto, disponibilizo aqui uma jóia poética do sensibilíssimo poeta Olavo Bilac, "As estrelas", extraída do livro "Poesias Infantis", lançado no distante 1904.

Infelizmente, este livro está esgotado e jamais foi relançado relançado (pobres crianças...). Repare que o poema faz parte de um livro de poemas dedicado exclusivamente à meninada [coisa meio rara hoje em dia, em se falando de qualidade (e sucesso...)], mas, pareando-o com o célebre poema "Ouvir estrelas", ele não deve nada e é tão sensível quanto.



As estrelas

Quando a noite cair, fica à janela!
E contempla o infinito firmamento.
Vê que planície fulgurante e bela!
Vê que deslumbramento!

Olha a primeira estrela que aparece
Além, daquele ponto do horizonte...
Brilha, trêmula e vívida... Parece
Um farol sobre o píncaro do monte.

Com o crescer da treva
Quantas estrelas vão aparecendo!
De momento em momento uma se eleva,
E outras, em torno dela, vão nascendo.

Quantas agora!... Vê! Noite fechada...
Quem poderá contar tantas estrelas?
Toda a abóbada está iluminada:
E o olhar se perde e cansa-se de vê-las.

Surgem novas estrelas imprevistas...
Inda outras mais despontam...
Mais acima das últimas que avistas,
Há milhões e milhões que não se contam...

Baixa a fronte e medita:
- Como, sendo tão grande na vaidade,
Diante desta abóbada infinita,
É pequenina e fraca a humanidade!

Belíssimo poema! Que vivíssimos déjà vu ele evoca! Basta lê-lo para... o Bilac que o diga: como não recordar aqui do belo quarteto do canto XXIX da série de poemas Via Láctea do Bilac:

Por tanto tempo, desvairado e aflito,
Fitei naquela noite o firmamento,
Que ainda hoje mesmo, quando acaso o fito,
Tudo aquilo me vem ao pensamento.

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"CASO COM O OCASO" ou A NATUREZA E A SENSIBILIDADE HUMANA


Não são poucos os que acham que sabem curtir a natureza e tem sensibilidade suficiente para tal. No meu entender, a pessoa que mantém estreitas ligações com a natureza, é aquela que é capaz de sentir o seu chamado, e, pelo menos, uma vez por semana vai ao seu encontro, ou melhor, tem verdadeira necessidade de ir ao seu encontro. Modéstia à parte, sou um destes –  sujeito totalmente telúrico, e que semanalmente tem que “recarregar suas baterias” no reencontro com a terra, e é capaz de desfrutar o raro sentimento de que faz parte de um ecossistema, e sem ele não vive.

Me recordo que desde os 11 anos de idade, quando ganhei o meu melhor presente de Natal: uma luneta, eu tenho um "caso com o ocaso": sempre quando a tarde começa a cair, principalmente se for um final de tarde belíssimo, eu fico impaciente e sinto algo aqui dentro de mim, uma força danada que me chama para um lugar qualquer, distante e desabitado, e eu, religiosamente, atendo à esse pedido, e ali, solitário, nessas "horas magas do ocaso" (como diria o poeta), sinto e vivencio tudo aquilo que me é difícil descrever e expressar em palavras. Já quiz sim escrever sobre isto, até que, um dia, descobri um antigo poema que me demoveu desta idéia, que ninguém faria melhor que seu autor. Me refiro ao poeta e escritor Paulo Setúbal, autor de inúmeros romances históricos de sucesso na primeira metade do século 20.

Então, amigo, leia a poesia abaixo, e você poderá entender o que eu quero (ou queria...) expressar. Ela foi extraída do livro “Alma Cabocla”, lançado no distante 1920. Se você se identificar com o seu conteúdo, e conseguir “medir o alcance de seus sentimentos” (como diria o Bilac), parabéns, você é um dos nossos!
A SOMBRA DAS ARVORESA Alfredo Egídio de S. Aranha.

Aqui, na solidão destes pinheiros graves,
Eu venho, muita vez, a sós, pela noitinha,
Ouvir a natureza incompreendida, a minha
Amada, a minha amiga, a minha confidente!

Ouvir a natureza! Esse gemer plangente,
Essa apagada voz de surdinas estranhas,
Que vem dos ribeirões, que sobe das montanhas,
E acorda, dentro dalma, em nossa soledade,
Um místico pungir de mágoa e de saudade.

Ah! cada árvore tem uma intima linguagem!
Ah! cada árvore tem, fremindo na ramagem,
Uma alma como nós, que nós não vislumbramos,
Mas que vibra no ar e palpita nos ramos...

Já repararam quando as brisas vespertinas
Sopram, como, a gemer, sofrem as casuarinas?
E choram os chorões? soluçam os pinheiros?
Murmuram os ipês e cantam os coqueiros
Quando o vento, a passar balouça-os palma a palma?
- Homens, reparai bem que as árvores têm alma!
Reparai que à noitinha, à luz do lusco-fusco,
O ruído, os sons, a vida, estacam-se de brusco,
E cada árvore fica imersa num cismar
De quem compreende e sente a dor crepuscular.

Oh! vós que respirais a poeira da cidade,
Vós nunca entendereis a doce suavidade,
A música dorida, a estranha nostalgia,
Que vem da solidão quando desmaia o dia!

Vós nunca entendereis essa rude grandeza,
Essa infinita paz, essa imensa tristeza,
Que sai do coração da mata bruta, quando
Resplandecem no céu os astros palpitando.
É preciso viver longe da turba humana,

Longe do mundo vão, longe da vida insana,
para sentir, amar, ouvir essa tristeza,
Que exala, ao pôr-do-sol, a maga natureza!

Ai! Quanta vez eu fico a sós pela noitinha
Ouvindo a natureza, a inspiradora minha!
Ouvindo o pinheiral com seu gemer infindo,
Ouvindo a noite, ouvindo as árvores, ouvindo
Os ventos, e na volta exígua duma curva,
Ouvindo o ribeirão de correnteza turva,

Que vai, soturno, ouvindo o estrépito das águas,
Consigo rebramando incompreendidas mágoas...

E assim, no ermo da tarde, escutando, enlevado,
Esse vago murmúrio, esse rumor sagrado,
Eu quedo-me a cismar num êxtase de crente,
Conto se eu estivesse a ouvir, confusamente,
A própria voz de Deus ecoar na solidão.
Povoar a natureza e encher meu coração...


Dicas: se vocês quiserem conhecer outros escritores que tem sensibilidade semelhante, e também escreveram belos romances e poemas, leiam, por exemplo, as obras completas do poeta Fagundes Varella, do qual estou escrevendo um romance biográfico; leiam "Inocência" e "Céus e Terras do Brasil" do Visconde de Taunay; as poesias de Olavo Bilac; o livro "O Feijão e o Sonho", do Orígenes Lessa, e vocês irão conhecer o notável Campos Lara, um sujeito hiper-sensível e telúrico, talqualzinho o do poema do Paulo Setúbal.

Prometo que, em breve, irei inserir neste blog algumas produções destes grandes escritores.
SEIOS: USE E ABUSE!


Olha aí, galera, o V-Newton chegando na área para cabecear a teta da mulherada! rsrsrs... Mas, cá entre nós, desnecessário dizer que os seios femininos são um dos mais importantes "acessórios" na relação sexual, e devem ser manipulados tanto pelo homem como pela própria mulher.

Segundo o dr. Nipple Breast, sexólogo da TEAT University, qualquer relação que não inclua o seio estará fadada ao fracasso.

Abaixo, algumas fórmulas e estilos de manuseio peitoral. Não precisa práticá-los com uma
garota farta de seios como a Fergie (a cantora do grupo Black Eyed Peas) , mas se a mulher que você tiver disponível for uma "tábua", tal como a atriz Charlize Theron (que já perdeu diversos papéis por isso), melhor mandar ela colocar umas proteses de silicone...



  • Teddy Bear: Você, eterno adolescente de mais de 40, experimente besuntar fartamente os seios amados com mel. Muito calórico!
  • Pop & Bubbles: A rolha de um champanhe faz “pop” quando estoura. O resto você já sabe. Mas, de preferência, que seja Cristal.
  • Spremutta: Aperte firmemente os seios da mulher, girando-os, como se estivesse preparando um sumarento suco de laranja.
  • Hannibal Cannibal: Sempre que for possível, mordisque com força os mamilos. É infalível para empiná-los.
  • Sintonia fina: Gire os mamilos, nos sentidos horário e anti-horário, como se fossem um dial de rádio e sintonize a gata na sua. Ela vai “pegar” todas as estações.
  • À espanhola: Agarre com decisão a parte lateral dos seios e una-os, formando duas montanhas e um vale. Repita o movimento de acordo com o ritmo da penetração.
  • Ordenha: Acaricie os mamilos regiamente. puxando-os na vertical, quando estiver mantendo uma relação estilo animal. Muuuuu!
  • Edipiano: Não se envergonhe. Mame ternamente nos seios da mulher amada.
  • Milkway (Via Láctea): Normalmente, grávidas costumam ficar com o tesão à flor da pele. Sugue com força o leite de sua mulher. Faz crescer (no duplo sentido).
  • Hero’s awakening (o despertar do herói): Mergulhe seu rosto com vigor na região entre-seios, como se estivesse lavando-o ao acordar. É revigorante. Pode gritar como Tarzan, se quiser...
(LICINIO RIOS, escritor)