terça-feira, 29 de setembro de 2009

O BENNETT, O INCRÍVEL COMETA DO OUTONO DE 1970


"Canto a tua beleza, adorada Provença
terra onde o sol põe luz nos olhos de cristal,
e os ciprestes, olhando a azul esfera imensa,
contam. oh Mãe, a tua história imemorial!"
(Provença - Béatrix Reynal, 1892-1990)


Tanto quanto escrever sobre as recordações de minha vida, eu gosto de escrever sobre os cometas que vi em minha infância. Quem é, ou viria a ser escritor, jamais esqueceu a visão de um deles e, nesta condição especial, fez questão de registrá-los. Só mesmo quem viu um grande cometa no céu, sabe do sentimento estranho e indescritível de que é apossado. Foi assim com Drummond e Pedro Nava, dentre outros, escritores que tiveram a suprema felicidade de ver o majestoso Halley em 1910, e transcrever suas impressões para a posteridade. Da infância, a partir dos quatro anos, até hoje, tive a felicidade de ver dois cometas — até o momento, vi 10 ao todo —, e, hoje, vou falar do segundo, não muito grande mas interessante cometa também.

Por volta do final da década de 1960 e início da 70, a impressão que se tinha na Usina é que haviam “coisas no ar”, e sentia-se nela uma atmosfera mágica, algo de presságio, coisas que, parecia, só minha mãe e eu éramos capazes de captar na Usina. O cometa Bennett, creio, foi uma delas. 

Estimaram que ele poderia se tornar um dos maiores cometas do século e ser comparado à cometas históricos como o Halley de 1910 e o Donati de 1858, mas tal não ocorreu, infelizmente. Porém, assim como o Ikeya-Seki, que o antecedeu, o Bennett foi um dos mais belos cometas que passaram pelas proximidades de nosso planeta nestes últimos 40 anos, o que se deu entre março e abril de 1970, ocasião em que pode ser visto a olho nu antes do amanhecer. Seria o primeiro e único cometa que eu vi em meus dez anos de Usina (e era para ter visto três). Viria ele a ser o segundo alumbramento celeste que pontuara minha vida, e uma das imagens que conservo mais nitidamente em minha memória.

Foi descoberto visualmente com magnitude 8.5, por John Caister Bennett, um astrônomo amador de Pretória, África do Sul, em 28 de dezembro de 1969, 15 minutos após haver iniciado sua rotineira busca por cometas, encontrando-o nas imediações da Nuvem de Magalhães. Na foto abaixo, o cometa fotografado por Akira Fuii. Designado como 1970 II, o Bennett foi um dos mais belos cometas que passaram pelas proximidades de nosso planeta nestes últimos 40 anos, o que se deu em março e abril de 1970, ocasião em que pode ser visto a olho nu antes do amanhecer. 



Seu núcleo, onde foi constatado a existência de um envoltório de hidrogênio, era amarelo amarelo-brilhante, parecendo uma estrela. Sobre o núcleo citou-se que  “Além de jatos e envoltórios parabólicos, ele ostentava uma formação peculiar, à feição de ‘rodinha de São João’, de filamentos laranja, na zona próxima do núcleo. A ‘rodinha laranja’, como foi designada na ocasião, foi observada tanto visual como fotograficamente e demonstra, em parte, a extensão da atividade nas regiões centrais de um cometa verdadeiramente ativo”. Por isto, seu núcleo parecia estar girando rapidamente. Já sua cauda, que era dupla, reluzia com brilho amarelo-pálido (foto: Staten Island, New York, 1970 March, Perti 135mm f3.5,15 seconds on Tri-X. Pho), e cerca de duas semanas antes de sua máxima aproximação do Sol, ele foi visto no céu sul-oriental com uma cauda de poeira, curva e brilhante, e outra de gás, tênue e reta, que parecia brotar como um raio reto de um lado da cauda curva de poeira. Ambas eram separadas entre si por uma distância de cerca de um grau da cabeça. Em 21 de março se podia ver uma larga cauda de poeira, de 13 a 14 graus de extensão, curva e brilhante, na cor amarelo-clara, junto de uma cauda de gás, que tinha uma borda convexa muito nítida voltada para o norte, outra borda côncava indefinida que, para o sul, se dissolvia numa luminosidade amarelada, dando a impressão de um repuxo curvo jorrando em direção oposta ao movimento do cometa e se pulverizando numa fina névoa de vapor luminoso amarelado. Em 11 de abril a cauda chegou a atingir 25 graus. 

Para se ter uma noção de seu comprimento aparente no céu, com o braço estirado, a mão aberta e dedos esticados, 20 graus é a distância entre as pontas do polegar e do dedo mindinho, portanto, um cometa de proporções bem significativas. (foto: Dennis di Cicco)

Entre fevereiro e março houve a passagem pelo periélio, sendo que ele foi visível em seu esplendor entre 15 de março e 10 de abril de 1970. À medida que ele ia se aproximando do Sol, seu aspecto foi mudando até que a cauda de poeira eclipsou em parte a cauda de gás. Coincidentemente, em março deste ano o Sol se encontrava em sua máxima atividade, quando as manchas solares se intensificam após um ciclo de 11 anos, mas não sei dizer se isto influenciou no tamanho de sua cauda. Depois dessa aproximação, a cauda de gás foi novamente vista, enquanto a de poeira continuava a girar para o norte, sendo facilmente observada em começos de abril. Cita-se que nos primeiros 5 graus da cauda houve ejeção de gazes, o que pode ser visto na foto abaixo. 


Era rico em poeira. E cometas assim são os que melhor tem a oferecer aos astrônomos visuais, porque brilham com luz refletida, fornecendo imagens vivas em todos os campos do espectro, inclusive aqueles captados pela vista humana, em contraste com as caudas de gás, cujo constituinte principal, o monóxido de carbono ionizado, irradia no violeta, uma faixa espectral a que os nossos olhos não são muito sensíveis. As caudas de poeira se mostram mais comumente como apêndices longos e encurvados, mais ou menos como a fumaça saída de uma locomotiva a vapor. (foto acima: National University of Ireland, Maynooth)

Curioso foi um fato ocorrido durante a missão Apollo 13: no dia 14 de abril de 1970, às 21h03, Houston orientava os astronautas para que manobrassem a nave para fazer algumas fotos do cometa Bennett. Após o “OK”!, seguem-se dois minutos de silêncio, quando o astronauta Lovell diz “Temos um problema”, afirmando que havia uma falha elétrica num dos sistemas. Havia ocorrido uma explosão, que os astronautas não perceberam, mas após custosos reparos conseguiram voltar para a Terra sem problemas. Outra curiosidade se deu durante a guerra no Oriente Médio: o cometa chegou a ser alvejado por soldados árabes que imaginaram se tratar ele de uma arma secreta de Israel!... Já no Vietnã, os camponeses ficaram apavorados ao vê-lo, chamando-o de “Vassoura Celeste”.


Não sei como minha mãe ficou sabendo da aparição deste cometa, pois, naquela época, a divulgação de eventos do gênero, seja nos jornais (que não assinávamos) e na TV era rara no Brasil. Mas posso garantir que não foi por informações minhas que ficamos sabendo do fato, embora eu já soubesse ler. Por este mesmo problema, deixei de ver o belíssimo cometa West, que surgiu na virada de 1975/76 (foto: New Jersey). Neste caso, o problema se deu com os meios de comunicação, que estavam embaraçados com o anticlímax gerado pela "frustrada" visita do cometa Kohoutek em 1974, e temendo um novo fiasco, pouca cobertura deram ao surgimento do West. O resultado foi que esse cometa espetacular passou desapercebido do grande público. Para reforçar o que digo, leia o que o senhor Adelino P. Silva, de Fortaleza/CE, escreveu sobre o Bennett:

“Imaginei que a passagem do Cometa seria o assunto do dia seguinte na cidade. Se não nos jornais (não dava tempo), pelo menos nas estações de rádio e TV. Nada, rigorosamente nada. Nenhum dos meios de comunicação comentou o fato, aliás, como também nada tinham mencionado anteriormente. Pensei em doar a foto para um jornal, mas acabei desistindo. Achei que seria apenas mais uma. Que nada. Jamais se tocou no assunto. Até hoje tenho a nítida impressão de que somente eu observei e fotografei o Cometa Bennett no céu já quase totalmente azul daquele lindo amanhecer de 1970 em nossa querida cidade de Belém, Pará.”

Na foto acima, feita entre 21 e 25 de março de 1970, o Bennett fotografado por Adelino, com magnitude 1.8 e cauda com 12 graus de extensão.

O cometa, em foto de 20 de março, por Cláudio Pamplona, Fortaleza, Ceará.

Lembro-me que, numa certa madrugada de março ou abril, minha mãe me acordou e fomos eu e ela tentar encontrar o Bennet no céu da Usina. Uma manhã como essa tinha um encanto particular, pois só quem passa a noite semi-acordado, na expectativa de ver algo incomum é que sabe o sabor que tem despertar e ir ansioso para o quintal e olhar para o céu. Acredito que o vimos no auge de sua aparição no hemisfério sul, no final de março por volta das 4:30h. Do próprio quintal de casa pudemos vê-lo facilmente, pois ali a vista era descortinada, já que haviam cortado o velho pé de flamboyant que se erguia no gramado frontal. A noite estava límpida e fresca – como eram a maioria das noites outonais nesta época –, e olhando acima do horizonte ao lado de um cipreste que havia em frente à nossa casa, lá estava o novo cometa, bem visível e brilhante em meio à luz da anteaurora que já se insinuava e começava a azular o céu matutino (na foto acima, o cometa em Waasmunster, Bélgica).

Gornergrat. Close to the Lyskamm. "Jena Primoplan",, 75mm lens, f-1.9

Custava-me a crer que, após cinco anos, eu estava novamente diante de um cometa, de modo que nos que meus olhos quase não acreditavam no que viam. Sempre quando vejo o quadro “Noite Estrelada” do Van Gogh, o segundo quadro, o que tem os ciprestes e os entrelaçamentos de espirais, os torvelinhos de estrelas, e revivo esta noite especial da aparição do Bennett, em que meus olhos de menino curioso e sonhador se deslumbraram. Interessante saber hoje que o cipreste é a árvore que simboliza a união entre o Céu e a Terra. 

By Andiroby

Bennett era um cometa mediano, mas bem visível no céu, e dificilmente não chamaria a atenção mesmo para os que “são inábeis para as afeições do céu”, como diria o poeta. Por causa disto mesmo, a sensação de se ver um cometa a maioria das pessoas desconhece, mas é algo indizível – só mesmo se vendo para saber o que é este sentimento ao ver um astro milenar que veio dos confins do universo nos visitar, coisa que, felizmente, pude desfrutar novamente vendo o belíssimo cometa McNaught em janeiro de 2007. Ele não proporcionou o mesmo show deslumbrante do grande Ikeya-Seki, que eu havia visto cinco anos antes em Araras, mas foi ótimo ver novamente um cometa, coisa tão rara atualmente. Dos 10 cometas que vi até hoje, o Bennett foi o terceiro melhor, o McNaught o segundo e o Ikeya-Seki o primeiro. Ainda estou na espera de um gigante cometa rasante solar – aqueles que são vistos até de dia. Mais dia, menos dia, um desses aparece.


Na foto acima, o Bennet visto numa praia de Samoa, fotografado por John M. Flanigan.

No livro que abandonei temporariamente, O Romeiro da Maldição – As reinações do poeta Fagundes Varella – meu personagem que volta no tempo, ao século 19, passando por 1910, se detém para ver o cometa Halley e reclama do século 21, em que vive, época pobre de cometas e outros eventos astronômicos:

“Como não se bastasse, os cometas e chuvas de estrelas que foram eventos tão freqüentes e deslumbrantes no século XIX e anteriores proporcionando inesquecíveis espetáculos, no século seguinte, com a possessão da luz, deixaram a desejar, aparecendo raramente e, ainda assim, timidamente, e o XXI, pelo que se nota, lamentavelmente ainda não soube repetir à altura um destes raros eventos astronômicos que encantaram e assombraram estes nossos afortunados habitantes aqui do passado...”

Gornergrat . With track of an Echo satellite. "Jena Primoplan" 75mm len

Roy Stemman – um dos papas da Ufologia Bíblica – sentenciou:

“Quanto mais olhamos para trás no tempo, mais impressionantes são as histórias que se descobrem.”
 
E já que falamos em Ufologia, veja esta outro colocação do ufólogo George Adamsky, em seu livro “Os Discos Voadores”, em pareceria com Desmond Leslie, lançado no Brasil em 1953:

“Procissões enchem os caminhos do espaço à volta do nosso globo, fazendo parecer vazias, pela comparação, as nossas estradas principais em dias de feriado. O século XIX bateu o recorde no que diz respeito ao turismo estelar. Milhões de seres extraterrenos, aparentemente, espreitaram, bisbilhotaram, investigaram, estudaram e registraram tudo o que viram no nosso planeta nas suas fantásticas excursões.”

Assim sendo, resta-nos apenas lamentar estes tempos insípidos e insossos em que estamos vivendo...

Para fechar a matéria, uma belíssima foto do Bennett, nas montanhas suíças, em 26 de março 1970.

O Bennett na revista Veja, em 1º de março de 1970




* * *
* Este texto é um capítulo do livro, em fase de redação, "APÓLOGO 11 – OS DEVANEIOS DE UM MOLEQUE NA ERA DA CONTRACULTURA Volume 2 — Sweet memories ― janeiro de 1969 a dezembro de 1970".

Veja aqui um outro documentário meu sobre cometas:
O GRANDE COMETA MCNAUGHT EM JANEIRO DE 2007: UMA BELA SURPRESA QUE POUQUÍSSIMOS FELIZARDOS VIRAM!...



Fontes:
Seis fontes. Consultar o autor.
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sexta-feira, 25 de setembro de 2009

AS NOVAS FRASES DE HUMOR DO V-NEWTON!

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CONVERSINHAS QUE NÃO SE OUVE POR AÍ


– Mas o que você está fazendo dentro desse armário, Ricardinho?!
– Brincando de boneca, papai..
– O quê? Brincando de boneca!!! Você quer apanhar, menino?!
– Mas, papai, é uma boneca inflável!
– Pois agora é que você vai apanhar mesmo, menino!!

*

– Você gosta de dormir com chuva, Maria?
– Não, Manoel, eu uso absorvente.

*

– Você conhece a Olívia Palito?
– Nunca vi mais gorda.

*

– ... tá bom, tá bom! Pode me esmurrar, então.
– Toma! Toma!
– Ô, meu, pra que dois murros?!
– Se esqueceu que você tem duas caras, idiota?

*

– Nossa, que índia feia! De que tribo ela é?
– Tribufu...

*

– Conte-me seus problemas?
– Ah, doutor, eu durmo em qualquer lugar onde esteja?
– E quando começou isto?
– Zzzzzzz...

*

– Meu irmão, que urina na cama, conseguiu acabar com meus problemas de insônia.
– Mas o que ele fez?
– Passou a dormir na parte de baixo do beliche...

*

Você acredita que se eu estivesse me afogando o meu pior inimigo iria me salvar?
– Duvido!
– Mas iria, tenha a certeza!
– Como assim?
– Ele é salva-vidas do clube onde freqüento...

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– Eles estão pilhando a serra!
–Mais especificamente o quê?
– A serrapilheira...

*

– Me desculpe, mas vamos ter de abri-la novamente!
– Mas, por que, doutor?
– Esquecemos uma tesoura e uma lixa dentro de você.
– Não tem problema doutor, eu tenho mania de comer unhas...

*

– O centro-avante disse que você é muito fominha e não passa a bola pra ninguém.
– Oras, não dê bolas para ele!

*

– Você sabe o que a cigarra estava fazendo no chão?
– Não.
– Estava procurando um cigarro...

*

– O que é céu-da-boca, Juquinha?
– É o lugar onde a hóstia fica enroscada, professora.

*

– ... num tô a fim de trabalhar hoje.
– Faça como aquele maneta, empurre com a barriga...

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– Me diga cinco variedades de massas?
– Lasanha, macarrão, nhoque, canelone... pastel!
– Agora me diga cinco marcas de chocolate.
– Diamante Negro, Prestígio, Sonho de Valsa, Garoto e Choquito!
– Agora me diga cinco marcas de emagrecedor.
– Diet Plus, Lipomax... hummm... ihhh!... sei lá!
– Ô, meu, ocê tá precisando fazer um regiminho, hein!

*

– Você sabe a principal diferença entre um tomate e uma casca de banana?
– Não.
Então vai correndo e pisa naquela casca ali...

*

– Você conhece o Urânio? Ele mora aqui em Angra dos Reis.
– Ah, sim aquele mau elemento!

*

– Toda vez que eu te vejo, gatinha, eu me lembro de uma passagem do Evangelho.
– Que passagem?
– “Não é bom que um homem fique sozinho”...

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– Qual o coletivo de ônibus, Juquinha?
– Metrô, professora!

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– Ah, meu amorzinho, teus pezinhos tem cheiro de fruta!
– Que fruta, querido?
– Jatobá...

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– Minha esposa tem dois defeitos: fala demais e come demais!
– Nossa!

– Aliás, tem três defeitos!

– Qual o outro?
– É sonâmbula: ontem à noite eu a flagrei atacando a geladeira e falando de boca cheia...

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FRASES QUE NÃO SE OUVE NEM SE VÊ POR AÍ


Quem dá a luz pela barriga da perna, amamenta pelo peito do pé?

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Em terra de cegos quem tem um olho-gordo... errei!

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Passamos 1/3 da vida na escola, 1/3 no trabalho e o restante na fila do INSS.

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O carro dele tem 60 cavalos. E um burro que dirige...

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A tinta é fresca por que a cal é virgem.

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Atire a primeira pedra aquele que ofereceu a outra face.

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São Paulo não pode parar! Nem o Santos, o Palmeiras, o Corintians...

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Um cristão ama o próximo. O Ricardão, a mulher do próximo...

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Os três produtos mais vendidos neste bar são dois: pinga.

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Se ela é velha, amigo? Cara, ela foi aeromoça do 14Bis!

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Volta e meia ele volta sem meia.

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Não bato em homem deitado, a não ser que ele esteja em minha cama com minha nega.

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A Terra não é chata. Chato é estar no mundo da Lua.

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Há quem prefira um aléia de azaléias que uma alameda de alamandas.

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Você tem os seios mais belos que eu já vi. Um dia ainda vou mandar fazer um busto deles.

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Sinto muito, é muito absinto!

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Eu não gosto de churrasco, e tenho asco de churros.

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Fazer um roubo em sobressalto não é o mesmo que fazer um assalto num arroubo.

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Vou de vento em polpa, mas estou em papos de aranha.

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A verdade, Pernalonga, é que a mentira tem pernas curtas.

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Isso pra mim é parto de lata de sardinha que deu luz à uma baleia...

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Vote: para governador Valadares! Miami vice!

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Acalma-te, ô lusitano, até Camões era português!...

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O Diamante Negro acabou e o Pelé, distraído, mordeu o dedo.

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Uma desgraça nunca vem sozinha: uma esposa megera sempre vem acompanhada de uma sogra.

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Depressinha, depressinha, eu afundei na depressão.

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Ficar em pé pela primeira vez não é nada. O duro é olhar pra baixo lá de cima!

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Tem gente que gosta de cachorro-quente, mas eu prefiro um churrasquinho-de-gato...

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Se aquele meteorologista é bom? Cara, ele consegue prever até as chuvas que os índios fazem!

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Dizem que ela é meio louca. Ela se defende dizendo que eles também são meio sãos.

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Amigo, se conselho fosse bom, ninguém dava, vendia. Aliás, estou vendendo este.

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Responda rápido: Xifópago hermafrodita se auto-fecunda?

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Esta madrugada, um antropófago assaltou a geladeira do necrotério.

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Hei, valentão fura-fila, este lugar que você está tomando é o de número 24!

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Um pequeno passo no mundo da lua. Um grande salto para a insanidade.

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Peito é que nem chaleira: se não tem bico não funciona...

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domingo, 20 de setembro de 2009

O POETA FAGUNDES VARELLA E O TEXTO MEU: “POR MELHORES AMIGOS...”

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Biógrafos citam que, certa vez, o poeta Fagundes Varela – meu grande mestre do qual estou escrevendo um romance biográfico –, deprimido e frustrado que estava, escreveu um bilhete com um teor alarmante e sumiu por alguns dias da república onde morava. Amigos, encontrando o bilhete, fizeram a notícia correr a academia de Direito onde estudavam e, depois, a então pequena cidade de São Paulo (o fato aconteceu há exatos 100 anos antes de eu nascer). Amigos saíram a procurá-lo pela cidade. Onde estaria? Teria cumprido o que dizia o bilhete? Estaria vivo? Estaria morto?

Mas, afinal, o que dizia o tal bilhete e por quê que ele fizera isto? Simples, mas surpreendente: ele simulou um suicídio com o intuito de saber qual seria a reação causada pela notícia de sua morte, qual a opinião de todos à seu respeito, o que diriam... Também queria saber se tinha verdadeiros amigos na república e na academia, na cidade enfim.

Mas, cargas d’água, onde quero chegar contando esta velha e pouco conhecida historiazinha? Pois bem: há poucos dias, fiz um post neste blog, o “POR MELHORES AMIGOS”, onde forjei uma falsa situação, em que me colocava em crise existencial, passando por uma fase de inferno astral, e, assim, criticava supostos falsos amigos que dizia me atacarem. Mas isso não foi uma armadilha e não o fiz por maldade, aliás, nem acho que isso seja maldade, embora sabia de certos “riscos” que correria. Ainda assim, não escrevi mentiras ali, e, se realmente estivesse em crise e fizesse o post com tal propósito, aquelas opiniões valeriam mais ainda. Em tempo, o fdp inserido lá não corresponde à realidade e não quis ofender a mãe de ninguém – era apenas força de expressão.

Como disse no próprio texto, me referindo as frases que inseri: eu “De qualquer forma, mais dia ou menos dia, independente de meu estado emocional, ia mesmo fazer este post, e reforço esta opinião rememorando aos leitores que faz mais de 20 anos que coleciono frases alheias e que não gosto de manter guardado em segredo esse tipo de material.”. Então, como eu estava pensando mesmo em postar estas frases selecionadas e, coincidentemente, havia descolado umas fotos hilárias do técnico Bernardinho que vieram a calhar, além de ter lido recentemente a tal história do falso suicídio do Varella, isso me inspirou e achei a ocasião oportuna para fazer um “teste” semelhante, e assim o fiz, e deu no deu...

Normalmente, em situações como esta, as reações são até esperadas, e mesmo estereotipadas, já que as pessoas “mordem a isca facinho”, pois são mesmo previsíveis e nem sempre espertas como imaginam: uns, se “entregam”, pois desaparecem dos lugares de convívio, não te telefonam mais, inventam desculpas esfarrapadas; outros, não desaparecem, mas se “denunciam” por meio do receio de te encarar; outros ainda, mostram-se piores do que imaginávamos: te desprezam mais ainda, ou, no mínimo, de maneira besta, põem à prova se a amizade ainda existe. Nesse mesmo time, outros se mostram ofendidos, indignados, e, como se tivessem razão, ruins por natureza, se tornam mais virulentos do que são e partem para novas ofensas. A maioria fica apreensiva: “Serei um dos inimigos ou falsos amigos?” e se põe a escarafunchar a memória em busca de situações passadas para ver se tem “pendências” contigo. Seria surpreendente, se não fosse trágico... Já os verdadeiros amigos agem como se nada tivesse acontecido; uns, são solidários com tua crise e te escrevem desejando melhoras; já outros, se comunicam indiretamente por meio de frases que escrevem, frases consoladoras, ou de advertência ou mesmo frases com um certo teor malicioso, como se estivéssemos pagando por algum mal ou erro que cometemos: “– É prá tu aprender!”, mas a coisa não é bem por aí... QEntão, quantos fatos que ignorávamos vem à tona nestas situações; quantas opiniões a nosso respeito, de uma certa forma, vem à baila; quantas pessoas que imaginávamos que nada sabiam de ruim da gente ou mesmo falavam mal se manifestam de alguma forma nestas horas; os que “devem no cartório” caem que nem um patinho e se revelam; outros, do qual nada desconfiávamos, se tornam estranhos conosco. Outros ainda, que imaginam que pensamos que eles sejam um destes falsos amigos, nos desprezam, e tem ainda aqueles que nunca conviveram conosco e se arrogam o direito de quererem dar suas opiniões, mesmo que o façam por indiretas...

No final de tudo, a gente meneia a cabeça desconsolado, suspira com os ombros caídos, e depois ri consigo e vê como realmente é o ser humano, o velho ser humano que, em sua maioria, não foge à decepcionante regra – regra esta que é desnecessário dizer qual –, e conclui amargamente que a maior parte daquelas frases inseridas no post contém verdades eternas; truísmos que, ainda assim, muitos não se dão conta; sábios ensinamentos para uma vida toda; dicas de vivência e sobrevivência para usarmos nesta lamentável sociedade onde os simples, os despojados de ambições, os diferentes, os artistas ditos “loucos”, os incompreendidos, os invejados por seu talento e os sujeitos de bom coração são obrigados a digladiar sob o risco de serem esmagados.

Enfim, obrigado, verdadeiros AMIGOS!


PS: quanto à vocês, falsos amigos e inimigos, voltem lá no post e leiam novamente as 10 últimas frases (à partir de Alex Carrell), e, depois, ponham a mão na consciência se assim lhes convier...


FONTE:
AZEVEDO. Vicente de. Fagundes Varela. Martins Editora. São Paulo, 1966, pág. 106-109.

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quinta-feira, 17 de setembro de 2009

UM MODERNO VERSO DE GREGÓRIO DE MATOS, O BOCA DO INFERNO

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Disponibilizo hoje neste espaço um post que inclui um verso bem pequeno mas que sintetiza muita coisa em poucas palavras. Ele é de autoria do baiano Gregório de Matos (1636-1695), poeta satírico do período barroco, conhecido como Boca do Inferno.

Após a longa estada em Portugal, Gregório encontra a vida, na Bahia, mudada para pior. Para ele, o mercantilismo está acabando com a verdadeira fidalguia da terra, a nobreza luso-baiana, a qual a sua família pertence. Estrangeiros desclassificados, latifundiários com pretensões aristocráticas, mulatos e judeus abusados ameaçam a antiga elite. Por isso, seu olhar ressentido, ao deter-se na realidade presente, enxerga apenas corrupção, negociata, oportunismo, mentira, desonra, injustiça, imoralidade, quebra das normas e das leis, completa inversão de valores, em suma, a coisa não mudou nada, e está até pior se formos analisar... Diante disso tudo, indignado, suas poesias tornam-se vingança para ele. A estrofe abaixo foi extraída de um desses poemas, que possui um longo título.

CONTRA OUTROS SATIRIZADOS DE VÁRIAS PENAS QUE O ATRIBUIRAM AO POETA, NEGANDO-LHE A CAPACIDADE DE LOUVAR

"Querem-me aqui todos mal,
mas eu quero mal a todos,
eles, e eu por nossos modos
nos pagamos tal por qual:
e querendo eu mal a quantos
me têm ódio tão veemente
o meu ódio é mais valente,
pois sou só, e eles são tantos."


PS: e por falar em Boca do Inferno, sabem que esse verso me inspira muito nessa fase de inferno astral pela qual venho passando, e isso me dá uma vontade danada de encher de novas postagens a comunidade minha no Orkut, a SARARA, UMA CIDADE ÀS AVESSAS... vou pensar no asssunto...
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terça-feira, 15 de setembro de 2009

POR MELHORES AMIGOS...

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Antes de mais nada, digo que postagens como essa são motivadas pelas crises que passamos, e, no meu caso, estas últimas duas semanas foram e estão sendo muito barra, barra mesmo! E eu pergunto, indignado: caramba, o que está acontecendo com o meu time de amigos?! Assim, hoje, lamentável e infelizmente, eu subo indignado aqui no púlpito do meu blog para protestar! Mas, eu sei, é apenas uma fase, mas que dói, dói! De qualquer forma, mais dia ou menos dia, independente de meu estado emocional, eu ia mesmo fazer este post, e reforço esta opinião rememorando aos leitores que faz mais de 20 anos que coleciono frases alheias e que não gosto de manter guardado em segredo esse tipo de material. E então, eis-me aqui novamente, disponibilizando mais um pacote destas frases geniais que foram ditas e escritas por grandes as personalidades mundiais ou não, dando sua opinião sobre as falsas amizades e os inúmeros problemas que elas nos acarretam. Essas personalidades só escreveram o que escreveram porque sofreram na pele o contato infeliz com estes tipos, em que às vezes, infelizmente - é duro confessar - nem mesmo os parentes escapam, o que, convenhamos, não é novidade prá ninguém... E os prejuízos causados são muitos, sejam eles psicológicos, físicos ou materiais, isto para não falar da tremenda decepção, inda mais se tratando de parentes, fato que leva a gente a fazer o clássico desabafo dedicado aos traidores: "Até tu, Brutus?!" Do meu desabafo, leitores, lamento que, por maior que seja o respeito, por melhor que seja o bem que façamos às certas pessoas com quem convivemos, nunca vamos imperdir de estarmos sujeitos ao seu julgamento errôneo, quando algo em você as perturba de alguma forma. Geralmente atitudes motivadas pela inveja que tem de você, ou porque tentaram algo e esperavam alguma coisa de você e não conseguiram, e passam a te criticar. E eu fico a me perguntar o que vai pela cabeça dessa gente infeliz que ainda não aprendeu em viver em harmonia com o mundo que o rodeia. O certo (ou errado...) é que a grande maioria delas sofre de uma necessidade incontrolável e doentia de se intrometer na vida alheia, de julgar-nos, testar-nos, de encontrar uma explicação para suas inquietudes e assim te enquadrar em qualquer modelo pré-fabricado de ser humano. E a grande maioria delas, como se tivesse ums espécie de raio-x que pode ler sua mente, acha que assim pode opinar sobre tudo e todos com segurança, e, no fundo, não se dão conta que pouco sabem da vida ou, no mínimo, que não passam de analfabetos funcionais - gente que sabe ler mas não lê. O incrível é que muitos tem curso superior, mas, ainda assim, é gente alienada que não se dá conta de que padece de falta de conhecimento específico para te julgar numa determinada área do conhecimento humano. E o pior é que nem sempre encontrando uma explicação convincente que satisfaça a si próprio e sua inquietude, inventa qualquer besteira a teu respeito, e sempre tendedo pelo lado negativo da coisa, aquilo que te humilha, te diminui, destrói sua moral, sua auto-estima e sua saúde. Muitos deles, não tem a mínima coragem de te "falar na cara" as idiotices que engedram em sua cabeça doentia e, verdadeiros covardes que são, o fazem através de indiretas. Outros, agem como se não tivéssemos inteligência o suficiente para entender a ciladas e os "testes" que sutilmente elas nos armam. Ah, depois de tudo o que passei ultimamente, eu sempre sempre estou na defensiva, desconfiado, "um pé atrás", sempre esperando pelo pior (sem ser pessismista), e, assim, eu estou sempre antevendo tudo, lendo as coisas nas entrelinhas - "tô vacinado", como se diz -, então, jamais alguém me enganará ou passará para trás. Reforço este comentário, revelando que, nestas horas, eu dou uma de joão-sem-braço e finjo não estar entendendo nada, mas, na verdade, eu estou ali sacando tudo, como expectador "privililegiado" do deprimente espetáculo de um idiota em pleno exercício da malediscência e covardia... Hoje, infelizmente, por tudo o que passei, tenho evitado fazer novas amizades, pois a grande maioria das que tenho feito só tem me decepcionado. E a coisa chega a um ponto em que tenho me arrependido mesmo de muitas das novas amizades que fiz nestes últimos 10 anos. Hoje, penso que se, inevitavelmente, fiz uma nova amizade, o melhor mesmo é mantê-la sem muitas intimidades para evitar futuras decepções e dores de cabeça. Nisto, a gente acaba caindo naquilo que o cantor Geraldo Vandré afirmou: “Prefiro ser amigo de algumas pessoas do que ter amigos”. Certa vez, escritor Humberto de Campos - o "Pai dos que sofrem" - disse algo assim: “Trabalhado pelas dores próprias, meu coração está melhor preparado para a compreensão das dores alheias.” Pois é isto justamente assim que me sinto hoje em dia. Pelo que já passei de ruim e terrível nestas últimas décadas, assim me vejo preparado, embora tenha ainda algumas imperfeições - que ninguém é totalmente perfeito - a questão é se policiar o tempo todo no relacionamento com as pessoas de modo a não ferí-las em momento algum, e se ferimos, o correto é nos desculparmos. Então, no meu caso, se alguém me parece problemático ou diferente, seja na razão, seja na sáude mental ou física, se alguém tem algo em si que me encuca, perturba ou me desafia de alguma maneira, eu me controlo e não fico procurando em meus miolos uma justificativa para tentar entendê-la e assim enquadrá-la em alguma categoria humana. Minha divisa hoje é a socrática "Sou sábio porque sei que não sei", assim, procuro respeitar essa pessoa e, do contrário, fico na minha ou corto sutilmente os laços de convivência. Se a pessoa não nos agrada de alguma forma, o melhor que fazemos é não atacá-la, mas afastarmos-mo-no dela. Se falta-nos a cultura e o conhecimento específico de um problema para entendê-la, porque não ficarmos na nossa e respeitá-la? Resumindo, não tem coisa pior do que estar sujeito à falsa interpretação de gente ignorante. À esses infelizes, do qual espero que, lendo e se reconhecendo no teor destas sábias frases, caiam na real e, se não mudarem de atitude ante os que os rodeiam e atacam, que pelo menos mantenham distância, mas muita distância, que de gente assim só o inferno carece. E olha que eu já tentei descer ao nível deles, ser fdp como são e não consegui - é difícil isso - requer-se muito talento para o mau-caratismo! Mas, ainda assim, eu lanço aqui uma advertência: aos meus modos, com classe, eu também sei destruir, e se, contra a minha vontade, for obrigado à isso, inteligência, astúcia e ferramentas não me faltam, e a computação e a internet também estão aí para isso, se eu precisar, eu eu sou bom nisso, aliás, muito bom!... Quem está lendo isso, deve estar se perguntando: Quem são essas pessoas? Serei eu uma delas? O que adianto é que frequento cerca de uma dúzia de ambientes, e com turmas diferentes em cada um, como bares, cafeterias, clubes, ranchos, praças, etc. As frases das personalidades a seguir trazem lamentos, desabafos, frustações e desilusões, bem como passam os conselhos e advertências, enfim, "abrem cabeças", o que nem sempre conseguem... Vamos lá, e que os mestres o digam por mim: 



  “(...) Eu não tenho nada que dizer às pessoas. As pessoas tem que ser corrigidas... O que eu posso fazer para que elas me deixem em paz e eu possa viver o que quero sem que me façam perguntas indiscretas para acalmar suas próprias inquietudes? Isso mostra que não se está seguro de si e não contente, quer botar a inquietude no outro.” (Pierre Verger - fotógrafo/antropólogo) 


  “É terrível como o homem não consegue conviver com a diferença e tem a necessidade de destruir o que não entende.” (Franklin Martins - jornalista) 






  “(...) cometem a velha imprudência de não gostarem do que não entendem, e acusam de obscuro, inconveniente o que escape aos cânones de uma estética em que se fixaram – quando se fixaram em alguma.” (Cecília Meireles)





“Se a todos nós fosse concedido o poder, como num passe de mágica, de ler a mente uns dos outros, suponho que o primeiro efeito seria que quase todas as amizades se desfariam.” (Bertrand Russel, 1872-1970, filósofo e matemático inglês) 



  “Condenamos tudo o que nos parece estranho, assim como o que não entendemos.” (Montaigne) 






  “Os espíritos medíocres condenam tudo o que ultrapassa a sua visão.” (La Rochefoucauld) 






  “Eu lhe parecera, talvez, orgulhoso demais, como pareço a alguns com minha timidez, ou estúpido demais, como pareço aos restantes, pela minha taciturnidade." (Humberto de Campos)





“Todo preconceito é fruto da burrice, da ignorância, e qualquer atividade cultural contra preconceitos é valida” (Paulo Autran- ator) 




  “Na boca de quem é ruim ninguém presta.” (Parachoque de caminhão)




“(...) o jogo entre o que cada um pensa de si mesmo e o que os outros pensam o que cada um é o jogo dos mal-entendidos sobre o caráter de cada pessoa, (...) como nos enganamos! A nosso respeito e a respeito das pessoas! (Marcelo Coelho)





  “O que os medíocres mais invejam nos criadores não é o sucesso, mas a volúpia de criar .” (Ythier) 






“O homem habitualmente evita reconhecer inteligência em outro, a não ser quando, por causa, se trate de um inimigo.” (Eisntein) 






  “O artista verdadeiro, quanto mais porrada recebe, mais artista ele se torna." (Julio Medaglia, maestro. CAROS AMIGOS, out. 2002)







  “Todas as pessoas que saem do padrão normal são consideradas loucas. Quando Shakespeare escrevia suas peças, cada uma mais deslumbrante que a outra, devia estar completamente louco. Ele parece ter entendido a alma humana de forma tão maravilhosa e profunda e ninguém jamais foi capaz de descrever os sentimentos humanos com a beleza e a profundidade que ele conseguiu descrever. Ele devia ser um homem louco. Todo artista é louco, toda pessoa muito inteligente é louca, toda pessoa que tem uma curiosidade que é sinônimo de inteligência maior que a dos outros é louca. E o que é ser normal? Deve ser horrível ser normal. Eu dou graças a Deus de ser bastante louco. Acho que todo ator é um pouco louco.” (Paulo Autran - ator. F. S. P. 29/9/97) 

  “Ser ‘normal’ é talvez a coisa mais útil e conveniente com que podemos sonhar; mas a noção de ‘ser humano normal’, tal como o conceito de adaptação implica limitar-se à média (...). Ser ‘normal’ é o ideal dos que não tem êxito, de todos os que ainda se encontram abaixo do nível geral de adaptação. Mas para as pessoas dotadas de capacidades acima da média, que não encontram qualquer dificuldade em alcançar êxitos e em realizar sua quota-parte de trabalho no mundo, para estas pessoas a compulsão moral a não serem nada senão normais significa o leito de Procustro: mortal e insuportavelmente fastidioso, um inferno de esterilidade e de desespero.” (Jung) 

“Esses pintores, esses escritores, esses músicos malditos são, na verdade, funcionários da sociedade, preenchendo um papel necessário e bem definido. O sistema sabe perfeitamente onde eles se encontram, como capturá-los. Sabe também, num determinado momento, lhes mostrar todos os estágios do exílio a que o conduz. Sabe abatê-los num segundo momento; a loucura e a morte precoce são suas armas favoritas. Num terceiro momento, empenha-se em anulá-los. Ficando apenas com seus nomes, aqueles sob o qual eles se deixaram perder e, somente ele vai simbolizá-los, aquele nome que vai expulsá-los do campo do simbólico. E esse nome tem preço. O preço está fixado. É o tempo das enciclopédias, das estátuas. E também o tempo do dinheiro que tanto lhes faltou em vida.” (Viviane Forrestier, escritora sobre Van Gogh, atualmente inocentado das acusações de louco por tese defendida por Claudete Ribeiro - Unesp) 

  “(...) Contra isto tudo vem o fato de que um espírito privilegiado e uma sensibilidade exacerbada é mais suscetível à dor e tem um temperamento passional acompanhado de grandes animação e impetuosidade de ideias, o que afasta tais pessoas e suas atividades das demais.” (Arthur Schopenhauer - filósofo)



“Tenho uma certa dificuldade de lidar com as coisas práticas da vida, ir ao banco, essas coisas. É difícil porque o artista é muito sentimental, lida muito com as coisas do coração. Se eu fosse um ator que não lidasse com o coração, estaria milionário.” (Grande Otelo, OESP, Cultura, 8-4-1997) 



  “Saber mal é pior que ignorar.” (Giacomo Casanova, 1725-1798, escritor e aventureiro italiano)








“Informação fragmentada é tudo o que recebemos uns dos outros. Em definitivo, nenhuma experiência leva à claridade e não há como entender exatamente o outro.” (Dennis Cooper, poeta e escritor, EUA)





“A materialidade brutal de nossa civilização, não só se opõe ao exercício da inteligência, como também esmaga os afetivos, os ternos, os fracos, os isolados, os que amam a beleza, os que não procuram outra coisa que não o dinheiro, aqueles cujo requinte dificilmente suporta a vulgaridade da existência moderna. “ (Alex Carrel, cirurgião, sociólogo, bioquímico e filósofo francês, 1873-1944) 

  “Feliz quem atravessa a vida prestativo, sem medo, estranho a agressividades e ao ressentimento! Numa natureza assim, revelam-se as testemunhas magníficas que trazem reconforto para a humanidade nas situações desastrosas que cria par si mesma.” (Einstein) 
 



“Qualquer que seja o bem que procuremos fazer neste mundo, e quaisquer os esforços para praticarmos o bem, não evitaremos jamais que se digam mal de nós. Zombemos, pois do mundo, meu filho, e percamos a esperança de nos pôr de acordo com ele.” (Humberto de Campos) 




“Passei a minha vida tentando corrigir os erros que cometi na minha ânsia de acertar. Ao tentar corrigir um erro cometia outro. Sou uma culpada inocente.” (Clarice Lispector) 


  “Cuida-te para que ninguém te odeie com razão.” (Anônimo) 





  “Fiz o que fiz com paixão/ Se a paixão estava errada, paciência/ Não fiquei vendo a vida passar/ Sempre acompanhei o desfile." (Mário Lago, ator e compositor) 


 



  “É assim a mentalidade dos retardatários: não conseguindo acompanhar a evolução dos mais esclarecidos, atrapalham miseravelmente o seu trabalho. Esquecem-se de que, procedendo desta maneira, não prejudicam um homem apenas, mas toda a humanidade. São os piores criminosos. Deveriam pagar atrás das grades o prejuízo que causam ao bem comum.” (Valmir Adamor da Silva -psicólogo/ escritor) 


“Tomando suas inteligências, como parâmetros de inteligência universal, e se julgando aptos a tudo compreender, não podem crer na possibilidade daquilo que não compreendem, quando pronunciam seu julgamento, tem-no por inapelável.” (Alan Kardec - espírita) 



  “A pessoa inteligente sabe que é inteligente. (...) O estúpido, ao contrário, não sabe que é estúpido. (...) Com um sorriso nos lábios, como se fizesse a coisa mais natural do mundo, aparecerá inopinadamente para lhe dar cabo dos seus planos, destruir sua paz, complicar-lhe a vida e o trabalho, fazer-lhe perder dinheiro, tempo, bom humor, apetite e produtividade – e tudo sem malícia, sem remorsos e sem razão. Estupidamente.” (Carlos Cipola - filósofo) 

  “O que nos desperta tanta amargura contra os que nos armam ciladas é que eles se julgam mais sagazes que nós.” (La Rochefoucauld) 





 Basta, e vamos ver se, daqui para a frente, eu entro em campo com uma equipe mais humana! 
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